CAPÍTULO 5 - AQUELE DA FESTA DA THE RECONDITION

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Eu já havia acabado de editar as fotos do dia anterior, mas não conseguia parar de olhá-las e pensar que eu que havia tirado. Era tão surreal estar naqueles lugares que as fotos me deixavam ciente que talvez não houvera sido apenas minha imaginação.

As aulas começariam em poucos dias, então decidi pegar minhas anotações do curso intensivo de inglês que havia feito e fazer uma revisão. Mas o que permanecia em minha cabeça era a festa em que a The Recondition tocaria e a possibilidade de coisas que poderiam acontecer nela.

Abri o guarda roupa pela milésima vez. Depois de provar várias roupas, acabei decidindo ir ao show com um vestido preto básico, não daqueles bem apertados, mas um de mangas longas, porém curto. Coloquei uma bota de cano curto preta, passei a chapinha em parte do meu cabelo para diminuir o volume e fiz uma maquiagem básica, mas acrescentei um batom vermelho que se destacava e bastante rímel.

– Pronta? – Eduarda perguntou da porta do meu quarto.

– Que tal? – perguntei em relação ao meu look.

– Está perfeito!

Pegamos um trem até o centro, e na Victoria Station pedimos um carro no aplicativo até a boate, que não ficava muito longe.

A boate por fora parecia ser pequena, tinha a fachada toda preta, com um pequeno letreiro perto da porta de entrada com o nome da boate.

Passei alguns minutos julgando mentalmente a boate e as pessoas, enquanto esperava em uma fila enorme. Não foi nem preciso muito tempo para chegar à conclusão de que as pessoas de Londres eram extremistas em relação aos trajes. Havia algumas mulheres de salto, vestido decotado e maquiagem super sofisticada, enquanto outras pareciam usar até pijamas.

– Como funciona? – perguntei sentindo minha mão suar, mesmo estando com frio.

– Dez libras de entrada e também o que consumir. – Duda respondeu.

Esperamos cerca de dez minutos até chegar nossa vez de apresentar o passaporte e receber uma pulseira para que aqueles que desejassem sair da boate para fumar.

Ao entrar, eu não sabia para onde olhar. Apesar de parecer uma festa comum, era muita informação nova em pouco tempo, e a escuridão acompanhada de luzes fortes de diversas cores e gelo seco não ajudavam em nada.

Depois de me familiarizar com o ambiente, notei que no centro era uma pista de dança com um piso brilhante – sim, o piso brilhava –, e era uma espécie de luz led implantada no chão que mudava as cores e sua intensidade de acordo com o ritmo da música. Do lado esquerdo, dava para ver que havia um bar e três mesas, daquelas bem tradicionais em lanchonetes vintages, que são encostadas na parede com uma mesa no meio e com bancos nos lados, que cabem duas ou três pessoas em cada um. Ao lado direito, ficavam algumas mesas altas e redondas, onde as pessoas estavam apoiando as bebidas. Era para lá que estávamos indo ao encontro de alguns amigos da faculdade de Duda, os mesmos que estavam no dia em que saímos da outra vez, quando Luke nos encontrou:

– Vocês chegaram! – ele gritou, e antes que pudesse falar "Oi", ele já estava me arrastando pelo braço enquanto falava – Tenho que te apresentar aos meninos. Não sei onde esses babacas estão. A última vez que eu os vi, eles estavam perto do bar...

Luke falava muito rápido, e tinha um sotaque muito forte, de uma forma que me forçava a só me concentrar nele caso quisesse entender tudo que dizia. Quando finalmente calou a boca, olhei para trás na esperança de encontrar Duda, porém ela havia sumido.

– Eduarda. – falei parando de andar, me perguntando onde estaria essa garota.

– Ela deve ter ido ver o pessoal da faculdade. Vem, depois você a encontra. – disse voltando a andar, ainda me puxando pelo braço.

MEU SERIADO BRITÂNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora