CAPÍTULO 4

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Saímos do posto e seguimos pela estrada. Fico pensando no homem que estava lá, talvez pudéssemos tê-lo chamado para vir conosco, mas não o conhecíamos. Como saberíamos que ele não é um ladrão? Um assassino? Talvez não. Ele parecia ser uma boa pessoa, mas não podemos nos basear por aparências, afinal de contas, elas sempre nos enganam.

– Charles, precisamos voltar.

– Depois de tudo que eu falei você pensa em voltar Diane? Não podemos...

– Mas querido, essa coisa ainda está no Rio e outra, só pegamos duas peças de roupa, se pretendemos ir para tão longe, temos que pegar mais coisas e até mais alimentos, porque nunca se sabe...

Papai fica em silêncio por um tempo, parece estar analisando as palavras que acabou de ouvir, ele sabe que elas fazem sentido, não devíamos ter saído daquele jeito, nem telefone celular nós pegamos. Por fim, ele responde:

– Tem razão, não estamos tão longe de casa, levaremos só umas duas horas para voltar, mas me prometam que quando chegarem a casa pegarão tudo o que é preciso o mais rápido que puderem, não podemos perder tempo! Não sabemos em qual velocidade esse vírus “corre”.

– Mas pai, talvez a mamãe esteja certa – falo. – Aquelas coisas ainda estão no Rio, até chegarem aqui, se bem que... As pessoas mortas naquela casa... – Falo baixo, para que só meu pai me escute.

– Você também está se esquecendo de um detalhe muito importante... E as pessoas que morreram depois de ter tido contato com esse ar repleto de vírus mortais? Essa hora eles já devem ter voltado do mundo dos mortos.

– Ou talvez não pai! – Julia continua incrédula com tudo isso.

Meu pai faz um cara de desapontamento, balança a cabeça e faz um retorno proibido na estrada para voltarmos para Santo André. 

Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora