Roger suspirou. Sentiu o corpo dolorido enquanto levantava-se do sofá da sala. Seus olhos ainda não haviam se ajustado à luz ambiente, então, aos poucos e cuidadosamente, ele se aproximou do pequeno relógio da mesa de centro. Onze e cinco da noite. Desde quando ele dormia tanto à tarde? Gargalhou da própria situação deplorável e caminhou em direção a um dos quartos da casa, onde encontrava-se Brian May, ainda acordado, porém imerso em suas papeladas que estavam espalhadas por toda a cama.— Ei, Brian — o loiro o chamou, agora um sorriso fazia-se presente em seus lábios. — Vamos beber alguma coisa.
— Sério, Rog? — O mais velho arqueou as sobrancelhas e alternou o olhar entre os papéis bagunçados e o amigo.
— Qual é, May. — Ele revirou os olhos. — Deixe de ser um velho por alguns minutos. Nós vamos começar a gravar um disco daqui a uma semana. Não custa nada nos divertirmos um pouco antes.
— É, mas no momento eu estou meio ocupado. — O moreno sinalizou a papelada com a cabeça.
— Espero não ficar tão chato assim quando eu casar. — Roger Taylor fez uma careta.
— O que você disse?! — Brian pareceu levemente alterado e se levantou da cama em um salto. — Espera aí, você pretende casar? — Ele apontou para o loiro. — Você, Roger Taylor? — perguntou, ainda incrédulo.
Roger acabou gargalhando um pouco da reação exagerada do amigo.
— Pronto, agora que já se levantou, não está mais tão ocupado com os papéis. — O loiro sorriu, vitorioso, aproveitando para fugir do assunto.
Dessa vez, foi Brian quem revirou os olhos.
— Ok. Só porque vamos ficar praticamente trancafiados em uma fazenda na próxima semana. — Brian disse, dando um tapinha fraco no ombro de Roger.
Os dois não demoraram muito para que pudessem sair de casa. Roger tomou um banho rapidamente, trajou uma roupa inteiramente preta, passou um bom perfume e já estava pronto. Brian, por sua vez, apenas trocou a calça de moletom por uma calça jeans, e logo reencontrou o amigo para que pudessem sair.
Havia um bar perto de casa, talvez essa fosse uma das maiores vantagens de se morar em Londres: tudo estava perto. Brian dirigiu, e em dez minutos eles chegaram naquela construção de coloração marrom, com fortes luzes de diferentes cores que chamavam a atenção. Roger saltou para fora do carro, com um sorriso em seus lábios. Estava animado. Queria poder ter chamado seus outros amigos para os acompanharem, mas John provavelmente estaria dormindo, e Freddie, ocupado em suas composições, que mais pareciam seus filhos.
Por outro lado, Brian tinha quase absoluta certeza de que seria trocado por uma mulher qualquer ao longo da noite, e que seria forçado a retornar para casa caminhando e sozinho. Era o que normalmente acontecia. A noite sempre terminava em Roger e suas garotas. Isso o fez o suspirar frustrado, porque sabia que se arrependeria.
Roger adentrou ou lugar calmamente, enquanto Brian caminhava atrás dele. Rapidamente, ele sentou-se em um dos bancos próximos ao balcão e pediu duas doses de vodka, uma para si mesmo e outra para Brian.
O Taylor permitiu que o seu olhar percorresse o ambiente enquanto aguardava sua dose da bebida. Seus olhos curiosos e atentos percorreram desde os homens bêbados sentados a beira do balcão até os corpos dançantes na pista de dança improvisada. Assim que o copo bateu sobre o balcão de madeira, emitindo um som característico, Roger virou a bebida de uma vez, e pôde sentir o seu corpo esquentar por dentro.
— É realmente bom relaxar um pouco — Brian comentou, tomando um gole da vodka e sentindo calmamente o líquido descer pela sua garganta, mas logo fez uma careta. — Mas você sabe que não sou muito fã de bebidas fortes.
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Right By Your Side
RomanceRoger Taylor se vê surpreso ao reencontrar uma amiga de infância em uma noite qualquer nas terras de Londres. Ele só não esperava que esse acontecimento repentino fosse, de certa forma, alterar o curso da sua vida.