Único

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— Sério, eu fui furtado hoje de novo. Acho que foi no ônibus. Mas a sorte é que ganhei de natal um celular novo da minha avó. De qualquer jeito, bloqueia o antigo número e avisa a galera que troquei de celular. Vou postar no instaram para o pessoal bloquear também.

Algumas horas antes

Jongin havia prestado vestibular para a Universidade de Yonsei e há poucos dias recebeu a resposta de que conseguiu uma vaga para o curso de Arquitetura. Estava muito feliz em passar de primeira no vestibular, assim que acabou o colegial e por isso, foi todo sorridente se matricular.

Fazia frio e a universidade estava parcialmente vazia, podia-se contar nos dedos quantas almas penadas estavam lá, afinal, os alunos já estavam de férias. A empolgação de Jongin para se matricular foi tanta que acabou esquecendo um documento em casa, tendo que pedir ao hyung Jongdae para "dar uma passadinha" lá, o que atrasou o processo de matricula em um bom tempo e o fez sair da universidade tarde da noite porque Jongdae nunca foi muito pontual.

— Vamos pra casa juntos? – perguntou Jongin, meio emburrado ainda pelo atraso do hyung.

— Nem rola, vou sair com uma pessoa. Mas não devo chegar muito tarde. – Jongdae sorriu bagunçando o cabelo preto do irmão mais novo – Vai para o ponto e vê se avisa se passar em algum lugar antes.

Jongin assentiu fazendo bico e caminhou até o ponto de ônibus perto da faculdade como o irmão havia dito. Àquela hora parecia um deserto frio, pois o garoto era o único no ponto. Cruzou os braços e fez a melhor expressão emburrada que conseguia, afinal, só estava saindo naquele horário por culpa do Jongdae e o safado ainda nem ia pra casa com ele.

Suspirou derrotado e virou-se para olhar se os bancos não estavam sujos para sentar, quando viu uma coisinha brilhar na neve acumulada na cerca viva atrás do ponto. Olhou para os lados antes de se aproximar e se abaixar para pegar o que descobriu ser um celular. Olhou novamente para os lados para ter certeza que ninguém havia passado ali e deixado o aparelho cair, e clicou no botão inicial. Mas o celular parecia desligado, sendo assim, Jongin o colocou no bolso e disse para si mesmo que voltaria lá no dia seguinte para procurar o dono.

[...]

Como um bom garoto (e não muito inteligente), Jongin foi para o ponto de ônibus no dia seguinte, confiante de que o dono do celular apareceria ali para o procurar. O coitado ficou lá quase o dia todo até desistir e voltar para casa mais emburrado do que nunca.

Entrou em casa sendo recebido por Jongdae com uma caixa de rosquinhas para recompensá-lo do dia anterior.

— Não estou mais chateado com aquilo, Dae.

— Então qual é o motivo dessa cara de bunda? – Jongdae perguntou franzindo o cenho.

— Nada não, Dae. Vou para o quarto agora, tá bem? – suspirou pegando uma rosquinha da caixa e indo para seu quarto.

Jongin procurou o carregador do celular jogando dentro da gaveta e deitou na cama. A rosquinha estava na boca quando colocou o celular achado na rua para carregar. Não demorou muito para pegar carga e ligar o aparelho. A imagem de um cachorro preto e fofo brilhou na tela, acompanhado do horário.

Jongin não segurou o sorriso, ele amava cachorros.

A sorte foi grande quando notou que o aparelho estava sem senha. Suspirou super aliviado porque assim teria como o devolver. A imagem do fundo era uma foto do Parque de Cheonggyecheon muito bonita. Jongin ainda nem havia mordido a rosquinha e foi logo clicando em contatos para ligar e avisar que havia achado o celular.

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