Capítulo 16

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Débora narrando

- Não tão rápido Débora. Você já escapou de mim tantas vezes, mas hoje será diferente. Com certeza, será. - disse, levou sua mão em meu rosto e tentou toca-lo, mas eu me afastei.

- Tira sua mão de mim. Não ouse me tocar, seu nojento. - Tentei passar por ele novamente, mas ele deu outro passo me impedindo novamente. - Eu vou gritar.

- Não vai não minha linda.

Foi tudo muito rápido ele levou uma de suas mãos á minha boca, e me empurrou contra a parede. Tentei morder sua mão, mas ele estava apertando demais, eu não conseguia mover meus dentes. Pedi para que ele me soltasse, mas com sua mão estava abafando minha voz não saiu. Me debati, mas o nojento só sabia ficar rindo da minha cara e tentando beijar meu rosto. Eu estava ficando desesperada, quando surgiu uma mão puxando Ricardo de perto de mim.

Arthur estava em cima do Ricardo socando seu rosto. Ricardo até que tentava se defender, mas estava difícil para ele. Eu como ainda estava um pouco em choque demorei a reagir, mas quando eu acordei para o que eu estava vendo. Arthur ia matar ele se continuasse daquele jeito.

- Arthur! Arthur! Para. Já chega - gritei desesperada.

Ele me ignorou e continuou socando o rosto do Ricardo. Tentei me aproximar e tudo que conseguir foi levar uma cotovelada e cair para trás. Acordando para o que ele havia acabado de fazer, Arthur saiu de cima do Ricardo e veio para perto de mim.

- Porra! Eu te machuquei? Me desculpa. Eu... Droga! Você está bem? - Perguntou nervoso, seus olhos passaram por todo meu corpo. Ele não estava me olhando com malicia, era simplesmente para saber se havia me machucado.

- Não! Eu estou bem. - Disse acalmando-o.

Mas meus olhos se arregalaram quando percebi que Ricardo começou a se movimentar. Arthur olhou para trás na mesma hora.

- Seu filho da puta! - Arthur xingou.
Afastou-se de mim, voltando se aproximar do Ricardo.

- Arthur, não! - parou assim que ouviu minha voz.

- Você não sabe com quem está se metendo seu surfista de merda. - Ricardo disse cuspindo sangue no chão.

Olhei para Arthur e percebi que ele estava se segurando para não voltar e socar sua cara. Seu punho estava cerrado, e a veia do seu pescoço mais alta que o normal, seu rosto estava vermelho, como se ele fosse explodir a qualquer momento, e ele realmente iria.

Ricardo não tinha amor á vida não?! Arthur havia quebrado o rosto dele inteiro. Seu olho esquerdo estava avermelhado e começando a ficar inchado, com certeza ficaria roxo, seu lábio estava cortado, e a maçã do seu rosto também. Fora suas costelas, onde Arthur socou muitas vezes, com certeza ele iria sentir muita dor. Bem feito! Eu precisava fazer alguma coisa antes que Arthur perdesse o autocontrole.

- Vamos embora. - Falei, ficando em pé.

- Quê? Não! Vamos chamar a policia. - Arthur disse decido, ele pegou o celular do bolso e começou a digitar um número.

Ricardo levantou do chão, e encarou Arthur com raiva enquanto o mesmo falava com a policia. Quando ele percebeu que Arthur estava falando sério, ele tentou correr. Mas, Arthur foi mais rápido jogou o celular na minha mão, e foi atrás dele. Voltando segundos depois com o braço envolta do pescoço do Ricardo. Chave de braço é como nomeiam.

Passei quase duas horas na delegacia, fazendo uma queixa. No começo fiquei meio hesitante em denuncia-lo, fiquei com medo de perder meu emprego. Mas é por isso que as coisas continuam acontecer, por medo. Então, decidi não me calar. Mesmo que se eu quisesse, Arthur não deixaria, afinal foi ele que me trouxe para delegacia. Ele também deu seu depoimento, e quando perguntaram o que havia acontecido com o rosto do Ricardo, ele respondeu que Ricardo havia resistido bastante. Apesar de estar muito nervosa, eu fiquei com vontade rir.

Ricardo foi detido, eu sabia que ele não ficaria preso. Pai dele rico do jeito que era, não iria deixar o filhinho em uma cadeia suja cheia de criminosos. Mas, só processo que eu iria jogar em cima dele, já me fazia sentir melhor. Arthur chamou um advogado de seu conhecimento, eu poderia ter chamado o Igor, mas achei melhor não. Ele ficaria chateado quando descobrisse, mas eu daria um jeito dele entender.

— Vamos?! — Arthur perguntou, colocou a mão em minhas costas.

Acordei de meus pensamentos, e assenti. Caminhamos até seu carro, em nenhum momento, ele tirou a mão das minhas costas. Era tão bom sentir ele me tocando, eu estava me segurando para não suspirar enquanto o via “cuidando” de mim. Estava pronta para ter aquele momento nostálgico, mas eu precisava me livrar dele antes de tudo desmoronar.

— Está com fome? Podemos passar em algum lugar para comermos, antes de eu te deixar em casa. — disse, assim que entramos no carro.

— Não, obrigado. Só quero ir para casa. — falei baixo.

Toda viagem me mantive em silêncio, meus pensamentos estavam longe. Encostei minha cabeça na janela, fechei meus olhos e respirei fundo, mas o perfume dele invadiu minhas narinas, me permiti apreciar o seu cheiro por mais que isso não me fizesse bem. De olhos fechados, deixei que algumas memórias me atingissem

“— Para onde você quer ir? — Perguntou, me abraçando por trás. Senti minha pele se arrepiar, quando ele beijou meu pescoço.

— Qualquer lugar que seja com você. — Respondi, com um tom meloso.

— Estranho né?! — Indagou.

— O que? — Perguntei curiosa.

— A gente se conheceu hoje. Por que tenho a sensação de que você vai mudar minha vida?”

Abri meus olhos quando ouvi uma música tocar. Tudo que eu não precisava. Sabe aquelas músicas que falam sobre seu momento? Como se descrevessem o que você está sentindo? Era aquela.

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