Perante a noite chuvosa, estava eu, deitado em minha cama, com um medo sufocante que me deixava tremendo na escuridão da falta de luz em minha casa.
11:00 PM
Trovões rodiavam minha cidade singelamente pequena.
A vela que iluminava meu quarto, estava quase por acabar. Uma, duas, mais duas, gotas de cera quente escorrendo em seu corpo.
Acima de minha porta havia uma pequena prateleira de madeira. E acima dela, havia lindas bonecas de porcelanas, com seus olhos frios e escuros voltados para mim.
Medo... qual éra o verdadeiro medo absoluto?
11:25 PM
Ainda acordado, vi algo cair da prateleira. Era uma das bonecas.
Levantei e fui ver o ocorrido. Quando me aproximei, vi ela jogada no chão. Sua cabeça de porcelana tinha quebrado em vários pedaços. E no momento em que vi, um trovão ensurdecedor, explodiu próximo a minha casa, provocando um alto feixe de luz que iluminou dota a cidade.
O medo tomou conta do meu ser. Então parti em uma pequena caminhada até a casa de minha avó.
Guarda chuva. Galochas. Capa de chuva. E uma vela.
Tranquei a casa e segui para o alto da colina. A chuva foi ficando mais fraca, até por fim, se tornar apenas chuviscos.
Trovões estalavam iluminando toda a cidade. A vela que iluminava meu caminho, quase apagou com um vento que rodeou meu corpo.
Chegando na casa se minha avó, vi que lá estava tudo apagado. Bati na porta.
- vó?- outro trovão explodiu. Bati novamente. - vó?
Foi quando a porta se abriu, revelando apenas um rosto iluminado apenas por a luz de minha vela, que com um susto, quase apagou novamente.
- entre.
Não durou muito para que todos estivessem deitados. E lá, naquela cama, eu adormeci.
Sonho:
Novamente o meu quarto, iluminado apenas por uma vela quase no fim, com uma prateleira de madeira acima da porta, com bonecas de porcelana acima dela, com a forte chuva com trovões lá fora.
Dejá-vù, esse foi o que senti. Sim... Dejá-vù.
12:01 AM
Vi algo cair da prateleira. Levantei e fui ver o ocorrido. A vela apagou e um trovão ensurdecedor explodiu, revelando oque estava no chão... nada.
Logo após tudo escureceu. Um som de uma risadinha estética veio de minha cama atrás de mim. Me virei, e vi que algo estava debaixo de meu lençol. Me aproximei...
Mais perto...
Mais perto...
Peguei o pano e comecei a puxar lentamente.
Mais...
E mais...
Até por fim, revelar uma boneca de porcelana, que explodiu em mil pedaços. Cacos do material voaram e cortaram meu rosto.
Um grande pedaço voou em meu pescoço, provocando um enorme corte profundo, e me jogando no chão.
Quando cai, vi minha vó acendendo a vela, revelando seu rosto com um sorriso de palhaço pintado em sua boca. Ela inclinou a cabeça para trás e começou a rir esteticamente. Uma risada rouca e doentia. E a última coisa que escutei antes de meus olhos finalmente fecharem foi:
- Vai flutuar também.
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KAYKY SOUSA