Capitulo 20

79 6 1
                                    

"MEU DEUS O QUE EU FAÇO?"

"Só convença Gisele que o irmão do Jorge quer encontrar ela aqui, eu estou com ele aqui, e daqui a pouco mando mensagem para Jorge"

"Ta bom"

Corri até a casa de Gisele, pela cara dela creio que eu não era a visita que ela queria.

- O que você quer? - ela só tinha aquela cara de nojo, não é possivel.

- Sei que não gosta de mim, mas preciso que vá até a praça comigo.

- Por que eu faria isso?

- Porque o irmão de Jorge está lá,  ele pediu pra eu te chamar porquê ele tem algo a te dizer.

Pela primeira vez vi ela mudar de expressão, seus olhos arregalaram e um sorriso enorme se formou em seu rosto.

- ENTÃO VAMOS! Espera... Eu estou bonita?

- Como sempre. - falei com tédio.

Ela pegou minha mão e saiu em disparada toda sorridente em direção a praça.

____________________________________

Chegando lá, a expressão de Gisele era de surpresa, mas não a surpresa que esperávamos até porque eu estava tão surpresa quanto.

Arthur e o irmão de Jorge estavam em um banco no canto da praça se beijando.

Ficamos olhando fixamente sem reação, por mais surpresa que estivesse não achei ruim, então sorri.

- Por que está sorrindo?! - Gisele perguntou incrédula - ESSE CARA ERA PRA SER MEU, VOLTEI COM JORGE APENAS POR CAUSA DELE E ELE TA BEIJANDO AQUELE CARA, QUE DESPERDÍCIO!

- Acho bom que o Arthur e meu irmão estejam ficando. - Jorge surgiu atrás da gente.

Nos assustamos.

- E também achei legal você ter tirado sua máscara, Gisele. Acabou. - ele a olhou com seriedade e em seguida saiu.

- Jorge, não! - ela exclamava desesperada. - Eu estava brincando!

Ignorei ambos e fui em direção dos pombinhos.

- Oi. - os comprimentei sorrindo largamente.

Arthur ficou constrangido ao perceber minha presença.

- Meu Deus! Desculpa Lili, juro que posso explicar, não se preocupe eu irei consertar tudo.

- Fica calmo. - eu ri. - Nem precisou de esforço pra acontecer - indiquei com a a cabeça o lugar que Jorge e Gisele estavam discutindo.

- É ela que gosta do meu irmão?

Arthur acenou com a cabeça.

- Prazer, meu nome é Gabriel.

- Lívia. - o comprimentei. - Então Arthur, você é...?

- Eu sou bi.

- Ah, faz sentido. Você é bi também Gabriel?

- Eu sou gay.

- Ah ta.

- Olha, você me parece legal, por que nunca ficou com meu irmão?

- Eu sou Bv... - falei envergonhada.

- Jura?! Uau! Não parece.

- Pois é... Bem, vou deixar vocês a sós. Tchau.

- Tchau. - eles disseram em uníssono.

Enquanto caminhava pela praça ouvi uma voz meio rouca acompanhada por um violão, tal voz era familiar.

- Red Cheep?

Olhei para o lado e avistei Carlos jogado em uma arvore.

Acenei com a mão.

- Vem cá.

Fui em sua direção, sentei na tua frente.

- Está melhor bebum?

- Me respeita que eu sou mais velho.

Eu ri.

- E você tá melhor da tremedeira?

- Estou sim.

- Aquele cara te deixou em paz?

- Sim, sim.

- Ele é um babaca.

- Ele é legal...

- Sem chance.

- Mas então, não sabia que tocava.  - desviei do assunto.

- De vez em quando. Estou pensando em tocar no show de talentos com Beca.

- Oh, ela canta?

- Não, a voz dela é horrivel, maaaaas ela sabe fazer malabarismo.

- Uou.

- Mas sabe quem poderia cantar?

- Quem?

- Um minuto. - ele procurou algumas notas no violão e em seguida cantarolou - Voooocê.

Eu ri, até perceber que ele falava sério.

- Oh não Carlos, sem chance. Agora tenho de ir, está tarde.

- Ta então, tchau.

___________________________________

No dia seguinte todos estavam estranhos, todos os envolvidos na cena de ontem não trocavam se quer olhares.

Achei estranho Arthur não falar comigo, talvez ele se sentisse envergonhado, acho que ele precisaria de um tempo para se acostumar com os comentários que rodavam pela escola.

Quem eu não pude deixar de notar era Jorge, que andava isolado pelos cantos.

- Ele vai ficar bem, relaxa. - Carlos me chamava a atenção novamente, ele havia notado meus olhares preocupados para Jorge.

- Eu nunca vi ele assim...

- Minha Margarida totalmente apaixonada. - Beca tirava com a minha cara.

- Apaixonada? Será?

- Parece.

- Vocês exageram tanto. - Carlos revirou os olhos.

- Para de ser anti-romântico, Unicórnio.

- Não estou sendo anti-romântico, apenas realista.

Eles começaram a discutir e eu só sabia rir, aqueles dois eram uma piada.

O resto do dia correu bem.

O estranho foi às 21:00 da noite baterem na minha porta.

- Quer chá? - era Jorge com uma garrafa térmica e um sorriso amarelo.

- Tá bom então, né.

Peguei duas xícaras e sentamos no sofá.

- Então... Como você está?

- Decepcionado, porém não surpreso.

- Você parecia meio abalado na escola.

- Posso deitar no teu colo?

- Desde que não derrube chá em mim.

Ele deitou, respirou fundo e começou  a falar:

- Acabei descobrindo que Gisele havia me traído anteriormente, e agora sou conhecido como corno. Estou meio chocado quanto à sexualidade do meu irmão, ele nunca havia contado para a família, mas apoio ele. E ainda tem você...

- Eu? Como assim?

Ele sorriu e olhou para o lado.

- Nada demais, mas está meio envolvida também.

Como perder o BV em seis mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora