Capitulo 12

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Não! Não! Larga-me Rui!

Desta vez não foi o despertador que me acordou. Foi uma voz feminina.

-Filha, acordada.- diz a minha mãe.

Eu abri os olhos de repente sentando-me rapidamente na cama.

-estavas a gritar enquanto dormias.- disse- estavas a sonhar com o quê?

Obviamente que eu não ia dizer que estava a sonhar com o que tinha acontecido de madrugada.

-Nada de especial, já passou.- respondi.

Ela ficou a olhar para mim com um ar desconfiado. O silêncio fez-nos companhia durante alguns segundos.

-Está bem, vou lá para baixo.- diz.

-Okay.

Ela saiu do meu quarto pensativa.

Apesar do sono que tinha não conseguia dormir mais, podia ter ido a cozinha comer qualquer coisa, mas não tinha fome, então limitei-me a ficar deitada.

Liguei a televisão e procurei um canal interessante, sozinha com os meus pensamentos.

Acabei por adormecer novamente. Acordei com a minha mãe a chamar-me para ir almoçar.

A fome era pouca e a vontade de conviver com alguém era nula.

Sentei-me a mesa e comecei a comer juntamente com eles.

-o quê que se passa?- pergunta Paulo.

-nada.- digo tentando não parecer mal educada.

Lá me chatearam com as perguntas deles durante uns minutos.

Quando acabei de comer subi logo e fui em direção ao meu quarto.

Não tinha vontade de fazer nada, só queria ficar o resto do dia deitada e sozinha.

Quando me deitei novamente peguei no telemóvel, tinha 2 mensagens.

-Bom dia princesa.- de André.

-Tens entregas para fazer, vem ter comigo à garagem.- de Rui.

Não respondi, nem a um nem a outro.

Levantei-me da cama, escolhi a roupa para vestir, escura como sempre, tomei banho, vesti a roupa que tinha escolhido, calcei as minhas vans pretas, lavei os dentes e penteei-me.

Logo de seguida peguei no capacete, nas chaves da mota e de casa e desci.

-Mãe, tenho de sair.

-Onde vais?- pergunta parando de lavar a louça para me encarar.

-Tenho de ir para a casa da Ivana, temos um trabalho para fazer em conjunto.-menti.

-trabalho de quê?

-Filosofia.

- A que horas voltas?- perguntou.

-Não sei.- respondo sincera.

-Quero-te em casa antes do jantar.

-Está bem, até logo.

-Até logo.- respondeu.

Antes de meter o capacete olhei para o telemóvel para ver se tinha mais alguma mensagem. Nada.

Arranquei assim que pus o capacete.

Cheguei a garagem, mas o portão estava fechado. O carro do Rui estava estacionado no mesmo sitio, o que queria dizer que ele realmente estava lá dentro.

Silêncio Profundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora