Tempos De Obscuridade Humana

Depressão ou desanimo

Eis a grande questão?
Uma doença assola o mundo, torna tudo diferente. Trancados em casa achamos que estamos seguros ou pelo menos a salvo. Mas, o modelo de cultura digital, se parece a cada dia menos com uma solução.
Presos nas próprias casas, com o computador ou celular com um trilhão de informações e formas de se conectar a distância. A educação a distância se apresenta como uma possibilidade para a continuidade dos estudos. Somos bombardeados com conteúdos e ideologias o tempo todo. Enquanto a distância recebemos as notícias sobre entes queridos que se vão. Alguns pela nova doença, outros por depressão, outros ainda assassinados nessa era de violência. O governo preocupado com contenção de custos, votos e aumento da economia. A maior parte do povo sem emprego, sem renda, sem saúde. Os valores de mercadorias para necessidades básicas se tornam extratosfericos e a população se mantém com medo.
Filhos, estudos, emprego, alimentação, despesas médicas, manutenção da casa... tudo se torna uma bola de neve.
O dia começa, vem a noite e nada muda. As pessoas continuam morrendo como pombos em um tiro ao alvo.
Devemos nos manter sãos.
Devemos ter esperança.
Devemos lutar pelo futuro.
Lutar com que ou quem?
Esperança de um futuro... Qual futuro?
O capital e a ideologia mercadológica seguem implacáveis. O dinheiro tem mais valor do que as vidas. O governo sustenta a si mesmo. A população não tem suas necessidades supridas. As mortes continuam. Tiroteio... A doença leva mais alguns. O povo permanece nas ruas, caso contrário não teria como se alimentar. Se torna proibido enviar livros ( realmente a única arma que não mata.) Incêndios nas florestas, queimadas na cidade, desmatamentos para a mineração ( não se comem pedras, mas preferem matar as árvores e poluir o ar do que não alavancar o crescimento monetário).
"Que país é esse?"
Que futuro nós espera?
Que futuro espera meus filhos?
Como me condicionar a assistir em silêncio todos o caos ao redor?
Como aproveitar o tempo com a família, quando a família se encontra dividida e presa em suas próprias casas, aterrorizados por si e pelos outros?
Penso tanto e problematizo na minha cabeça, resolvendo que a solução é a espera. Uma espera agonizante com notícias devastadoras a cada segundo.
Será depressão, desanimo, desespero?
...
Como levantar da cama?
Como ler notícias e conteúdos como se tudo estivesse bem?
Como sorrir pras crianças e passar segurança, quando não se tem nada bom pra partilhar.
Como gastar horas com atividades de escola, universidade, cursos... Sem se desesperar?
Como definir prioridades nesse meio tempo?
Como sair desse meio tempo?
Como saborear a comida, sabendo de tantas pessoas que não tem o que comer. Como festejar aniversários, com o clima mortiço que se instaurou por dentro?
O que fazer quando até seu funcionamento no modo automático, não funciona.
A quem ou ao que se recorre?
Onde se coloca a fé?
Com que se preenche o amanhã?