Scarlett permitiu que os olhos curiosos rodeassem a casa que já se encontrava cheia. Os cômodos eram grandes, as paredes tinham um tom de areia claro, os móveis pareciam extremamente conservados. Era possível ver o movimento das pessoas, que caminhavam de um lado para o outro o tempo todo. Os garçons apareciam por vez ou outra, oferecendo bebidas e aperitivos. A música tocava alto, fazendo com que as pessoas dançassem sem parar. De longe, era possível ver John Deacon dançando desajeitadamente ao lado de sua noiva.
Brian também estava com sua esposa, sentado confortavelmente sobre um dos sofás de cor marfim. Freddie caminhava de um lado para o outro, como se buscasse agradar cada um de seus convidados. Ele estava bastante sorridente. Festas sempre o deixavam feliz. Do outro lado da sala, estava Roger, recostado sobre uma das colunas de cimento e conversando com uma mulher de longos cabelos ruivos, olhos castanhos claros e estatura alta. A julgar pelo porte e pela aparência, era provavelmente uma modelo.
Ela levantou-se da cadeira em que estava sentada e caminhou em meio ao amontoado de pessoas apressadas, que andavam impacientemente de um lado para o outro. Nossa, quando Londres se tornara tão quente? Talvez fosse o excesso de indivíduos ao seu redor, esbarrando nela sem parar. Noventa por cento das vezes, ela odiava multidões. Em meio ao amontoado de pessoas, ela avistou Freddie, que tinha as bochechas rosadas de tanto que havia caminhado e pulado pelos cantos.
— Scar! — Ele gritou-a de longe. Mercury, particularmente, adorava apelidos. — Ei, killer queen! — Ao se aproximar, ele segurou-a delicadamente pela mão, puxando-a para um canto mais vazio.
Freddie parecia levemente bêbado, mas nada que ainda influenciasse na sua sanidade. Ele só estava feliz, mais do que de costume, rindo à toa. O rapaz abraçou a amiga levemente desajeitado, uma risada sem motivo escapando dos seus lábios. Ele rodopiou, com ela ainda em seus braços. A menina acabou por dar uma risadinha baixa também, abafada pela camisa dele, logo abraçando-o de volta. Freddie era sempre muito carinhoso e amigável, esse era o seu lado favorito nele.
— Está se divertindo, meu amor? — Ele perguntou, os braços ainda ao redor da amiga. Ele adorava abraços.
— Claro, Freddie. Você sabe dar uma festa como ninguém. — Havia um sorriso discreto nos lábios dela. — Todos parecem estar se divertindo muito.
— Você não está se sentindo incomodada? O Roger literalmente não tira os olhos de você. — Aquelas palavras saíram dos lábios dele sem a menor dificuldade ou pudor. Scarlett se perguntava se era efeito da bebida ou algo do gênero.
— Freddie! — Ela sentiu as bochechas esquentarem um pouco. Odiava ser tímida. — O que você está insinuando?
— Insinuando? Eu não estou insinuando nada. — Ele riu baixo. — Eu estou lhe contando os fatos, querida. — Ele disse, indicando a posição de Roger com um movimento de cabeça.
Scarlett, discretamente, passeou com os olhos pela sala, até que o par de olhos esverdeados parasse sobre Roger. Ele estava realmente olhando para ela, sem nenhum motivo aparente. Os olhos azuis encontraram os verdes no meio da multidão, e ela sentiu uma vontade imensa de encarar qualquer outro lugar. Mas ela estava presa. Presa naquela armadilha que se chamava Roger Taylor.
Despreocupado, Roger bagunçou os fios de cabelo loiros e voltou a sua atenção para a ruiva bonita ao seu lado. Não demorou muito, mas Roger segurou-a pela mão e guiou-a pela enorme escadaria da casa. Estava prestes a fazer com ela o que ele fazia de melhor. Scarlett acompanhou cada passo até que ele finalmente sumisse de seu campo de visão. Ela estava... decepcionada? Talvez. Mas nada fazia sentido. Eles não tinham absolutamente nada. Nunca tiveram nada. Não fazia sentido algum que ela se decepcionasse com o cafajeste que ele era. Mas, porra, ele era um canalha. Um grande canalha. O maior de todos.
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Right By Your Side
RomanceRoger Taylor se vê surpreso ao reencontrar uma amiga de infância em uma noite qualquer nas terras de Londres. Ele só não esperava que esse acontecimento repentino fosse, de certa forma, alterar o curso da sua vida.