A boca de Zayn era macia. Liam aprofundou aquele beijo o máximo que podia.
Em um doce toque, Zayn gemeu ao sentir o sabor de Liam. Como um rio doce, aquele beijo tinha gosto de paixão.
De repente, Liam se afastou abruptamente. Zayn suspirou, em busca de ar e enquanto fazia-o, viu os olhos de Liam. Nele, havia confusão e medo.
— Liam...
— Eu... — Liam se levantou — Olha, me desculpa.
— Liam, porque está pedindo desculpas?
Por sua vez, Liam parecia perdido. Seus olhos tinham um misto de confusão e medo que mal poderiam se entender, o mesmo misto que Zayn viu nos seus próprios olhos quando se descobriu gay.
Zayn sentiu um pouco de medo.
Por sua vez, Liam sentiu vontade de chorar. Mas não entendia o motivo.
— Zayn, eu preciso ir.
— Mas Liam...
— Me desculpe, por favor — Ele começou a se afastar — Mas não sei o que está acontecendo.
— Liam, por favor, se acalme...
Mas era tarde. O semblante de Liam havia desaparecido entre as árvores escuras e opulentas.
Nada aconteceu. Durante dias, o contato entre Liam e Zayn se tornou frívolo e apenas de poucas palavras.
Charles foi um dos primeiros a notar o comportamento alterado do neto. Liam não ficava mais em casa, dobrava o trabalho pelas tardes e chegava tarde em casa. Algumas garrafas de conhaque foram esvaziadas, e uma carteira de cigarro vazia começou a surgir.
Ele conhecia bem esse sentimento.
Por outro lado, Jamil olhava Zayn. Abatido e tristemente abandonado aos próprios sentimentos confusos, Zayn estava há dias solitário e falando pouco. Seus alunos notaram isso, seus amigos notaram e principalmente seu avô.
Ele deve amar esse rapaz, Jamil pensava.
Durante duas longas semanas, foi assim.
Outubro chegou. E com outubro, chegava o outono. As ruas de Londres estavam pintadas de laranja, amarelo e marrom, trazendo um contraste da natureza e dos homens, com seus parques e a doçura dos charretes, com seus cavalos, dos casais que passeavam entre os parques e as ruas. O frio se tornava presente, fazendo com que os casacos de outono e as botas tomassem conta da metrópole.
Jamil chegou da rua, quando escutou The Cranberries tocar baixo no andar de cima. Olhando para a rua de volta, viu a caminhonete de Harry estacionada há poucos metros da casa, juntamente com o carro popular de Niall.
Ele tirou o casaco e as luvas, pegando a bengala e subindo as escadas.
Batendo na porta, ele viu Zayn jogado de pijama entre os dois amigos, com um pote de creme de avelã entre as mãos e duas barras de chocolate.
— Achei que só mulheres faziam isso — Ele entrou no quarto.
Os olhos de Zayn estavam inchados de tanto chorar. Harry e Niall estavam ali, deitados ao lado dele, com um pote de Ben&Jerry's sabor café com lascas de chocolate.
— Temos nossos momentos — Niall estalou a língua — Zayn está chorando.
— Não estou chorando — Ele defendeu-se — Estou levemente abatido.
— Abatido há quase duas semanas — Harry justificou — Tudo porque um cara te deu um fora.
— Não é só um cara — Zayn suspirou — É o cara. É aquele que eu queria ter na minha vida como meu.
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Alabama Song (HISTÓRIA OFICIAL)
Hayran KurguNa década de 50, na idade do ouro no cinema, Elvis reinava na terra da música e o jazz ainda tocava nas ruas de Paris. Charles Payne tomava conhaque no Le Trous e Jamil Malik era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois foi selad...