Capítulo 8

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....

Depois de um tempo esperando o Mat, ele chegou. Avisei a ele para vir nos buscar em duas horas, mesmo relutante ele foi, me fez prometer que eu não sairia do prédio, cruzei os dedos e menti para ele. Eu nunca menti pra ninguém a minha vida toda e depois que Diego apareceu é o que eu mais venho fazendo.
Depois que ele foi embora, mandeu uma mensagem pedindo para Diego vir me buscar e avisei a Mell que voltaria em uma hora e meia no máximo. Ela pediu para eu tomar cuidado e eu desci, encontrando ele lá embaixo escorado na moto.

- Para onde irá me levar dessa vez?

- Surpresa.- Ele sorriu e estendeu a mão para eu subir na moto com ele, mas antes colocou o capacete em mim.- Só vamos passar em um lugar antes, mas é muito rápido.

Ele ligou a moto e mais uma vez me agarrei a ele sentindo a liberdade. Depois de cinco minutos paramos em um mercado, ele me levou com ele, comprou um pote de sorvete de baunilha que era meu favorito e um saquinho de M&M de chocolate. Voltamos para a moto e seguimos até parar em frente a um parque. Ele estacionou a moto, pegou minha mão e seguimos até debaixo de uma árvore e sentamos. Quando ele soltou minha mão, senti ela formigando.
Ele abriu o pote de sorvete e me deu colher, comemos um pouco, em seguida ele jogou todo M&M dentro do pote.

- Agora prova.- Pediu e assim eu fiz.

- Hmmm. Que gostoso.

- Fica melhor ainda com sorvete de morango.- Ele comentou.

- Eu tenho alergia a morango, castanha e amendoim. Eu nem sei o gosto que essas coisas tem. A Mell ama morango e diz que é muito bom, mas quando eu era pequena fui parar no hospital depois de comer um morango. Não conseguia respirar, não me lembro, mas minha mãe que falou.

- Eu só tenho alergia a fruto do mar.- Continuamos a comer o sorvete e me distrai com o pouco que tinha na colher, quando olhei para o Diego, ele estava me olhando diferente.

- O que foi? Tá sujo?

- Não.

- O que é então?

- Você é muito linda.- Fiquei sem reação. Ele me acha linda? Acho que estou vermelha.- Vamos.- Ele levantou e me ajudou a levantar.

- Por quê? Não deu a hora inda. Eu fiz algo de errado.

- Eu não consigo ficar perto de você.- Abaixei a cabeça triste com o que ele falou. Uma hora eu sou bonita e na outra pareço ter alguma doença transmissível.- Não é nada disso que você está pensando.- Olhei para ele pedindo para me explicar o que era então.- Quando estou com você, sinto uma vontade imensa de te beijar.

- E por que não beija?- Tirei coragem não sei de onde.

- Olha sua idade, agora olha a minha. Quando te conheci, você era uma criança.

- Eu ia fazer treze anos. Nem era tão criança assim.

- Não Lucy. Você tinha três anos. Você nem lembra. Você estava na pracinha brincando de boneca com a Mell. Daí eu te vi sorri e fui até você. Fiquei encantado com seus olhos. Eu tinha nove anos e você não se importou que eu estava com roupas rasgadas e sujas, me chamou para brincar com vocês. Você era uma criança linda e educada. Me encantei desde que te vi pela primeira vez e anos depois nos encontramos na festa da sua irmã e eu só fui para te ver de longe, mas não resisti quando te vi triste e sozinha.

- Você falando, eu agora lembro vagamente desse dia. Depois do aniversário da minha irmã, eu meio que criei uma paixão secreta por você e eu ficava rezando para te encontrar outra vez e aqui estou eu.- Sorri.- Eu não ligo para sua idade, meu pai é sete anos mais velho que mamãe.- Me aproximei dele.- Me beija.

Última chance (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora