Não! Não! Larga-me Rui!
Desta vez não foi o despertador que me acordou. Foi uma voz feminina.
-Filha, acordada.- diz a minha mãe.
Eu abri os olhos de repente sentando-me rapidamente na cama.
-estavas a gritar enquanto dormias.- disse- estavas a sonhar com o quê?
Obviamente que eu não ia dizer que estava a sonhar com o que tinha acontecido de madrugada.
-Nada de especial, já passou.- respondi.
Ela ficou a olhar para mim com um ar desconfiado. O silêncio fez-nos companhia durante alguns segundos.
-Está bem, vou lá para baixo.- diz.
-Okay.
Ela saiu do meu quarto pensativa.
Apesar do sono que tinha não conseguia dormir mais, podia ter ido a cozinha comer qualquer coisa, mas não tinha fome, então limitei-me a ficar deitada.
Liguei a televisão e procurei um canal interessante, sozinha com os meus pensamentos.
Acabei por adormecer novamente. Acordei com a minha mãe a chamar-me para ir almoçar.
A fome era pouca e a vontade de conviver com alguém era nula.
Sentei-me a mesa e comecei a comer juntamente com eles.
-o quê que se passa?- pergunta Paulo.
-nada.- digo tentando não parecer mal educada.
Lá me chatearam com as perguntas deles durante uns minutos.
Quando acabei de comer subi logo e fui em direção ao meu quarto.
Não tinha vontade de fazer nada, só queria ficar o resto do dia deitada e sozinha.
Quando me deitei novamente peguei no telemóvel, tinha 2 mensagens.
-Bom dia princesa.- de André.
-Tens entregas para fazer, vem ter comigo à garagem.- de Rui.
Não respondi, nem a um nem a outro.
Levantei-me da cama, escolhi a roupa para vestir, escura como sempre, tomei banho, vesti a roupa que tinha escolhido, calcei as minhas vans pretas, lavei os dentes e penteei-me.
Logo de seguida peguei no capacete, nas chaves da mota e de casa e desci.
-Mãe, tenho de sair.
-Onde vais?- pergunta parando de lavar a louça para me encarar.
-Tenho de ir para a casa da Ivana, temos um trabalho para fazer em conjunto.-menti.
-trabalho de quê?
-Filosofia.
- A que horas voltas?- perguntou.
-Não sei.- respondo sincera.
-Quero-te em casa antes do jantar.
-Está bem, até logo.
-Até logo.- respondeu.
Antes de meter o capacete olhei para o telemóvel para ver se tinha mais alguma mensagem. Nada.
Arranquei assim que pus o capacete.
Cheguei a garagem, mas o portão estava fechado. O carro do Rui estava estacionado no mesmo sitio, o que queria dizer que ele realmente estava lá dentro.
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Silêncio Profundo.
AléatoireIleana é uma adolescente com 17 anos. A sua vida deu uma volta enorme a uma dada altura da sua vida, como consequência dos atos de outras pessoas, Ileana teve de aprender a viver com duas coisas, depressão e mutilação. Transformou-se num coração de...