XII - Deixá-la

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Dirigi até Incheon e de lá, um jatinho que já estava a nossa espera com destino a Ulsan. Durante a viagem, eu acionei todos os serviços que precisavamos, recebendo as instruções do senhor Ryu. A mudança é muito grande e mesmo sabendo como é a vida de mafiosos, isso abalou Clare , então eu tentei tranquiliza-la o máximo que podia. O pior estava por vir: O senhor Ryu foi falando que eu teria que voltar com ele, mas eu não deveria falar nada por enquanto. Ele mesmo falaria.
Recebi as informações do endereço da casa. Logo havia um carro esperando por nós. Chegamos ao nosso destino. Uma casa menor, tranquila e afastada do centro o máximo possível. Ja havia seguranças do senhor Ryu no local.
Entramos na casa e a família Ryu já esperava Clare na porta. Ela logo foi até eles, os abraçando:
- Pai, mãe...
Logo em seguida, o senhor Ryu veio até mim:
- Bom trabalho, garoto. Mas precisamos conversar.
Ele me leva até a sala íntima e Clare ficou com a mãe.
- Namjoon, está tudo bem? Seguiu os planos?
- Exatamente como o senhor ordenou.
- Ótimo.
- Clare sabe que voltará comigo?
- Não, senhor.
Aquelas palavras me doem, pois eu terei que deixá-la.
- Correto. Temos muito o que fazer e você vai me ajudar na investigação desses atentados e principalmente me ajudar a executar o meu maior plano.
- O que seria, senhor?
- Namjoon, você encobrirá a minha morte. - disse ele em voz baixa. Eu arregalei os olhos. Como isso ia ser?!
- Explicarei quando sairmos daqui. Mas por agora, tirarei minha esposa e filha da Coréia. Eu as enviarei pro Japão em poucos dias. Precisamos encobrir rastros de todos.
- Sim, senhor.
- Ja providenciei tudo. Vamos pegar suas coisas e vamos para Busan.
- Agora?
- Sim.
Eu me levantei da cadeira quase que ao mesmo tempo que o senhor Ryu. Quando chegamos à porta, ele falou algo mais:
- Namjoon.
- Sim, senhor Ryu?
- Eu confio em você. Em nome do seu tio. Estou entregando em suas mãos a minha vida e da minha família. Não decepcione.
- Não falharei, senhor.
Então saímos da sala e escuto a voz de Coare, aos gritos:
- Pai! - veio ela correndo pelas escadas.
- Clare, ainda bem que já veio logo. Sua mãe já lhe falou o que vai acontecer? - disse o senhor Ryu.
- Não pode estar falando sério, pai...
- Clare, por favor, sem discussões. Já decidi. NamJoon voltará comigo pra Busan, ele terminará as investigações dos atentados junto com os outros sócios que estão indo a Busan. Você e sua mãe vão para Tóquio por algumas semanas.
- Por que ele, pai?
- Porque ele é o melhor nisso. E acabou! Você vai ficar aqui por mais uns dias e sairá daqui direto para o jatinho. Estamos despistando e apagando os rastros da nossa família até que consigamos acabar com esses inimigos.
Vejo as lágrimas correrem de seu rosto e não consigo nem encará-la e abaixo a cabeça.
Ela logo fala:
- Eu vou pro meu quarto. Preciso dormir. Pra mim, já chega disso. - e sobe as escadas correndo.
A senhora Ryu me encara com aquele olhar de desaprovação e chama o senhor Ryu para conversar a sós, mas antes de irem até a sala íntima, o senhor Ryu ainda fala:
- Namjoon, vá se preparando. Partirenos em instantes.
- Sim, senhor.
Assim que eles entram na sala íntima, eu subo as escadas atrás de Clare, já carregando as minhas coisas. Eu não poderia ir embora sem antes dar a ela o que eu queria.Procuro pelo quarto e encontro a única porta trancada. Bato na porta e escuto a voz dela de lá de dentro.
- Quem é?
- Srta Ryu, sou eu.
Ela abre a porta.
- NamJoon... - ela fala baixo.
- Posso entrar?
- Entra.
Eu entro e fecho a porta com cuidado pra não fazer barulho.
- Estou indo com seu pai daqui a pouco. Eu não queria deixar você, mas eu tenho que ir.
- Eu não quero perder você.
- Nem eu. Estou morrendo por dentro em pensar que você estará em Tóquio ao invés de estar nos meus braços.
- E eu estou morrendo por você estar no meio dessa confusão, podendo até morrer.
- Eu sei, Clare. Antes de ir, quero lhe dar uma coisa.
Eu tiro do bolso um colar. O colar que esteve na minha família por muito tempo.

 O colar que esteve na minha família por muito tempo

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- É lindo, meu amor.
- É da família Kim. Só poderia dar pra mulher da minha vida.
- NamJoon... Obrigada
Ela chora e me abraça forte.
Eu coloco em suas mãos e as seguro.
- Clare, você só pode abrir esse pingente quando chegar em Tóquio. Entendeu? Você vai entender.
- Ta bom.
- Eu tenho que ir. Fique segura. Eu não poderei cuidar de você por um tempo...
- Está bem. E você, meu amor, cuide de minha família e principalmente cuide de você mesmo. Eu te amo.
- Eu também te amo.
Eu a beijo profundamente.
- Nao vou lhe dizer adeus. Eu prefiro dizer que nos encontraremos logo.
- Tome cuidado, NamJoon.
- Voce também, Clare.
Eu pego minhas coisas e saio do quarto. Eu estou fazendo o meu trabalho: coloquei um chip dentro do colar. Eu sei que ela entenderá. Isso foi uma ideia minha a qual o senhor Ryu gostou e aceitou para termos uma linha telefônica mais confiável mesmo que provispriamente, mas o cordão realmente é da minha família. E eu dei pra mulher da minha vida.
Logo saio e o senhor Ryu já estava a caminho do carro.
- Falou com ela, não foi?
- Sim, senhor. Ela saberá o que tem que ser feito, senhor.
- Ótimo.
Entro no carro com o senhor Ryu e partimos imediatamente.
- Eu não quero perder você, Clare. - pensei, com o coração apertado.

Meu segurança - A visão de Kim NamJoon Onde histórias criam vida. Descubra agora