1. Uma noite inesperada

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 July entrou no clube só pensando em beber até esquecer tudo o que viu e tudo o que viveu naquelas quarenta e oito horas. Sabia que não deveria ir ali, deveria apenas voltar para seu país, esquecer de tudo o que houve, mas ela não podia, se sentia sozinha, abandonada e cansada e o único lugar que conhecia e que se sentiria ao menos humana naquele ponto das coisas era ali, no CLUB.

Nunca fez grandes amizades, mas seus doms iam as vezes ali conversar com outros e a levavam, foi assim que conheceu alguns submissos, foi assim que as vezes conversava com outras pessoas que viviam como ela. E foi ali que conheceu o Jimin, que não considerava amigo, mas que era um bom conhecido e submisso legal com quem ria quando passava algumas noites do mês naquele lugar acolhedor.

Agora não queria sorrir, nem rir, nem falar, queria apenas fechar os olhos e sumir daquele país, daquele mundo...

Sentou na mesa do bar tocando em sua coleira e tremendo só em pensar que teria de tirá-la, precisava tirá-la, não podia mais ostentar nomes que não eram mais seus... Perdeu seus doms e ainda se sentia culpada, que espécie de louca ela era? Porque tinha tanto medo de usar uma coleira NO?

O mundo era assim certo, homens traiam... Mas Doms, aprendeu que eles nunca fariam aquilo, tinha se sentindo segura naquele mundo como em nenhum outro, mas agora...

— July?

A voz de Jimin soou preocupada e ela respirou fundo para não se jogar nos braços dele e chorar, ele estava ali... Ele estava ali... Então tentou ser forte, abriu os olhos e se viu diante do pequeno submisso de um dos empresários mais poderosos daquela cidade. Ao lado dele estava outro submisso que já tinha sido apresentada, mas não tinha muito contato, na verdade, só sabia que ele era marido dos donos do Club. Shownu.

— J-jimin...

E sua força se foi totalmente ao olhar para os olhos amáveis e preocupados dele e contra toda a suas intenções corajosas, ela apenas se ergueu do banco e foi até ele abraçando o menor e deixando que seu choro contido por quase dois dias inteiros, saíssem dos seus olhos, do seu peito e do seu coração.

Ela foi abraçada com carinho e ouviu ele dizer ao outro para chamar alguém... Mas seus soluços cobriram o nome que ele dissera.

— J-jimin, d-desculpe e-e...

— Pode chorar querida, está tudo bem ok? Você está aqui, ninguém mais vai te fazer chorar, eu juro!

July sorriu entre as lágrimas, um submisso falando como um dom? Lógico que a voz dele era como um gatinho, mas precisava daquilo como de ar, precisava de alguém para acalentá-la. Então sentiu a presença de um Dom, afinal quando estavam próximos até o ar se tornava mais intenso e que verdade fosse dita, desde que conheceu o Club não sentia tanto nos próprios doms aquela potência, mas ali... Era palpável como as paredes revestidas de veludo vinho.

— O que a sub de Jay Park e YongHwa está fazendo aqui sozinha?

Uma voz perguntou baixa e ela estremeceu quando outra mais grossa disse firme:

— Isso importa? Se eles fizeram algo estão muito, mas muito ferrados – E a voz retumbante baixou de tom até soar mais perto dela – Ei, bebê, está tudo bem, tudo bem hun? Vem aqui.

E uma mão tocou seu ombro com cuidado e por alguns segundos estremeceu entre confusa e assustada. Mas então olhou para os olhos do quase amigo e ele sorriu incentivando ela ir. Por isso se virou e encarou o Dom imenso que estava a suas costas pensando que ele não lhe era estranho. Alguns segundos depois se lembrou, ele dava aula para submissos e dominadores naquele Club, B alguma coisa...

Contrato indestrutívelOnde histórias criam vida. Descubra agora