A Princesa Prometida (Livro 2)

Capítulo 26 - As portas se fecharam.

Elena Maria De Bourbon

Eu acordei sentido os beijos de Philip. Sorri, feliz e completa. Viro-me para vê-lo, sua mão se encaixa em minha cintura, e o sorriso em sua boca parecia espelhar a felicidade que eu sentia.

— Eu amo tanto você, Elena. - Ele diz solene, e empurra alguns fios de meu cabelo atrás da orelha.

— Eu também amo você, Philip. Nunca pensei que pudesse me sentir assim, tão completa. - Eu suspiro contente. — Mesmo com tudo que vamos enfrentar daqui para frente, quero que saiba que eu não me arrependo de nada, a decisão que tomei de ficar com você foi a melhor que tive em minha vida, e pouco me importa o resto, Arthur vai ter que nos aceitar, ou então podemos ir morar na Espanha, ou eu não sei... podemos fazer o que quisermos para viver em paz.

— Arthur agora é novamente o herdeiro do trono da Escócia, e fez questão de me ameaçar quanto a isso, só que eu duvido muito que ele vá tentar fazer algo contra mim. Mas o que você disse é verdade Elena, se não conseguirmos viver em paz aqui, podemos ir para qualquer lugar do mundo. Contanto que eu tenha você ao meu lado pouco me importa onde estaremos. - Philip beija minha testa demoradamente e então me olha cheio de emoção. — Agora que finalmente vamos começar nossa vida juntos, eu quero ter tudo. As brigas por coisas bobas, os beijos de reconciliação, noites intensas ao seu lado. Quero tudo que tivermos direito, Elena.

Eu sorri para ele novamente.

— E vamos ter tudo isso e muito mais, meu amor. Tenho total certeza de que seremos muito felizes juntos, e mesmo que você não reine a Escócia, será o príncipe consorte da Espanha, e irá reinar ao meu lado. Vamos fazer coisas extraordinárias juntos, confio muito em você.

— Você tem tanta fé em mim, tenho medo de desaponta-la.

— Isso não vai acontecer, não se preocupe, porque mesmo que você ou mesmo eu faça uma escolha errada, é somente parte do que somos, Philip, e errar é humano. Jamais vamos conseguir fazer tudo de forma perfeita, isso é impossível, mas se você amar a Espanha da mesma forma que me ama para mim está tudo certo.

Ele riu de leve, mas logo ficou sério.

— Você é tão especial, Elena. Não sei que coisa boa eu fiz para merece-la, mas tudo que posso dizer é que vou fazer de tudo para orgulha-la sempre.

Eu o beijei e seus braços se firmaram ao meu redor. Nós passamos o dia no quarto, comemos, bebemos, fizemos amor. Já nos outros dias passeamos pelos arredores, andamos a cavalo e vivemos como se nenhum problema realmente existisse assim que retornássemos ao palácio. Mas no dia seguinte nossos dias sozinhos ia terminar, Philip queria conversar com seus pais, e também com Arthur, ele achava que agora depois de alguns dias Arthur talvez estivesse mais esclarecido sobre tudo que aconteceu, e aprenderia aos poucos a aceitar nosso casamento.

— Estou ansioso para ir até o palácio amanhã. Preciso conversar com meus pais, acho que eles vão fazer um pronunciamento a todo o povo da Escócia de que Arthur está de volta e que ele não morreu.

Ele sentou-se na cama e sentei-me em seu colo, ele parecia... não sei ao certo talvez decepcionado.

— Porque está assim?

— Eu me decepcionei muito com o Arthur que encontrei depois do naufrágio dele. Arthur está completamente diferente, e eu não sei até que ponto isso pode afetar nosso povo.

— Porque diz isso?

— Meu avô foi alguém muito ruim, Elena. E temo que talvez Philip tenha herdado alguns traços da tirania dele, acho que demorei muito tempo para enxergar isso, mas agora eu consigo ver que ele jamais gostou de ser o herdeiro do trono. Sempre falava em quanto isso era um peso nos ombros dele, e houve também coisas que ele fez quando esteve no comando nos meses em que meu pai esteve doente. Hoje eu sei que ele teve algumas decisões que afetaram pessoas inocentes, e também não acho que ele irá se importar com as necessidades que os outros passam.