"Você confia em mim, Josie?"

1.4K 146 48
                                    

Não havia nada que Penelope odiasse mais do que sentir raiva. Ter sua energia sugada por um sentimento tão ruim. A sua vida inteira ela lidou com pessoas que sentiam raiva facilmente, não tendo onde descontar, ela se tornava o alvo principal.

Crescer em uma família de bruxos nem sempre significava conviver com amor e energia positiva. Eles podiam ser tão vingativos ou letais quanto os vampiros. E era exatamente sobre isso que Penelope escrevia antes de ser interrompida pela curiosidade de Josie Saltzman.

Penelope sentia a calma de Josie sempre que ela estava por perto, curiosamente ela era atraída para isso. Era fácil encontrar Josie em uma multidão de pessoas, pois Penelope sentia que ela estava lá. Ela nunca entendeu o motivo de tamanha atração, talvez fosse toda a gentileza que ela tinha quando estava conversando com alguém ou a forma como ela se esforçava para prestar atenção no que estavam falando não importando quão entediante fosse. Penelope assistia todas as vezes em que Lizzie descarregava seus problemas na sua irmã gêmea e a outra não fazia nada além de escutar, sem se importar se Lizzie estava lhe atrapalhando ou interrompendo alguma coisa.

Infelizmente o mesmo não acontecia com Penelope. Talvez pela sua linhagem, talvez pelo sangue que corria em suas veias que fervia com tanta facilidade que ela poderia explodir a qualquer momento. Era assim que ela se sentia, como uma bomba relógio. Então era óbvio que quando Lizzie aparecesse minutos depois, enquanto ela se esforçava para dividir um pouco dos seus pensamentos com Josie Saltzman, todo o sentimento de raiva se tornaria bastante presente.

Ela não se importava com os nomes que Lizzie usava para não ter que usar o seu, como se ela fosse inferior de alguma forma. Penelope sabia que Lizzie estava irritada por não ter atenção do seu pai enquanto ele se dedicava para ajudar seus alunos, isso incluía ela e Hope. Mas Penelope também não tinha culpa, se ela pudesse ela escolheria uma vida diferente, assim ela não sentiria que estava ocupando ou sugando todo o tempo do Dr. Saltzman.

Ela decidiu que aquele não era o momento para descontar sua raiva em alguém, se ela decidisse revidar o comentário de Lizzie, as coisas ficariam bastante feias.

Penelope seguiu direto para seu quarto. Hope não estava lá, o que lhe dava a liberdade de fazer o que quisesse. Ela começou pelos livros na estante. Todos saíram do lugar sem que Penelope sequer se movesse para isso, em seguida as coisas que estavam em sua escrivaninha, os travesseiros da cama, papéis e qualquer coisa que ela encontrava do seu lado do quarto.

Ela precisava sentir sua mágica se esgotar das suas veias, ela precisava liberar sua raiva. Ela continuou até sentir as lágrimas em seus olhos e cair de joelhos no chão sentindo seu corpo tremendo enquanto seu pulmão quase não dava conta da sua respiração. Tudo se tornou calmaria, não havia mais nada no lugar, isso incluía sua magia que agora parecia esgotada.

“Eu vim me desculpar por...” A voz foi interrompida quando a visão de Penelope escureceu, a última coisa que ela sentiu foram duas mãos balançando seu corpo e lhe pedindo para abrir os olhos.


$|$

A próxima vez que Penelope abriu os olhos, ela reconheceu seu quarto. Mas ele não estava como antes, os livros foram arrumados novamente, assim como todo o resto. Ela tentou se levantar, mas a mão em seu ombro direito fez com que ela voltasse a deitar, seu rosto virou na direção da pessoa que ela nem mesmo tinha percebido a presença, era óbvio que aquela era a última pessoa que ela estava esperando ver em seu quarto.

Killing Me To Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora