23 de dezembro - Estranha, eu?

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Haviam se passado alguns dias desde que Day havia chegado no sítio. A adaptação nos dias seguintes foram melhores e ela já não sentia que tia Lourdes ou o tio Sérgio, fossem completos estranhos. Nesse tempo, ela e sua tia decoraram a casa por inteiro de modo que ficou com um ar bem natalino e aconchegante. Até chegou a se divertir, pois enquanto decoravam os ambientes de cada cômodo, a mais velha lhe contava algumas histórias inéditas sobre sua família, fazendo o tempo passar ainda mais rápido. No 23 de dezembro, Dona Lourdes, resolveu fazer as compras para os preparativos das receitas para a vésperas de Natal. Day precisava ir junto para ajuda-la. Era uma lista enorme.

- Tia Lourdes? Precisamos mesmo de tudo Isso? Eu disse pra senhora que minha mãe mandou avisar que todo mundo vai trazer alguma coisa quando vierem. A senhora não acha que é muita comida?

- Deixa de bobeira, menina. É melhor sobrar que faltar. Sem contar, que se seus primos comerem tão bem, igual a você, não vai sobrar muita coisa, não.. - Ambas riram, afinal tia Lourdes tinha toda a razão.

- Bem, tia, eu não tenho como discordar..  - dizia a menina, enquanto ajudava a mais velha colocar no carrinho alguns itens da lista.

- Querida? Pode ir até a parte de frios e pegar essas coisinhas pra mim? Vou até o açougue. - Day acenou a cabeça positivamente e pegou uma outra listinha que a sua tia lhe deu e quando chegou na sessão de laticínios e embutidos, começou a escolher o que estava na lista. Mas, alguém a distraiu e chamou sua atenção.

- É melhor você pedir lá no balcão. O preço das bandejinhas sempre vem alterados. -  Day olhou para trás e viu a mesma menina de alguns dias antes. Um pouco diferente, com os cabelos ruivos preso em um coque frouxo no topo da cabeça, calça jeans de cintura alta bem justa e uma blusinha cropped cinza. "Céus" disse em pensamento "está ainda mais linda do que da última vez". E embora quisesse dizer isso em voz alta, o que saiu de sua boca foi algo bem diferente.

- Meu Deus! Você não é uma aparição tipo a loira do banheiro, né? - Disse Day e a ruiva riu.

- Ue, só agora percebeu? Não vê as correntes se arrastando atrás de mim?

- Fala, sério! Você está me perseguindo, então?

- Ah, pronto! Claro… Hoje eu acordei, tomei meu café da manhã, me arrumei, peguei minha bola mágica de cristal que eu supostamente guardo no armário e com as forças dos meus pensamentos, usando meus poderes telecinéticos; pedi pra ela me mostrar onde a menina do besouro que levou um baita tombo; estava escondida... É! faz todo o sentindo… - Desta vez Day riu e em seguida repetiu sem perceber "A menina do besouro?". Foi a primeira vez que a ruiva viu Day sorrir e aquele sorriso sem ter uma explicação, a fez sentir um friozinho na barriga e uma espécie sentimento que não sabia explicar tomou conta dela também. Seu coração acelerou e o som da risada da morena, causou um inexplicável calor por todo seu corpo. "Senhor, que sorriso é esse?" A ruivinha pensou e jurou que nunca antes havia visto um sorriso tão perfeito, tão lindo ou igual o daquela morena.

- Então, o que faz aqui? - Day a questionou de forma brincalhona. 

- O que eu faço em um supermercado? O que as pessoas normalmente fazem quando vão ao mercado? Não sei. Quem sabe? Entrei por engano. Talvez, eu pensei que fosse uma farmácia... 

- Haha! Palhacinha você… - Day nem percebeu que ainda mantinha o sorriso no rosto e a ruivinha também nem percebeu que desejava que o sorriso da morena não se desfizesse. Ambas ficaram ali paradas e a mais nova queria de alguma forma continuar a conversa sem que Day a evitasse.

- Olha, eu sei que gente começou de forma errada.. Mas, eu sou a…

- Carolzinha? - Tia Lourdes apareceu dando um abraço apertado na ruivinha, que foi pega desprevenida. - Você já se encontraram? Que coincidência…

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