O garoto acharia tudo incrível se os pensamentos em sua cabeça não estivessem deixando ele aflito. Os olhos iam do topo para base da grande porta dourada de folha dupla. Enorme, contrastando com as paredes de pedras lisas. Teria muito tempo para admirar Hogwarts depois, pensou. As mãos de Alvo Severo suavam e a gola de sua camisa parecia lhe esganar. Ele manteve a visão fixa no ombro do novato a sua frente.
– psiu!
Ele continuava a mirar o negrume da capa a sua frente. Esse aluno estava numa conversa acalorada com o outro a sua frente na fila.
– psiu, Potter!
Seu olhar foi quase que dragado pela voz. Um semblante sorridente o observava por uma fresta na grande porta.
– tio Nev… Professor Longbottom! – o coração de Alvo foi no estômago. Esquecera que veria o homem com frequência também em Hogwarts, o professor de Herbologia.
– Tudo bem? Você não parece muito bem, quer ir a Ala Hospitalar, quer que chame seu pai? – o semblante do homem foi ficando avermelhado.
– Está tudo bem, só estou nervoso sabe – o menino tranquilizou – a seleção.
– Vai ficar tudo bem, vai ver… você vai amar Hogwarts e a Grifinória.
Alvo apenas concordou com a cabeça.
– Professor Longbottom? – o vozeirão chamou e Alvo viu parte do corpanzil de Hagrid na fresta – Já vai começar a seleção, a diretora McGonagall pede pro senhor tomar seu lugar…
– Obrigado Hagrid… – e Neville desapareceu pela fresta, que se alargou para deixar passar toda a estrutura meia gigante de Rúbeo Hagrid.
Ele sorriu e acenou sem displicência para Alvo, e todos os alunos olharam para o garoto. Seu coração foi parar na garganta. O bruxinho evitava todos os olhares.
“Ah é só o potter… aquele não é o Alvo, filho do Harry Potter?... Pensei que o filho do Potter era o Thiago… esse é outro... Harry Potter?... Que derrotou Voldemort idiota!” Ele também tentava não ouvir os comentários.
Hagrid ainda tinha toda a envergadura de um meio gigante, e Alvo sabia que sua cabeça quase não chegava em seus cotovelos. Mas o bruxo também já estava diferente das fotografias que tinham em casa. Rúbeo já não era tão largo, e os cabelos já davam sinais de idade aqui e ali. Mas os olhos bondosos que pareciam bezouroa estavam la, assim como o sorriso mais encorajador do mundo.
– Hagrid!... – a voz asmática trouxe novo silêncio entre os novatos.
Ela pertencia a um homem magro, de aparência cadavérica, tufos de cabelo grisalho faltando na cabeça, um dos olhos astutos como de uma águia, o outro azul elétrico girava para todas a direções. As vestes cor de bolor, aquele mesmo que cresce em parede. Uma gata rota e macilenta ronronava aos seus pés.
– Os pustulentozinhos não tinham que estar no salão, a seleção…
– E QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE EU VIM FAZER AQUI FILCH SEU CASACO DE CASTOR VELHO?!
– Bom acho que um professor é que deveria buscá-los… – reforçou Filch na voz as asmática e jocosa.
– E O QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE EU SOU FILCH? EU SOU UM PROFESSOR ORA BOLAS! – a voz de Hagrid retumbando pelo hall.
A grande porta novamente se abriu.
– Mas o que é que está acontecendo aqui?! – Neville voltará e sua voz como seu semblante estavam muito mais severos.
Filch se aprumou. Hagrid pareceu murchar.
– estava dizendo a Hagrid como os preciosos alunos deveriam estar no salão para a seleção professor Longbottom.
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Alvo Potter e o Chapéu Seletor - Um Conto do Mundo Bruxo
FanfictionO conto imagina os acontecimentos na Seleção das casas do filho do meio de Harry Potter, e o início de sua amizade com Scorpio Malfoy.