Capítulo 15

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Melinda narrando:

Passei a manhã e a tarde todinha com a Déh, o Demo só foi me pegar a noite. Estava com saudades dos nossos dias juntas, das brincadeiras. Fizemos maratonas de Supernatural e Luficer e comemos brigadeiro de colher. Pistola não apareceu aqui e pelo que a Déh falou ela estar perdidamente apaixonada por ele. Coitada da minha amiga, não merece isso!

Me lembro de quando a gente se conheceu.

Minha primeira vez na escola, várias crianças andando de um lado pro outro e algumas se despedindo dos meus pais, minha mãe fez questão de me levar até minha sala e eu achei ótimo com aquilo, me sentia segura. Assim que chegamos na porta da sala a professora abriu um sorriso e veio até a gente.

-Essa deve ser a pequena Melinda.- ela se aproximou e eu me agarrei mais na minha mãe.

-É sim, tudo bem meu amor ela não vai te fazer mal.- aquela voz calma dela me tranquilizou e eu dei um sorriso tímido pra ela.

-Eu sou a Lúcia, mas pode me chamar de tia Lu, ou Lu.- apenas assenti com a cabeça e minha mãe se baixou ficando na minha altura.

-Agora a mamãe precisa ir, ok?- falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

-Eu não quero ficar aqui.- sussurrei abraçando ela pelo pescoço.

-Mas precisa meu amor, a mamãe vai vim ter buscar daqui a pouco, ok?- contra minha vontade eu assenti com a cabeça e ela entregou minha bolsa de rodinhas.

Me deu um beijo na cabeça e saiu, me virei para a sala e as outras crianças me olharam com os olhos curiosos.

Apertei com mais força o puxador da minha bolsa e a professora chegou mais perto.

-Você pode sentar do lado da Débora!- falou apontando para a cadeira vazia ao lado de uma menina loira e branquinha.

Fui até a cadeira e me sentei, as outras crianças começaram a cochichar e eu me senti desconfortável.

-Não liga pra eles, são todos chatos!- a menina loira, a Débora, falou atraindo minha atenção.

E aí uma grande amizade começou, depois da aula eu implorei pra minha mãe e pra mãe dela pra deixar ela ir pra minha casa. Nossas mães deixaram e aquele dia foi maravilhoso. Nos dias depois eu acordava mais cedo do que o necessário chamando minha mãe ou meu pai pra me levar pra escola, só pra ver a Débora.

Sai dos meus devaneios com o grito do Demo, me fazendo dar um pulo de susto e colocar a mão no peito.

-TU TA SE FAZENDO DE SURDA?- e então ele me chacoalhou, me fazendo olhar pra ele.-O pivete tá com fome.

Nem falei nada, apenas sai do quarto e fui até a sala vendo o Oli sentado no sofá e assistindo luta de MMA enquanto comia Dorittos, ou pelo menos tentava.

Neguei com a cabeça e peguei o controle desligando a TV. Fui até ele e o peguei no colo, os olhinhos estavam vermelhos e inchados de sono.

-Meu bebê tá com sono?- murmurrei indo até a cozinha e fazendo uma vitamina rápida.

Peguei a mamadeira e subi pro quarto dele. Coloquei a mamadeira na cômoda e entrei no banheiro. Dei um banho nele e como tá muito calor coloquei só uma frauda e uma cueca.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora