desculpa

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Ten sempre andava com seus amigos, nunca ia desacompanhado nas festas e sempre tinha quem pagasse suas bebidas em todos os bares onde Taeyong ocasionalmente encontrava-o. Portava um sorriso frágil e um olhar aventureiro, desfilando-os por todos os lugares por onde passasse e deixasse um pedacinho de si. Tinha um cheiro doce e distante, do tipo que fazia todos almejarem intimidade suficiente para estar próximo o bastante com o intuito de inspirá-lo. Era aquele tipo de pessoa com quem você pudesse passar a noite inteira abraçada, com o rosto na curva do pescoço e acariciando a pele moreninha e macia. Taeyong já cansou de trancafiar-se no banheiro ao imaginá-lo dançando para ti, somente em presenciar a versão demo da coisa ao vê-lo em todas aquelas festas.

Ten tinha a cara de quem ia foder a vida de Taeyong. A porra do sorriso era muito contagiante, o olhar muito brilhante, os lábios perfeitamente desenhados, os olhos pareciam sementes de girassóis amplificadas e o cabelo escuro e parcialmente avolumado pela ondulação tornava impossível não reconhecê-lo no meio de tanta gente comum.

Lee queria aproximar-se, pedir uma dança, comprar-lhe uma bebida, tocar seu pescoço, beijá-lo intensamente, levá-lo pra casa... Mas sempre tinha um mala no pé do garoto, atrapalhando-o e impedindo-o de parar para uma conversa decente ou mais que isso. Contudo, certo momento em que o seu acompanhante estava a pedir mais bebidas e Ten viu-se distraído entre as garrafas atrás do barman, Taeyong aproximou-se como quem não quisesse exatamente nada. Sabia que Ten observava-o, porque não era por nada que conhecia tão bem aquele rosto diabolicamente angelical.

— Da próxima vez que vier, virá sozinho? — pediu soju para encobrir as próprias palavras. De soslaio encontrou o acompanhante de Ten numa conversa alcoolicamente calorosa com um barman e sorriu por não estar prestando atenção no moreno.

— Perdão? — Ten olhou ao redor, pensando que talvez aquele moço bonito não estivesse falando contigo.

Taeyong abriu um sorriso enquanto olhava para o copo abastecido pousado sobre o balcão.

— É que você nunca vem sozinho, queria poder conversar — ergueu o copo, mas não bebeu.

— Acho que estamos conversando — Ten evidenciou a sua mania de girar o anel de prata no anelar esquerdo. Taeyong percebeu aquilo.

— É seu esposo? — com o copo em mão, apontou para o patife que ria como uma hiena diretamente vinda de Rei Leão.

— É um amigo — Ten riu por saber que o outro cogitara tal absurdo — Nada mais que isso.

Taeyong não escondeu o alívio no suspiro. Mas não era como se aquilo tivesse resolvido todos os seus problemas. Queria Chittaphon desacompanhado. E se ele pegasse-o só... Ah, Lee Taeyong teria de ir ao banheiro para imaginar o resto.

— Ficou feliz com isso? — o moreno perguntou, finalmente sentando-se na banqueta ao lado do coreano.

— Sim — honestamente, foi o dito — Faz semanas que venho aqui, não vê? E em festas também...

— Oh, as festas de Taeil, né? — Ten riu — Você é amigo dele?

— Melhor amigo — Taeyong finalmente virou o conteúdo do copo goela abaixo — E você é um dos amigos de Johnny, certo?

— Vemos que estou em desvantagem aqui — Ten inclinou-se minimamente e apoiou o cotovelo no balcão negro de mármore — Eu não sei nada sobre você, Taeyong.

— Você sabe o meu nome e isso me assusta, uma vez que não me recordo de tê-lo divulgado — Lee fez um gesto para que o barman servisse mais bebida, e inclusive para Chittaphon.

— Perguntei por aí — Ten falou junto a boca do copo, amplificando a onda sonora da tua voz propositadamente doce.

Taeyong sorriu com aquilo, estrondosamente satisfeito com toda a situação circundando os dois. A noite virgem ainda estava a guardar uma surpresa para os jovens enamorados, porém não aquela. Também, não havia como negar os olhares luxuriados cujos passeavam um pelo outro como se fossem os últimos humanos vivos na Terra. Quando, enfim, Taeyong quis deixar de conversa fiada e dar um passo à frente, o maldito amigo do tailandês inventou que seria aquela a noite que daria PT e teria de ser cuidado e levado para casa pelo Leechaiyapornkul.

forgive meッtae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora