mistletoe

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Natal.

A minha data favorita. O único dia do ano em que as pessoas eram mais carinhosas, respeitosas e gentis. O dia em que as famílias se reuniam, nem sempre por causa de religião, apenas para comemorar e ficarem juntas assim como todos faziam.

Durante toda a minha vida o natal foi o melhor dia do meu ano. O único dia em que eu sentava na mesa com meus pais, conversávamos sobre lembranças do nosso ano e depois dançávamos ao som de músicas antigas.

Depois da meia noite minha mãe aumentava a música e pegava mais vinho na adega enquanto meu pai trazia os presentes.

Eu nunca me importei com o que eu ganhava, eu me importava com o gesto carinhoso dos meus pais de comprarem dois presentes já que meu aniversário seria na semana seguinte. Meus pais nunca foram de demonstrar seu amor facilmente, é por isso que eu me importava tanto com aqueles presentes, era a única lembrança que eles me davam de que me queriam por perto.

Hoje, dia 24, exatamente as 22:00, meu coração não está tranquilo e alegre como nos anos anteriores. Ele está angustiado, amedrontado, e eu me recuso a admitir que me sinto assim por um motivo tão idiota.

Esse é o primeiro natal que não passo apenas com meus pais, mas sim com meus dois irmãos que estão prestes a completar um ano de idade.

Quando minha mãe disse sobre a gravidez eu fiquei muito feliz, poderia jurar que era o melhor presente que eu poderia ganhar. Mas quando descobri que seriam dois meninos gêmeos, eu sabia que o coração dos meus pais ia amolecer tanto a ponto de dar toda a atenção e amor que tinham, já que não era uma gravidez acidental como foi com o filho mais velho.

Agora, minhas mãos tremem por baixo da mesa e um nó se forma na minha garganta. Minha mãe e meu pai estão dando comida para os dois garotos, parabenizando colher por colher que eles comem.

- Mais uma colherzinha Taetae, já está acabando - ela sorriu.

- Olha Tae, o yoon já comeu tudo - meu pai falou e o garotinho olhou emburrado para o irmão.

- Mãe, falta pouco pra meia noite - falei esperando que ela conversasse comigo.

- Eu sei Jeon - respondeu seca - a comida está na cozinha se quiser ceiar antes.

- Não vamos comer juntos? - perguntei.

- Os meninos tem que comer primeiro, Jungkook. - meu pai respondeu.

- Tudo bem - me rendi - eu vou lá fora um pouco.

Depois de ser ignorado, abri a porta que dava pro pequeno jardim no fundo da casa e me sentei no banco. As árvores decoradas com luzes coloridas e laços vermelhos, assim como o resto da casa.

Eu sempre gostei das decorações de natal, as luzes coloridas e os bonecos feitos na neve. Desde pequeno era eu quem armava a árvore e fazia os bonecos na neve fresquinha.

Agora, meus pais deixavam pra fazer isso com meus dois irmãos. Não tenho ciúmes dos dois, pelo contrário, eu também os amo, mas meus pais faziam questão de deixar claro que minha companhia não era necessária nesses momentos.

- Jungkook! - eu ouvi ela me chamar - vem pra dentro, vamos dar os presentes.

Eu confesso que uma certa alegria surgiu em meu peito, talvez agora as coisas possam melhorar.

Entrei pela porta dos fundos e segui para a sala onde meus pais organizavam várias caixas de presente embaixo da árvore.

- Esse é o presente do Tae - ela separou a caixa e sorriu - e esse do Yoon.

Enquanto isso, meu pai pegou a caixa de presente verde e entregou a minha mãe e depois recebeu uma em troca. Eles me olharam, eu percebi meu sorriso desaparecer.

Under The Mistletoe | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora