Capítulo dois.

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Se possível, escute ao ler: Te voy a perder – Alejandro Fernandez.

 

Dânia sabia que algo estava errado. Sentia isso em seu coração há mais de dois dias. Só gostaria de saber de onde vinha, mesmo tendo a desconfiança de que fosse relacionado a Richard.

Ser mulher de militar não era um mar de rosas, ainda mais, de um militar que se encontrava no Oriente Médio em meio a uma guerra estúpida e sem sentido. Mas o que poderia fazer se Richard era tão patriota? O conhecera assim e não seria tola em se colocar em seu caminho.

Nada do que falasse mudaria o que seu marido pensava. Richard possuía a certeza de estar agindo certo e Dânia o entendia.

Ao escutar a campainha, seu corpo tremeu com violência da cabeça aos pés em um prenuncio horrível. Com o coração aos saltos e quase saindo de seu peito, Dânia largou na pia o prato que lavava e enxugou suas mãos em um pano limpo, indo até a porta. Quando a abriu, soube.

Sentiu o impacto das palavras que sairiam dos lábios daquele homem, o melhor amigo de seu marido. Conhecia o procedimento padrão; um oficial viria até sua casa e lhe daria uma medalha de honra ao mérito.

Como se isso fosse o suficiente para acabar com a dor de ter um ente querido morto... Eles que enfiassem aquela medalha no...

― Dânia... ― ele começou a dizer, retirando seucap e abaixando a cabeça, em respeito à ela.

Dânia fechou os olhos e os punhos com força e meneou a cabeça, se afastando da porta.

― Não quero ouvir! Não quero saber... ― murmurava as palavras, sem se dar conta do que realmente falava. ―  Não quero. Não... eu... não. Não quero!

Caminhou de um lado a outro na sala, levando suas mãos aos ouvidos e meneando freneticamente a cabeça. Se recusava terminantemente a ouvir que seu marido, seu amor, seu companheiro de toda uma vida simplesmente não se encontrava mais entre eles.

Meu Deus! A dor era tanta, a sufocava, oprimia seu coração de uma forma que Dânia queria chorar e gritar toda sua fúria ao mundo.

Meu Deus!, por favor, não me abandone agora..., ela suplicava em pensamento. Me ajude a suportar essa dor. Por favor...

Em meio a tantas suplicas e lágrimas, sentiu um par de braços quentes e acolhedores lhe envolvendo e foi amparada contra um coração que pulsava tão dolorosamente e furioso como o seu.

Não disse palavra alguma, nem mesmo Rafael. Não tinham o que dizer. Se mantinham firmemente abraçados, cada um tentando fazer a dor ser um pouco menor.

Sabia os riscos que Richard corria, ele mesmo havia enumerado várias delas, tentando prepará-la se algo acontecesse, mas Dânia nunca pensou que isso aconteceria...

Querido Deus!, ela implorou se apertando ainda mais contra o corpo de Rafael, as lágrimas correndo livre por seus olhos,  faça com que a dor pare...

*Amores, não se esqueçam das estrelas! :*

Pietate - Amor pleno.Onde histórias criam vida. Descubra agora