Clarke + A-Lexa - Impossible

Capítulo 33 - Nem Tudo é o Que Parece

    Eu poderia passar o dia inteiro buscando forças para me manter concentrada nos meus afazeres e mesmo assim, no final do dia, eu não terminaria nenhum deles. Tudo isso porque dei a Raven alguns dias de folga para poder dedicar-se a sua vida pessoal.

    Concordo que a mecânica há um bom tempo precisava desse merecido descanso, visto que preferiu vender suas férias para poder me ajudar com o projeto. Mas se eu disser que tomei sozinha a decisão de dispensá-la, estaria mentindo. Depois de tanto insistir, Finn me convenceu a liberá-la para que pudessem marcar a data do casamento, que segundo ele seria no final do ano.

    Ainda é difícil olhar para Finn e não lembrar daquele garoto que vivia grudado comigo na época de escola, mas que agora está noivo e construindo uma família linda.

Como nossos filhos crescem rápido.

    Tenho que confessar que não ter Raven aqui, não é o único motivo que está me fazendo ficar tão dispersa. Até o momento em que Lexa caiu no sono, eu não parei de admirá-la nem por um segundo.

    Uma das coisas que mais me chamava atenção era ver o quanto Lexa estava se dedicando a me ajudar, mesmo que não tivesse nenhum conhecimento na área, ainda assim, se fazia presente todos os dias aqui no laboratório. Por outro lado, essa nova rotina fazia com que seu cansaço ficasse cada vez mais visível, e isso já estava começando a me incomodar. Cheguei a pedir a ela que ficasse em casa descansando, mas quem disse que a teimosa me ouviu?

    Lexa se mexe no sofá, o que me faz pensar estar sonhando. Seus olhos se abrem vagarosamente, mas logo se fecham.

- Boa noite – Falo baixo para não fazer barulho.

- Hum – Resmunga com uma voz manhosa, ainda com os olhos fechados - Que horas são?

- Quase sete horas - Lexa imediatamente volta a abrir os olhos, se sentando no sofá - Mas pode continuar descansando.

- Eu vim para te ajudar e o que fiz foi dormir – Mas ela sabia o que eu achava a respeito disso – E não adianta me olhar com essa cara, porque eu não vou embora.

- Mas eu não disse nada – Me finjo desentendida.

    Eu passava horas trancada no meu escritório que mal via o tempo correr do lado de fora. Apesar de ter uma grande janela de vidro, muitas das vezes eu preferia deixá-la escondida atrás das cortinas.

- Está com fome?

- Não muito, mas acho que vou querer um café.

    Se eu achava que já era gostoso ouvir a voz dela quando estava acordada, é porque eu ainda não tinha ouvindo quando estava sonolenta. Peguei o telefone para fazer o pedido, mas Lexa me parou.

- Pode deixar que eu vou lá pegar – Ela se levanta prendendo o cabelo em um rabo de cavalo – Algum pedido especial?

- Tem certeza? – Coloquei o telefone no gancho, apoiando meus braços sobre a mesa – Lembro que da última vez que andou por esses corredores, a senhorita acabou se perdendo.

- Não se preocupe – Ela fala sobre os ombros – Volto antes que sinta minha falta.

Eu não teria tanta certeza assim.

- Lexa – Ela para na porta, aguardando o que eu tenho a dizer – Pode me trazer um lanche?

    Ela pisca antes de sair. Aquilo foi o suficiente para arrancar um tímido sorriso de mim, e agradecer aos céus por ela ainda não estar aqui.

.

    E quando eu já estava começando a achar que Lexa tinha se perdido de novo pelos corredores, a vejo entrar na sala com as mãos ocupadas. Vou até ela para ajudar.