Thalita P.O.V por aprendizdaDJ.
Gabie P.O.V. por laurensweapon.
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Thalita P.O.V.
Tentei disfarçar a careta que a dor no meu tornozelo provocava, mas não tinha muita certeza se estava me saindo bem nisso. Dei meia volta, procurando minha dupla em cima do palco. Ainda estávamos no início da peça, eu não queria acreditar no que acabara de acontecer comigo. Gabie sorria, genuinamente feliz ao declamar suas falas e fazer algo que ela amava tanto. De costas para a plateia, meio manquei, meio corri, rezando internamente para que a distância entre nós duas se dissipasse logo.
Uma pontada dolorida mais forte atingiu-me em cheio. Arfei, finalmente tendo a atenção de Gabie sobre mim. Sem perder a conexão com o momento, conversamos apenas pelo olhar. Ela soube que algo havia dado errado. Correu até mim, como se aquilo fizesse parte da programação, e enlaçou minha cintura com um dos braços. Assim, eu tinha o apoio que precisava para continuar de pé.
Terminamos a peça entre trancos e barrancos. Gabie precisou me carregar praticamente o tempo inteiro. Os bacanas notaram que eu não estava bem, o que, na verdade, não foi muito difícil. De qualquer maneira, me recusei a abandonar o palco antes do último ato. Quando as cortinas se fecharam e nós ficamos longe do olhar do público, desabei no chão, grunhindo de dor. Meu tornozelo latejava insistentemente, fazendo minha cabeça girar.
- O que aconteceu? - perguntou Gabie, cheia de preocupação.
- Machuquei o pé quando estava descendo as escadas.
- Precisamos ir no hospital, Thali, você pode ter quebrado alguma coisa.
Não demorou muito até que o pessoal da produção aparecesse. Meu irmão deu ordens para que fossem organizar a sessão de fotos e, em seguida, me pegou no colo. No caminho até o camarim, Gabie não tirou os olhos de mim, o tempo todo parecendo querer se certificar de que eu estava ali e inteira.
Já fazia um certo tempo que esse tipo de olhar não me era dirigido. Nas últimas semanas, Gabie estava um pouco distante, frequentemente arranjando motivos que acabavam nos afastando de algum jeito. Mesmo que me
magoasse, aceitei sua escolha de se distanciar, porque ela devia ter suas razões para isso.Entretanto, naquele momento, eu reconheci em seu olhar a Gabie de sempre. A Gabie que se preocupava tanto comigo ao ponto de perder o sono, a minha melhor amiga e confidente, a Gabie que me amava. Eu gostava disso, da sensação de saber que ela estava reparando em mim tão atentamente, que talvez até conseguisse ler meus pensamentos.
O resto da noite passou quase como um borrão. Me deram alguns gigantes comprimidos para dor, que Gabie precisou ela mesma enfiar na minha goela. Só então consegui fazer toda a sessão de fotos, sentada numa cadeira e recebendo os mimos e desejos de melhora dados pelos bacanas. Depois, Bruno me levou a um pronto-socorro. Descobrimos que eu torcera o tornozelo, portanto saí de lá arrasando numa botinha imobilizadora que, pelo menos, era preta.
Gabie P.O.V.
Eu não vi o momento em que o incidente aconteceu, só percebi que alguma coisa estava errada quando o olhar da Thalita encontrou o meu de volta em cima do palco.
Eu via dor e desespero nos meus castanhos favoritos. Tentei entender o que seus olhos queriam dizer, mas seu jeito de andar já deixava uma grande pista.
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Curious {oneshot}
FanficCU.RI.O.SI.DA.DE Substantivo feminino 1. Qualidade do que é curioso. 2. Vontade de ver, de conhecer: satisfazer sua curiosidade. 3. Desejo de conhecer dos segredos, dos negócios alheios. 4. Gosto, paixão por coisas raras, originais.