|CAPÍTULO 5|

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- Ai que dor de cabeça...

Acho que nem sonhei. Se é que eu dormi. Apaguei

Aos poucos,vou abrindo os olhos e sentindo uma sede absurda. Provavelmente por conta da bebedeira de ontem.

Eu sei que dei vexame, me lembro muito bem de tudo que eu fiz. Não sou um bêbada com amnésia.

Vou me lembrando bem de tudo que aconteceu.

Lembro-me de Aline, do loiro que ela gostou, das danças... Nathan... Davi... Putz!

Deus, eu contei de Davi para Nathan. Que vergonha...

Minha sorte que eu não o verei mais.

Porém, bem que seria legal revê-lo. Ele é tão bonito, sério...

- Dormiu bem?

- Mamãe?

- Quem mais seria, Helena?

- Hum... A senhora está brava comigo?

- Você acha que foi certo o que você fez ontem, Helena?

- Ah mamãe... Eu só bebi um pouco demais. Estou bem e eu nunca extravasei antes. Deu tudo certo, tirando a minha ressaca de hoje

- Você é muito ingênua, minha filha. minha mãe fala. Além de beber, você estava com um desconhecido, que por sorte tinha um bom caráter e entrou em contato conosco. Imagina se ele não fosse do bem?

Não respondo...

- Ele poderia ter te roubado, e te levado para algum lugar, abusado de ti. Você tem ideia dos riscos que correu por querer extravasar um pouco? Quando Antony e eu te incentivamos a sair um pouco, era para aproveitar e não passar dos limites. Tudo tem que ser feito aos poucos. Por um momento eu me arrependi de ter te dado a ideia de ter ido a aquela festa sozinha. Sabe o que é ver sua filha morta na bebida, não dando conta de trocar de roupa, tomar um banho pois está em estado de quase coma alcoólico?

- Você está exagerando, mãe..

- Exagerando, Helena? Tudo que tenho feito é tentar ser uma mãe liberal para você, participar de suas decisões e você me fala que estou exagerando por você beber só um pouco em uma festa que você estava sozinha e um estranho que poderia fazer qualquer coisa contigo ligar? Se você acha que isso é um exagero, não sei o que mais posso fazer

Abaixo a minha cabeça, e processo tudo que ela está me falando. Eu sabia que iria ganhar um sermão da minha mãe. O pior é que ela diz isso tudo de forma calma. Ela não grita e vejo que ela está realmente chateada. Nem é raiva, é chateação mesmo. E ela está certa. Nathan poderia ter feito qualquer coisa comigo e ele não fez.

Quem será esse cara?

- Mamãe, me desculpe. Eu não queria deixá-la chateada, quebrar sua confiança. Eu prometo ser mais atenciosa, ter mais maldade nas pessoas. Mas eu não me arrependi. Eu me senti bem, nunca havia vivido da forma que vivi ontem. Foi libertador. Depois de anos enfurnada em casa estudando para conseguir o que sempre quis, eu queria aproveitar.

- Eu te entendo, minha filha, Mas tudo tem limites.

- Eu sei e vou ficar mais esperta com isso. Eu prometo.

- Tudo bem. Agora me dê aqui um abraço

Abraço a minha mãe e me lembro do meu pai. Será que ela irá contar para ele?

- Mamãe, você vai contar para meu pai sobre o que aconteceu?

- Você nem devia me perguntar isso. Sabe que com relação a você, não temos segredos. Você terá que se ver com ele também.

Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora