Capitulo 13

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Acordei no dia seguinte com o sangue seco nos meus braços.

Levantei-me da cama e fui até a cozinha para comer qualquer coisa, mas não tinha vontade de comer, nem de nada, muito menos de viver. Os meus pensamentos quase que me matavam.

A casa estava em silêncio, supus que eles tivessem ido às compras. Pelo menos não me acordaram.

Subi para o quarto e escolhi uma roupa larga e desportiva para vestir depois de tomar banho.

Entrei dentro da casa de banho com as toalhas de banho e a roupa na mão. Pousei-as e fiquei a olhar para o espalho durante alguns minutos.

Sentia-me inútil e sem vontade de viver, já disse sem vontade de viver?

Despi o pijama e entrei dentro da banheira. Os cortes arderam por causa da água quente que caia sobre o meu corpo. Nada que já não tivesse habituada.

Depois de tomar banho sequei-me com uma toalha de banho e enrolei a outra no cabelo.

Os cortes que tinha nos braços chamaram-me a atenção.

Eu faço mal a mim mesma.

Vesti a roupa que tinha escolhido, enxuguei o cabelo com a toalha mais pequena e fui para o quarto.

Sentei-me na cama e liguei a televisão para me fazer companhia. Peguei no meu telemóvel que estava ao meu lado e li as mensagens que tinha por ler.

-bom dia princesa.- mandou André.

-bom dia.- respondi.

-podemos passar o dia juntos?- perguntou.

A minha vontade era ficar em casa, o dia todo. Sem fazer nada, sem ninguém, mas por algum motivo eu concordei.

-podemos.- respondi.

Combinamos encontrar-nos a porta do prédio dele as 12:30.

Levantei-me da cama e mudei de roupa. Escolhi umas calças pretas, uma blusa preta, um casaco de ganga e as vans pretas.

Peguei no capacete, nas chaves de casa e da mota e desci indo até a cozinha para avisar a minha mãe.

-mãe, eu hoje vou passar o dia todo com o André está bem? Almoço com ele, combinamos encontrar-nos as 12:30.- digo.

-está bem. Então mas ainda são 11:00 da manhã.- respondeu- vais já porquê?

-vou dar uma volta sozinha antes de ir.

-está bem.- respondeu com o ar estranho.

-até logo.- disse-lhe.

-até logo.

Saí de casa, pus o capacete e arranquei.

Dei uma volta pela cidade e depois fui até a praia. Estava vazia.

Ao 12:15 arranquei para a casa do André.

Fiquei a observar o mar a procura de motivos para continuar a viver. Desde os 9 anos que pensava no suicídio, na melhor forma para morrer, na que não sofresse tanto ao morrer pois para sofrer já basta viver.

Na verdade, só continuava viva por causa da minha família, pensava no sofrimento que ia deixar se eu fosse.

As 12:15 arranquei para o prédio do André.

Parei a porta do prédio e mandei mensagem.

-Já cheguei.

-vou agora.- respondeu.

Silêncio Profundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora