Capitulo 8

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Rubi Narrando

Acordei como sempre as 6:30h, Raul ainda dormia tranquilo, me levantei, fui ao banheiro, fiz minhas necessidades, escovei os dentes, penteie os cabelos e fui pra cozinha, preparei café, preparei queijo quente e só então acordei Raul, tomamos café juntos, ele lendo o jornal que o porteiro deixava para nós todas as manhãs e mexendo no celular e eu fazendo minhas orações enquanto comia, depois ele foi pro banho e se arrumar para ir para a prefeitura trabalhar.
Eu ajeitei a cama, separei minha roupa de trabalho e aguardei Raul sair para depois ir me arrumar, o dia estava meio nublado e abafado ao mesmo tempo, tomei um banho rápido, escovei os dentes, me vesti e sai trancando a casa, eu sempre ia caminhando até o restaurante da minha mãe, era próximo e eu gostava de caminhar.
Assim que comecei a subir a morro percebi que tinham homens armados para todos os lados, e os moradores nas ruas pareciam apreensivos, apressei meu passo mas de nada adiantou, antes que eu chegasse a metade do meu caminho os tiros começaram de todos os lados e eu comecei a me abaixar e procurar abrigo em volta, todas as casas e comércios estavam fechados, de cima vinham os bandidos de baixo vinha a polícia, eu não tinha opção e estava morta de medo, me abaixei e entrei no primeiro beco que vi pela frente e comecei a correr, eu entrava numa rua mais estreita que a outra e não olhava para trás, o medo dos tiros me assombrava.
Quando parei eu só ouvia os tiros a longe, mas eu não fazia ideia de onde eu estava, mesmo morando aqui já a alguns anos eu não costumava caminhar pelo morro, era sempre do trabalho pra casa, de casa pra igreja e da igreja para casa, mal conhecia os vizinhos, não sabia o que fazer, peguei o celular mas o mesmo não tinha sinal.
Voltei a caminhar tentando achar uma rua mais conhecida, ou alguma casa aberta, qualquer coisa que me ajudasse.
Xxxxxx : Você é maluca garota ? O que faz nas ruas no meio desse tiroteio. Perguntou um senhor armado.
Rubi : Eeeuuuu... Gaguejei.
Xxxxx : Desembucha FDP. Ordenou impaciente.
Rubi : Eu estava indo pra casa da minha mãe. Disse tremula.
Xxxxxx : Tua mãe ? Quem é tua mãe ?
Rubi : A Teresa, dona do restaurante, perto da quadra.
Xxxxxx : Tu é filha da mulher que mora no casarão ?
Rubi : Isso. Assenti com a cabeça.
Xxxxxx : Bora que eu te levo pra lá. Disse saindo andando na frente sempre com a arma já em punho pra atirar e eu o seguindo cheia de receios.
A cada beco e viela que entravamos eu me apavorava mais, me sentia mais perdida, mais distante, os barulhos de tiro estavam agora ao longe mas eu não fazia ideia de quem era aquele homem ou aonde ele estava me levando, depois de uns 20/30 minutos caminhando comecei a reconhecer as ruas em torno do restaurante e então não demoramos a chegar ao mesmo.

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