Analú
Abri meus olhos e estava em um hospital, me mexi na cama e minha mãe levantou rapidamente e foi pra perto de mim. Ela me puxou para o seu colo e me abraçou.
Analú: mãe – falei baixinho –.
Mia: não diz nada, está tudo bem.
Analú: e o Rodrigo? Ninguém atendeu ele.
Mia: filha, é por causa dele que tudo isso aconteceu. Ele te atraiu pra lá.
Analú: não foi isso – sentei na cama –.
Mia: iremos conversar sobre isso depois tá bom? Por favor descansa.
Não quis discutir, na verdade eu não aguentava mais discutir com todos sempre. Peguei no sono novamente, quando estava escurecendo os médicos me deram alta já que não tive nenhum ferimento, fiquei mais por observação. Chegamos até a casa de Manu e queria apenas ir para o meu quarto e ficar sozinha, mas não...
Rique: acho melhor você ir embora com a gente, voltar para BH.
Analú: não, eu quero ficar aqui com a Manu – olhei pra ela e a mesma deu um sorriso triste –.
Manu: mana – se aproximou e balancei a cabeça rindo de nervoso – eu não fui capaz de te proteger e te deixar longe de tudo isso que aconteceu.
Analú: eu fui a culpada e não você – olhei pra minha mãe – por favor, eu vou me comportar.
Mia: acho melhor até você fazer 18 anos, depois disso você pode voltar mas para estudar.
Analú: porque vocês querem ficar controlando a minha vida o tempo todo? Não posso mais fazer nada que vocês já reclamam, meu Deus.
Saí de lá e fui para o meu quarto, tranquei a porta e deitei. Peguei meu celular e fiquei olhando a foto de Rodrigo, aquela que tiramos no dia que fomos jantar juntos, ele era o cafajeste mais lindo que existia, eu conseguia me sentir tranquila ao lado dele mesmo com tantas coisas acontecendo, mesmo sabendo que ali seria perigoso, fiquei ali pensando em tudo até pegar no sono.
3 dias passou, os dias mais demorado da minha vida. Eu ainda não estava decidida há voltar para BH mas eles me perturbavam todos os dias e era um saco, acordei cedo porque iria malhar na academia do prédio, estava me ajudando a tirar essa raiva toda que eu sentia. Coloquei minha roupa de malhar e prendi o cabelo, saí do quarto e não havia ninguém respirei aliviada, peguei o elevador e desci fui caminhando pelo hall até meu celular tocar "número desconhecido".
IDL
A: Alô.
R: princesa... – falou baixinho e parei de andar –.
A: Rodrigo? É você mesmo? Sério?
R: claro – ele riu – não tenho muito tempo, como você esta? Estou com saudades.
A: eles querem me levar de volta pra BH, não quero ficar longe de você. Tá tudo uma droga, repórter não sai do nosso prédio, tá tudo um saco. E você? E o tiro que levou? Eles cuidaram de você?
R: eu tô bem, mas me escuta princesa – deu uma pausa e suspirou – eu preciso que você volte para BH até a poeira abaixar. Eu também não queria estar longe mas nessa altura do campeonato não temos o que fazer então por favor, volte com os seus pais e não culpe eles.
A: eu não quero ir pra lá, quero estar aqui até você sair daí.
R: o que eu sinto por você eu nunca senti antes Analú, eu me culpo todos os dias por tudo que aconteceu com você mas você precisa ouvir eles. Não sei quando vou conseguir te ligar de novo e isso não é vida pra ninguém. Por favor, vá e se cuide.FDL
Tentei ligar de novo mas foi em vão, estava dando desligado. Fui para a academia e comecei na esteira, aumentei a velocidade e já estava pingando de suor quando Bianca chegou.
Bia: amiga, que isso cara – se aproximou e subiu na esteira do meu lado –.
Analú: só assim para descontar minha raiva.
Bia: o que houve?
Analú: Rodrigo me ligou, não fala nada pelo amor de Deus – contei tudo pra ela –.
Bia: e você vai mesmo ir embora?
Analú: acho que serei uma preocupação a menos para a minha irmã, ela esta grávida agora e não pode ficar passando nervoso.
Bia: não quero que vá, mas se for te fazer bem eu fico feliz por você. E sabe que estarei aqui né?
Analú: claro que sei – nos olhamos e rimos –.
O dia passou bem rápido, malhei com a Bia e fomos almoçar em um restaurante beira mar próximo dali. Comemos e conversamos bastante, era bom ter ela por perto. Terminamos o almoço e caminhamos pela praia, conversamos bastante sobre tudo e de como seria daqui frente. Quando estávamos voltando pelo calçadão dou de cara com Victor, ele estava com a prancha na mão saindo do mar apenas de bermuda e todo molhado, seu olhar foi de encontro ao meu e ele abriu um lindo sorriso ao me ver.
Victor: Analú.
Analú: Victor – sorri de lado e ele cumprimentou eu e Bia –.
Victor: você está bem? Vi a reportagem, liguei para Bruno e não quis te incomodar – passou a mão entre os cabelos sem tirar os olhos de mim –.
Analú: eu tô bem, na verdade indo – fiz careta – logo logo isso passa e ninguém mais irá se lembrar – rimos –.
Victor: Bruno me chamou para um jantar hoje na sua casa, você vai estar lá né?
Analú: na verdade vou voltar para BH.
Victor: sério? Que pena, poderia jantar com a gente hoje – ele deu um sorriso de lado e segurei o riso –.
Analú: a gente se ver surfista.
Victor: com certeza Analú.
Entrei em casa e estavam todos lá, meus pais já estavam com as malas prontas e me olharam assim que eu entrei.
Analú: vou embora com vocês, daqui 5 meses eu faço 18 anos e volto pra cá – olhei pra Manu – se não for problema pra você e pro Bruno.
Manu: claro que não, estaremos te esperando – falou passando a mão na barriga e rimos –.
Analú: eu já volto.
Fui para o meu quarto e comecei a colocar as coisas na mala.
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Nem todo erro é errado ||
JugendliteraturEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia Capa: sophiadelrey • +16 | Após passar 2 anos, algumas coisas mudaram, Manu e Bruno seguem uma vida bem independente só os dois no Rio de Janeiro e estão ansiosos com a chegada de Analú, i...