Caitriona gravou o tape pra o teste sozinha, mesmo com Sam reclamando que era um absurdo ele ensaiar com ela mas não poder gravar o produto final. Mas, ela realmente precisava fazer aquilo nos termos dela e ela estava no final da gravidez. Se não era bom contraria-la normalmente, agora era contra indicado. Ela saiu do escritório e andou calmamente em direção a ele que "folheava" as páginas do jornal no Ipad.
-E então?
-Gravei e enviei. Ainda bem que deu tempo.
-Eles recebem até a próxima semana.
-Provavelmente na próxima semana não terei tempo de gravar nem uma saudação pra os amigos.
-Ainda faltam 3 semanas. Ele disse apontando pra enorme barriga que ele achava linda.
-Minha bolsa acabou de romper. Nós temos que ir agora pra maternidade.
Sam pulou da cadeira
-Meu Deus! Como assim rompeu? Cait você está bem? Mããe! Maria!
-Calma. Eu estou bem.
Crissy e Maria subiram apressadas, encontraram Sam com cara de desespero e Cait muito calma.
-Foi minha bolsa que rompeu, eu ia chamar vocês como alguém normal, mas Sam começou a gritar.
-Então, chegou o grande dia. Disse Crissy.
-Sim, você pode avisar ao meu médico e a parteira? Enquanto isso, você me ajuda a me vestir Maria. E você, Sam ,pegue as maletas que separamos pra mim e o bebê, os documentos e fique calmo.Sam estava visivelmente abalado e sem saber o que fazer, por isso ele não entendia como Cait e sua mãe podiam estar tão calmas. Claro que ele havia se preparado pra dar um suporte a ela durante o parto,ele leu muito e participou de palestras, mas agora era o dia, tudo era real demais. Cait sempre o chamou de " Centro de Calma" dela, ele não podia decepciona-la, mas também não podia negar que estava apavorado.
-Eu vou sempre apertar muito você cada vez que a dor vier, vou te machucar.Ela disse rindo, enquanto caminhavam lentamente pelo quarto do hospital seguindo a orientação da parteira.
-Eu aguento. Ele disse enquanto ela se curvava e apertava os braços dele, após mais uma contração se fazer presente.
-E então, como estamos? Disse a parteira que a acompanhava, a mesma que trouxe Hendrik ao mundo.
-Nao tem nada que ela possa tomar pra não sentir dor?
-Está perguntando isso porque ela está destruindo seus braços? A parteira disse apontando para as marcas vermelhas deixadas pelas mãos de Cait.-Não. Eu aguento sentir qualquer dor, o que eu não aguento é vê-la sofrer tanto. Tem mesmo que ser assim?
-Sim, tem. É a natureza fazendo o seu trabalho. Disse Cait antes que a parteira pudesse responder.
Ele beijou as mãos dela e percebeu que mais uma contração estava vindo quando ela cerrou os lábios. Ele a abraçou e beijou depois que a dor cedeu espaço ao alívio, estava feliz por poder estar com ela naquele momento, estava orgulhoso da mulher que tinha na vida dele.
Mais tarde, lá fora a tempestade que havia caído durante a tarde, abriu um céu de lua nova. Ele olhou pra janela do quarto do hospital que Cait pediu pra deixar entreaberta e lembrou do céu da Escócia. O céu irlandês parecia o céu da Escócia naquela noite, Cait disse e ele concordou.
As 01:00 de uma madrugada de céu claro em noite de lua nova, Caitriona deu a luz a uma linda menina. O parto foi demorado, mas ainda assim mais fácil que o de Hendrik. Sam segurou a filha pela primeira vez junto com ela, as duas ainda ligadas pelo cordão umbilical.
50 cm e 4 Kg, gritando a plenos pulmões, cabelos vastos e escuros como o da mãe e olhos azuis contrastando em um rosto que parecia esculpido em cada detalhe.
-Bem Vinda ao mundo,Skye!
Ele disse sem conseguir conter as lágrimas. E Cait cantarolou pra filha um trecho de Skye Boat Song. A garotinha parou de chorar por alguns segundos ao ouvi-los e depois voltou a abrir o berreiro, ela estava claramente faminta.
No dia seguinte a família estava a caminho do hospital quando souberam que mãe e filha já seriam liberadas e iriam voltar pra casa a tarde. Hendrik não aguentava mais de curiosidade de conhecer a irmã e por isso o pai foi buscá-lo ainda nas primeiras horas da manhã.
-Ela é uma cópia da mamãe! Disse maravilhado enquanto a irmãzinha segurava o seu dedo. Ela é o bebê mais lindo que eu ja vi, na verdade nunca vi um bebê bonito, mas ela é.A sinceridade do garoto arrancou risadas do médico e da parteira que estavam no quarto providenciando a ida delas pra casa.
-Ela é faminta como você e seu pai. Disse Caitriona, segurando a filha que já ameaçava um choro por não encontrar o mamilo rapidamente.
Chegando em casa, foi a vez dos avós se maravilharem com a pequena. Todos concordando com a semelhança com a mãe.
- Então, Heughan, agora você também têm uma filha. Disse o Sr Balfe pra Sam enquanto tomavam um Whisky especial que o sogro abriu pra ocasião.
-Minha filha e sua neta. Sam respondeu.
- E bonita como a mãe dela. Você vai poder um dia finalmente entender como eu me sinto.
-Skye ainda é um bebê. Não sabemos nem se ela vai querer namorar algum dia, não sei porque esse tom de ameaça.
Sr Balfe riu.
-Claro que um dia ela terá namorados, Heughan. E espero que você seja com eles, paciente como sou com você.
-Escute, eu amo sua filha. Eu sou um bom marido e eu sou um bom pai.
-Marido? Quando foi que você casou com ela? Ela tem dois filhos seus e você não consegue nem fazê-la aceitar se casar com você.
Sam olhou pra o sogro indignado, mas viu que ele começou a rir e encheu o copo de Sam com mais uma dose do líquido precioso, então trocou o desafora que iria dizer por algo mais leve:
-Eu estou trabalhando nisso.
-Espero uma eficiência nível 007 nisso. É muito difícil explicar o relacionamento de vocês pra os outros.-Posso lhe confessar uma coisa? Sempre foi assim. Desde o início. Desde o primeiro dia que eu a vi no teste pra Outlander. Desde que o primeiro amigo nos viu juntos em um restaurante, poucos dias depois e me perguntou o que éramos. Eu não sabia responder, nunca conseguimos responder com nenhum rótulo especificamente.
-Almas gêmeas, companheiros de todas as vidas, amor da sua vida. Disse Crissy que se aproximava e evidentemente havia escutado parte daquela conversa. - São alguns nomes que fazem sentido pra vocês, meu filho e sempre farão. Mesmo que ela seja sua namorada, noiva, esposa, ela sempre será mais que isso.
Sam abraçou a mãe e a beijou na cabeça. Ela agora parecia ainda menor do que antes e a sabedoria dela também parecia ter mudado de tamanho, mas no caso havia ficado ainda maior.
Naquela noite ele ficou segurando a filha adormecida que havia acabado de mamar enquanto Caitriona cochilava. Hendrik também dormia ao lado da mãe. Ele havia decidido que nos próximos anos aquele seria o mundo dele, que tudo e qualquer coisa viria depois deles. Seu agente não estava feliz com o ano sabático que ele havia anunciado, os estúdios haviam lhe contactado já preocupados com a próxima sequência de 007 em três anos. Mas nada disso agora parecia tão importante quanto está ali naquele momento, olhando a sua mulher que dormia exausta, o filho que tinha jogo de rugby no dia seguinte e a filha que acabava de dar sinais de que precisava de uma fralda limpa.
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Through Stones Segunda Temporada
RomansaPara todas as pessoas que acompanharam o universo alternativo da história de Sam e Caitriona em Through Stones, trazemos agora a segunda temporada cheia de novos desafios e descobertas. Como conciliar carreira, valores, família e continuar sendo ver...