Capítulo 1 - Dom Eduardo - Parte 3

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Dom Eduardo

O cavaleiro sabe muito bem que não é uma boa ideia se descolar do comboio a galope, pois os soldados podem achar que há alguma ameaça. Galopar é especialmente desaconselhável nas atuais circunstâncias por causa da presença de diversos soldados do exército Imperial, que ainda mantêm o cerco ao Ninho. Dom Eduardo olha de relance para algumas barracas postas à margem do Rio Vermelho e nota, apreensivo, alguns soldados pondo a mão no punho de suas espadas.

O cavalo do Príncipe é tão rápido quanto o de Dom Eduardo, que só consegue alcança-lo quando ambos já estão na dianteira do comboio.

- Pai! – o Príncipe diz, animado, batendo na janela da carruagem do Imperador. – Pai, olha o Ninho! – O Imperador afasta a cortina que cobre a janela da carruagem. Ele abre uma frecha na porta para falar com o seu filho.

- Eu te falei para não vir para a dianteira – ele diz com uma voz séria, e uma expressão mais séria ainda. Pai e filho, olhando um para o outro, cada um com sua própria carranca, parecem mais semelhantes do que nunca. A única diferença são as marcas de idade no rosto do Imperador e as suas mechas de cabelo grisalho. – Onde está Dom Eduardo?

- Estou aqui, Majestade – o cavaleiro responde, se aproximando. Ele nota que o Chefe do Conselho dos Barões está dentro da carruagem, junto com o Imperador, o que lhe parece estranho. – Perdoe-me, mas só consegui alcança-lo quando ele já estava aqui, na dianteira.

- Parece que a sua ideia de dar a ele um cavalo tão veloz não foi muito sábia, não é?

- Ahn... Majestade---

- Voltem para o meio do comboio. – Ele fecha a porta da carruagem, mas a abre novamente em seguida. – Dom Eduardo, assim que chegar ao Ninho, leve o Príncipe João ao seu quarto para colocar as vestimentas adequadas para a recepção.

- Sim, Majestade.

Das Cinzas da Era PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora