8.

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- William eu... - nem termino de falar, William soca a parede ao lado e eu me assusto com seu olhar furioso.

- Não me desobedeça Felipe.  - diz e se afasta saindo do banheiro em seguida. 
Me recomponho e saio do banheiro perdido em pensamentos e sensações, William só pode estar brincando comigo e eu não gosto disso.
Vou direto pra sala e como esperado a professora já estava lá, peço para entrar e ela me libera, vou direto para minha mesa de cabeça baixa e assim que me sento Emma gruda em mim.

- Porque demorou tanto? Não me diga que teve uma dor de barriga? - diz rindo baixo para não chamar a atenção.

- Claro que não garota, é só que... deixa pra lá. - digo por fim.

- Ok, depois da escola vamos pra minha casa? - pergunta fazendo cara de criança.

- Claro. - digo rindo.
As duas outras aulas acontecem normalmente, por vezes percebo o olhar de William sobre mim mas, assim que o olho ele desvia o olhar.
Assim, que bate o sinal saímos da sala.

- Vamos Lipe, to morrendo de fome. - diz Emma de cara feia.

- Vamos, eu também estou com fome mesmo. - digo e saímos pro estacionamento, pegar o carro. Emma entra no carro e eu faço o mesmo.

- Seus pais vão estar lá?

- Não sei mas, tomara que não. - diz Emma meio incomodada e eu não digo mais nada, ligo o rádio e seguimos o caminho em silêncio, prestando atenção na música.
Assim que chegamos Emma abre o portão automático e entramos, a casa na nossa frente é enorme e bem planejada, Emma desliga o carro após estacionar.

- Vem, vamos entrar. - diz e nós dois descemos do carro e vamos em direção a porta. Emma abre a porta e no meu campo de visão vejo uma sala de estar muito bem decorada, tudo parece combinar.

- Nossa Emma! Sua mãe tem um ótimo gosto para decoração. - digo e ela ri.

- Ela dedica todo seu tempo livre nisso. - diz Emma rindo. - Vamos pra cozinha, vou falar pra Rosa fazer alguma coisa pra gente comer.

- Tá bom. - digo e Emma me guia para a cozinha, assim que entramos me deparo com uma senhora de uns 40 anos, lavando as louças.

- Oi Rosa!! - Emma quase grita, a senhora se vira com um olhar carinhoso e Emma vai a abraçar.

- Oi minha filha. - diz Rosa.

- Rosa esse aqui é meu amigo Felipe. - Emma aponta para onde eu estou e Rosa vem até mim com um sorriso.

- Olá Felipe. - ela diz e aperta minha mão, eu sorrio para ela.

- Oi dona Rosa, pode me chamar de Lipe. - digo e ela assente.

- Rosinha será que você pode preparar alguma coisa pra gente comer, eu to morrendo de fome. - diz Emma e Rosa da um sorriso.

- Desde pequena sempre foi comilona né dona Emma?  - Rosa diz e eu dou risada.

- Eu amo comer, vocês sabem. - diz Emma.

- Eu levo pra vocês quando eu terminar minha filha, vou fazer dois sanduíches com tudo o que vocês tem direito. - diz Rosa.

- Estaremos no quarto Rosinha e obrigada. - diz Emma e da um beijo na bochecha dela.
Saímos da cozinha e vamos para o quarto de Emma. Assim que entramos percebo como tudo é arrumado e limpo.

- Seu quarto é bonito e organizado. - digo e Emma faz careta.

- Rosa vem limpar todos os dias, assim que saio pra escola. Por mais que eu já tenha dito que posso fazer isso sozinha. - Emma diz frustrada.

- Ela é muito importante pra você não é? - pergunto me sentando na poltrona e Emma se senta na cama.

- A Rosa é como uma mãe pra mim, ela me criou, me educou enquanto meus pais viviam longe. - diz Emma meio cabisbaixa.

- Ela te ama, deu pra vê nos olhos dela o quanto você é especial. - digo.

- Eu sei. - somos interrompidos com a batida de Rosa na porta e ela adentra o quarto.

- Aqui está meus amores, o lanche e um suco natural pra acompanhar. - ela diz e coloca a bandeja sobre a mesinha.

- Obrigada rosinha, você sempre é um amor comigo. - Emma diz.

- Que nada filha, se precisarem de mais alguma coisa me avisem crianças. - ela diz e Emma revira os olhos e eu dou risada. Rosa sai do quarto e nós começamos a comer nossos lanches.

- Seus pais não estão em casa?- pergunto.

- Eles nunca estão, então não faz muita diferença. - Emma dá de ombros e comemos em silêncio.
Ficamos a tarde toda vendo filmes de terror, gênero preferido de Emma.

- Chega por favor Emma! - digo com medo do próximo filme que ela pode escolher.

- Para de ser medroso Lipe, vamos assistir mais um. - diz Emma.

- Emma eu não aguento mais ver exorcismos e sangue. - digo fazendo careta e Emma da risada. - E também agora já são 17:00 horas, eu preciso ir pra casa. - digo e Emma bufa me tacando uma almofada.

- Ah que droga, amanhã a gente continua então. - diz e eu a encaro.

- Errado! Amanhã vamos assistir meu tipo de filme mocinha. - digo e ela revira os olhos.

- Ah! Eu acho que amanhã vou acabar vomitando de tanto amor. - Emma se joga no chão e finge vomitar.

- Para com isso besta. - digo e taco uma travesseiro nela que se levanta.

- Você não deveria ter feito isso Felipe Foster, agora irá sangrar. - ela diz e pega uma almofada, automaticamente faço o mesmo é começamos uma guerra de travesseiros. Claro que eu perdi feio pra ela é já não aguentando mais...

- Chegaaa! Eu to ficando sem ar. - digo tentando respirar normalmente.

- Ai Lipe eu sempre ganho. - diz Emma se gabando e eu mostro o dedo do meio para ela.

- Olha o respeito Felipe. - diz e eu reviro os olhos.

- Vamos então? - pergunto e Emma assenti com a cabeça, pego minha mochila e descemos as escadas com Emma levando a bandeja que Rosa nos deu mais cedo. Vamos direto pra cozinha e Rosa estava lá.

- Rosinha, aqui está a bandeja. - Emma diz e entrega a bandeja pra Rosa.

- Vocês já vão?  - Rosa pergunta.

- Ah eu só vou levar o Lipe na casa dele e já volto ok? - Emma pergunta.

- Claro filha, tomem cuidado crianças e Felipe foi um prazer conhecer você.

- Foi um prazer Rosa. - digo e saímos da casa, Emma entra no carro e eu também.

- Ela gostou de você. - diz Emma assim que viramos a primeira esquina.

- Ela é bem simpática. - digo.

- Rosa sempre é um amor de pessoa, então vamos tomar sorvete? - pergunta Emma sorrindo.

- Que tal a gente comprar um pote e ir pra minha casa? - pergunto.

- Boa ideia, seus pais chegam logo.

- Já devem estar indo pra casa. - digo, Emma para o carro na frente de uma sorveteria.

- Essa sorveteria tem o melhor sorvete da cidade, meu pai me trazia aqui quando pequena. - Emma diz assim que entramos.

- Ótimo, vamos comprar dois potes? - digo pegando a carteira e Emma me impede.

- Eu pago Lipe. - diz Emma.

- Nem pensar, vamos dividir. Eu pago um e você o outro. - digo e pego dinheiro na carteira me virando para o atendente. - Queremos dois potes, um de flocos e o outro misto. - digo e entrego o dinheiro e Emma faz o mesmo em seguida. Pegamos o sorvete e vamos pra minha casa.

Você pertence a mim (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora