Verde. A única cor que o loiro conseguia enxergar era verde, algo
puxado para um verde esmeralda e não era porque essa é a cor de sua
casa. Desde o final da guerra era como se a cor estivesse colada na sua retina, em qualquer lugar que olhasse era possível achar algo em que ela estivesse presente, mesmo sabendo que o objeto ou local não possuía nada com o tom, a maldita tonalidade estava ali presente. Tudo por culpa dele.Inferno, ele era inegavelmente agradecido ao outro por tê-lo salvo tanto do fogo maldito quanto o defendido no julgamento, contudo parecia que isso havia acionado uma área do seu cérebro que não desligava; independente do local ou horário, o maldito grifinório sempre aparecia em seus pensamentos, aquele olhar que ele o deu após a
sentença ainda estava em sua mente e ele simplesmente não conseguia
entender o que significava. Não era ódio mas também não era pena,
ainda assim parecia despir a sua alma e pensar naquilo consumiu várias
das noites em que ele se via preso em recordações.No momento em que ele recebeu a carta de Hogwarts, imaginou que fosse alguma piada de mau gosto, até o momento em que percebeu uma segunda carta anexada, escrita por Minerva McGonagall, em que afirmava saber de todos os motivos que o levaram a seguir o caminho que seguiu e que independente do resultado, ele sempre seria bem-vindo a sua segunda casa, se ainda a sentisse como parte de si. A surpresa para ele foi inevitável, mas confortadora. Sabia que muitos não o aceitariam, ele pertencia a uma casa ardilosa, entrementes não conseguia recusar o
convite. Precisava expurgar de sua mente algumas lembranças, e sentia
que precisava agradecer verdadeiramente a um certo alguém, mais nunca admitiria que ele era o seu principal motivo para voltar. Vale
ressaltar que nesse momento, ele nunca foi tão grato ao fato do Profeta Diário ficar no pé do seu.., do Potter. Ele estava começando a enlouquecer, sabia disso, mas ele não tinha mais nada que o prendesse, então, não estava de fato preocupado com o que poderia acontecer ao voltar a escola.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
As vezes, a única coisa que rondava a cabeça do Malfoy era o quanto as torturas tinham afetado a sua capacidade de compreensão do seu redor. Ele sabia que aquelas torturas físicas e psicológicas diárias
iriam resultar em alguma sequela, mas não podia ver coisas onde não
tinham, certo?
A volta a escola foi tudo aquilo que ele esperava, exceto uma coisa:
aquele maldito moreno parecia ter levado como missão de vida
defendê-lo, e isso estava acabando com as suas estruturas. Definitivamente, Potter não estava se comportando como o esperado.
Certo, eles não estavam mais se atacando a cada encontro, ou lançando maldições a torto e a direito. Parecia mais que eles tinham acertado, de forma silenciosa e sem acordo prévio, manter uma educação e comprimentos polidos a cada possível encontro no castelo, o que
acarretava em mais daqueles olhares que faziam com que o loiro
sentisse um arrepio por toda a sua coluna e não conseguisse decidir se
a sensação era desesperadora ou excitante. Merlin, ele já não sabia
mais nem o que estava pensando quem dirá entender o que o outro
supostamente queria falar. Por que ele queria falar algo, não é mesmo?
É impossível que aquele bastardo não queria lhe dizer algo, certo?
Fora as defesas, que as vezes ele só descobria muito após o ocorrido.
Sabia que iriam querer lançar azarações e bater-lhe, mas não imaginou que o menino de ouro iria conseguir se impor ao ponto de convencer a maioria a deixá-lo em paz, segundo ele “muitos não tiveram a opção de escolher um lado, afinal a família é a base de sua força, e nenhum deles exitaria em fazer o mesmo que o Draco fez, se isso significasse manter aqueles que amava levemente a salvo”. Notaram a forma de tratamento? Bem, a defesa foi uma forma peculiar de garantir que as pessoas se manteriam longe, mas os olhares infelizmente ainda o
acompanhavam.Outro fato que aparentemente chocou a comunidade bruxa, foi que o
suposto casal Harry Potter e Ginevra Weasley, não voltaram a ser um
casal. Diferente de tudo o imaginado, parece que o moreno se manteve
firme na decisão de não reatar o namoro, que tinha acabado para
proteger a ruiva da guerra eminente, e quando as coisas voltaram a se
acalmar, Potter não moveu um músculo para modificar a situação. O que de acordo com a rádio do castelo, deixou a ruiva puta da vida e a cada
dia tentava uma forma diferente de conseguir convencer o moreno a
reatar. A última, inclusive foi recheada de gritos no pátio em um dos horários livres dos alunos e Gina acreditou que com uma plateia em
volta ela faria com que o moreno quisesse fugir do centro das atenções
e aceitasse logo. O que ela, e quase ninguém esperava exceto o casal
que estava sempre junto do grifinório, era que ele não só iria assistir ao show que a mesma estava protagonizando, como se manteria impassível durante todo o momento, até que ela começasse a gritar que ele lhe devia isso, que o casamento deles era uma certeza e ele não poderia abandoná-la dessa forma. Quem essa fulaninha pensava que era para sugerir que o seu moreno (mesmo que o próprio não soubesse desse detalhe) deveria casar com ela? Mas com uma calma exemplar, Potter levantou do banco em que estava, olhou friamente para a garota que já estava descabelada e falou de forma clara e sucinta:
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Eu não acredito nisso
RomanceMerlin, ele já não sabia mais nem o que estava pensando quem dirá entender o que o outro supostamente queria falar. Por que ele queria falar algo, não é mesmo? É impossível que aquele bastardo não queria lhe dizer algo, certo?