Se possível, escute ao ler: Everything I do, I do it for you – Bryan Adams.
O grito de censura e choque de Luke os surpreendeu e cessaram o beijo, mas não se soltaram.
Dânia encarou o filho sem saber o que dizer ou fazer. Não havia defesa para o que faziam e sabia que Luke não entenderia. Ele não passava de uma criança que acabara de perder o pai, seu herói e, encontrava a mãe nos braços de outro. Pior, nos braços do melhor amigo de seu pai.
― Luke... ― se calou ao ver o filho correr até o quarto e bater a porta com força.
Suas pernas começaram a se mover até lá, mas as mãos de Rafael a impediram de continuar. Olhou para ele com uma mistura de raiva e tristeza. Não por ele e sim pela situação.
― Me solte, Rafael! Preciso falar com ele.
Rafael negou com a cabeça e passou suas mãos pelos braços dela, tentando acalmá-la.
― Não.
― Mas...
― Deixe que eu falo com ele.
Ela o fitou por um momento, as palavras flutuando em sua mente.
― Não. Eu sou a mãe, eu que tenho de falar, explicar...
― E você fará isso. ― concordou. ― Mas não agora. Sei bem o que passa pela cabeça dele, passei pelo mesmo. Por isso que quero conversar com ele. ― vendo a incerteza nos olhos de Dânia, ele insistiu. ― É o melhor, Dânia. Acredite.
Dânia respirou fundo e assentiu. Dava graças à Deus por Rafael se dispor a conversar com Luke, pois no momento não conseguiria saber o que dizer e nem como fazer.
Rafael segurou seus rosto com ambas as mão e a beijou delicadamente, depositando em seguida um beijo em sua testa, fazendo o coração de Dânia se encher de ternura.
― Ficará tudo bem, meu amor. Acredite em mim.
Ao se ver sozinha, Dânia respirou fundo e fechou os olhos, começando a rezar.
Rezar para Deus, rezar para Richard. Rezar para todo e qualquer santo que a ajudasse naquele difícil momento e que iluminasse a mente de Luke para aceitar o que acontecia entre sua mãe e Rafael.
Antes de entrar no quarto de Luke, Rafael respirou fundo, pedindo mentalmente por ajuda. Não seria fácil ter de expor o que sentia por Dânia e não esperava que o menino aceitasse o que acontecia entre eles.
Bateu levemente na porta e não esperou por respostas, foi logo entrando no quarto.
― Luke?
― Vá embora!
Como não ouve tom de raiva na voz de Luke, Rafael agradeceu.
Viu o topo da cabeça do menino do outro lado da cama e caminhou até lá. Ele estava sentado no chão, com um porta retratos de seu pai em mãos.
Precisava ter tato para explorar o assuntou, ou traumatizaria a criança para sempre e sabia bem que uma vez com esse trauma, nunca mais o deixaria, podendo se tornar uma criança agressiva e até mesmo um adulto com sérios problemas de relacionamentos.
Agradeceria ao seu padrasto por saber dizer as palavras certas quando as usou com Rafael. Se lembrava de cada uma delas e, talvez, fosse uma boa ideia se apropriar de algumas. Ao menos, tinha um caminho a seguir.
Só esperava que o menino o entendesse.
*Não esqueçam das estrelas, amores! :*