A Viagem: Parte 1

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Alguns dias depois, com o natal se aproximavam, todas as escolas e universidades entraram em recesso.

Gabriel havia ficado tão deprimido com a morte de Letícia, que parou de falar com seus amigos. Aquilo estava deixando seu pai muito preocupado, pois estava vendo seu único filho entrar em uma profunda depressão novamente.

Como Gabriel sempre sonhou em ter uma motocicleta. Na véspera de natal Tony, na intenção de ver novamente seu filho feliz, deu-lhe uma moto zero quilometro. Aquilo fez os olhos daquele garoto brilharem.

Ao ver o filho sorrir novamente, os olhos de Tony lacrimejaram.

– Gabriel!

– Fala pai! – Gabriel montou naquela motocicleta e deu a partida.

– Me prometa uma coisa!

– Você está preocupado comigo, não está?

– Você sabe que eu não gosto de te ver daquele jeito!

– Pai! – Gabriel olhou no fundo dos olhos de Tony e sorriu. – Eu só precisei de um tempo para botar minhas ideias no lugar.

– Muito bem, não quero mais você trancado no seu quarto!

– Sim senhor! – respondeu Gabriel, fazendo continência para seu pai.

– Ah! Tenha cuidado!

– Pode deixar senhor Magi!

– Agora vá! Eu sei que você está louco para dar uma volta!

– Até logo!

– O que eu não faço para ver esse garoto sorrir! – mumurou Tony, ao ver o filho pilotando sua primeira motocicleta.

No último dia do ano, Tony, Christopher, Ivone e Gabriel se reuniram para comemorar o réveillon. Foi um jantar desanimado, mas todos sabiam que a vida deveria continuar.

Na hora da virada, enquanto a única coisa que se poderia ouvir era o estouro dos fogos de artificio. Christopher de um forte abraço em Ivone que começou a chorar.

– Feliz ano novo pai! – Gabriel abraçou seu pai.

– Feliz ano novo, meu filho!

– Feliz ano novo Tony! – Christopher estendeu a mão para o amigo.

– Feliz ano novo Ivone!

– Obrigada Gabriel, para você também! – respondeu Ivone, enquanto enxugava suas lagrimas.

Nesse momento, o celular de Gabriel tocou.

– Alô!

– Feliz ano novo! – disse uma voz feminina.

– Obrigado!

– Gabriel, preciso podemos conversar?

– Desculpa, mas que é?

– Você não armazenou meu número? – suspiro. – Sou eu, Suelen!

– Olá Suelen, quanto tempo!

– Então, podemos conversar!

– Pode falar!

– Não! Eu quero conversar pessoalmente!

– Sobre o que você quer conversar?

– Venha até minha casa! Você sabe aonde eu moro?

– Bom, acho que todo mundo sabe onde o governador mora! – ele sorriu.

– Ser filha do governador é um kharma! – risos. – Bom, estou à sua espera! – após isso ela desligou.

Aquela ligação deixou Gabriel muito desconfiado, pois achava que Suelen havia ficado tão enfurecida depois daquela festa, que nunca mais iria quer falar com ele novamente.

Mas por outro lado, talvez ela estivesse se sentindo culpada pelo suicídio de Leticia e quem sabe quisesse dar seus pêsames para Gabriel.

– Quem te ligou filho?

– Foi a Suelen!

– Suelen Anderson?

– Ela mesma! E pediu para mim ir na casa dela, para conversar!

– E você vai?

– Ora porque não, vamos ver o que ela tem de tão importante para me dizer!

– Tenha cuidado, meu filho! E por favor não vou tão tarde!

– Pode deixar!

A mansão dos Aderson, ficava localizada no centro da cidade. Na entrada havia um enorme portão, dois seguranças para vigiavam a entrada e saída de pessoas.

– Suelen, estou aqui na frente!

– Tudo bem! Já estou indo ai!

Alguns minutos depois, Suelen, que estava usando um vestido que ia até os joelhos na cor branca. Abriu foi até o portão e disse:

– A casa está cheia!

– Percebi!

– Nossa! Que moto linda!

– Ganhei do meu pai de natal!

– Vamos dar uma volta com ela? Eu conheço um local onde estão dando uma festa!

– Suelen! – Gabriel desceu da moto. – O que você tem para me dizer!

– Tudo bem! Desculpe-me, por fazer aquela cena naquele dia. – ela abaixou a cabeça. – Eu sinto muito pela morte da Leticia! – Suelen olhou nos olhos de Gabriel. – Eu só fiz aquilo por ciúmes!

– Ciúmes?

– Desde aquele dia que eu fui na sua casa, comecei a me apaixonar por você!

– Você! – Gabriel deu uma gargalhada sarcástica. – Achava que uma Anderson não sentia essas coisas, muito menos por um nerd!

– Não fala assim! – os olhos dela lacrimejaram.

– Eu também estava começando a me apaixonar por você Suelen!

– Estava? Não está mais?

– Olha, eu passei por poucas e boas nesses últimos anos. Felizmente este term...

Sem deixar Gabriel terminar a frase, Suelen o beijou. ele não resistiu o beijo, mas quando abriu os olhos teve uma alucinação.

– Sophia?

– Quem é Sophia? – gritou Suelen, fechando a cara.

– Ninguém! Eu tenho que ir!

– O que?

– Acho que nossa conversa terminou por aqui! – por fim Gabriel pôs seu capacete e deu a partida.

– Gabriel, nossa conversa não acabou!

– Adeus! – disse ele indo embora, e deixando Suelen falando sozinha.

Após aquela conversa desagradável, Gabriel descontou toda a raiva que estava sentindo em sua mão, consequentemente acabou acelerando e foi aí que aconteceu.

Enquanto descia uma ladeira, ele acabou perdendo o controle e batendo em um carro que estava a sua frente. Como o impacto foi muito grande, devido a velocidade da moto, o seu corpo foi arremessado para fora da pista. Gabriel bateu sua cabeça em uma rocha e perdeu a consciência.