Fifteen || Calum Hood

Capítulo 13

Calum´s POV

Cheguei a casa depois de um longo voo e uma semana bastante emocional a todos os níveis. Fui para o meu quarto e lá permaneci durante longos minutos pensando em tudo e não pensando em nada. Porque é que a minha vida é uma montanha russa? Porque é que passo a vida com bons momentos e logo a seguir maus? Porque é que não tenho estabilidade nem que seja por uns dias? Porque é que as coisas não correm como eu quero?

Tentei mais uma vez sem sucesso fechar os meus olhos e tentar abstrair-me do caos que pairava sobre a minha vida, mas tal como tantas outras vezes durante esta semana foi-me impossível.

Resolvi levantar-me e ir à casa de banho ver o meu estado físico. Debrucei-me sobre o lavatório e olhei-me ao espelho. Profundas olheiras sobressaíam por debaixo dos meus olhos, o meu cabelo encontrava-se despenteado, as minhas roupas estavam amarrotadas depois de tanto tempo de viagem mas o pior de tudo era a tristeza espalhada pelo meu rosto fazendo transparecer alguém que há muito tempo estava escondido pois eu não sou do tipo de pessoa de mostrar fraqueza.

Surpreendentemente durante este curto período de tempo permaneci calmo, excessivamente calmo devo acrescentar, o que significaria que eu mais tarde ou mais cedo iria explodir e dizer tudo aquilo que me estava a passar pela cabeça mas que não me saía pela garganta. Basicamente é isso que eu sou, uma espécie de bomba relógio prestes a explodir sem que ninguém possa fazer nada para o conseguir impedir.

Lavei a cara calmamente e voltei de novo para o meu quarto onde mudei de roupa. Apetecia-me sair daquele lugar e continuar sozinho, apenas eu e os meus pensamentos sem que mais ninguém me pudesse chatear a cabeça.

Quando estava prestes a sair pela porta de casa a minha irmã resolveu começar a fazer questões atrás de questões atrás de questões, o típico interrogatório do “Onde vais? Com quem vais? Quanto tempo demoras? Quando voltas?”

Resolvi ignorá-la mas ela tinha outros planos.

- CALUM! Volta já para dentro de casa! - gritou.

- O que é que tu queres? - perguntei entrando de novo pela porta.

- Onde é que vais? Sabes que não podes sair sem dizer nada. - disse-me colocando as mãos na cintura.

- Não te interessa. - respondi secamente.

- Calum, tu ouviste bem o que os pais disseram. - disse-me com um tom ameaçador.

- Tu não és minha mãe nem meu pai, portanto eu não preciso de te dar satisfações! - elevei o meu tom de voz.

- Calum eu só quero saber onde vais porque sei perfeitamente como tu és. - disse num tom preocupado.

- Por favor Mali não me venhas com tretas, eu não tenho problema absolutamente nenhum! - gritei colocando os meus braços no ar indignado com o que ela acabara de dizer.

- Eu sei perfeitamente o que se passa Cal. Como sempre estás a guardar tudo para ti e vai haver um momento em que vais explodir e exteriorizar tudo aquilo que estás a sentir. - disse com um ar sincero.

- Tu não sabes nada acerca de mim, eu estou bem. - respondi-lhe sabendo perfeitamente que o que ela acabara de dizer era a verdade nua e crua.