Chapter one

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— Changbin-ah, você é muito fofo!

O moreno, que havia sido mencionado no vídeo, virou o boné deixando a vista sua carranca brava, e foi até o garoto gordinho à passos pesados para bater neste - conseguindo o feito -. Changbin odiava quando era "perseguido" pelo campus da escola; principalmente para chamarem-o de fofo, algo que ele dizia não ser.

Mas ele era.

Ao perceber estar sendo filmado, provavelmente por outro fanboy, Changbin foi em direção a câmera, o que fez está focar bem em seu rosto bonito enquanto ele falava cheio de raiva alguns palavrões e diversos: "quer morrer?" "me deixa em paz".

Fim do vídeo, era nesse momento que Felix, um garoto apaixonado por Changbin e meio tímido, sorria bobo pro rostinho raivoso da câmera e mandava beijo para este. Os melhores amigos dele, Minho e Hyunjin, ficavam levemente chocados pelo amigo, que é tão alegre quanto um raio de sol, estar apaixonado por alguém… bravo e violento...?

V-você - disse Hyunjin, fazendo ênfase no você e apontando pro celular de forma preocupada. - Está apaixonado por ele?

O garoto sardento de rosto bonito, apenas sorria de forma animada e mandava beijinhos pra imagem que se tinha do garoto do vídeo pausado, pois se tinha algo que Felix estava, era apaixonado, e era algo destacado em seu rostinho de boboca contente.

[…]

— Ok! Eu aceitei a ajuda de vocês pra caso ele queira me bater. Vocês irão me proteger - falou Felix, recebendo uma risadinha de Hyunjin, o que o fez encará-lo, chocado. - vai me deixar apanhar?!

— Óbvio, desde quando virei guarda costas de homem apaixonado? - falou, e apontou pra Minho, que ria enquanto terminava de fazer um avião de papel - e você, minho, tá ganhando quanto de guarda costas?

— Eu guarda costas? Tu guarda costas! Porque sem ele, tu não tinha o Seungmin.

O amigo mais alto dos dois, encarou ambos, perplexo. Não era de toda mentira que sem Felix, ele não tinha Seungmin, e muito menos Minho tinha Jisung. O maior deu de ombros e ficou ali junto dos amigos, na quadra ao ar livre da escola, Felix foi o primeiro a agir estranho e logo depois Minho, Hyunjin foi o que queria voltar dez passos para trás. O motivo? Seo Changbin.

O menor caminhava de forma calma pela quadra, curtia passar por ali, já que era o local mais vazio da escola e ele não se esbarrava com nenhum fanboy ou fangirl louca querendo tirar fotos sua. Enquanto caminhava de fones de ouvido, sem se importar com nada, um trio de amigos ficava desesperado pra saber o que fazer, ao passo que algum fanboy do menino o filmava sem ser percebido.

— Taca a droga do avião, Felix - disse Hyunjin, de forma brava.

— Não é tão fácil assim, por favor né, Hyunjin -falou o garoto sardento, de forma acanhada e nervosa.

— Pela amor de Deus, Felix! Só taca a droga do aviãozinho! Estou ficando nervoso aqui e com raiva.

Felix não agia muito bem sobre pressão, então, ele fez exatamente o que era mandado - digo, obrigado - à fazer. Ao atacar o aviãozinho, ele acertou a cabeça de Changbin, caindo bem na sua frente, o garoto se abaixou e pegou o papel em forma de avião. Ao abri-lo, encontrou um coraçãozinho e franziu o cenho.

Olhando na direção de onde tinha vindo o aviãozinho, os olhos do pequeno garoto, já bravo, se cravaram no jovem gordinho que o gravava. Com toda sua raiva, foi em cima do fanboy, para o bater com todo o seu ódio. Já os três garotos assustados apenas se trombaram e correram, como se a vida deles estivesse por um fio.

Eles estavam ofegantes e estirados; dois no chão, e no banquinho da escola, Felix estava deitado, respirando de maneira pesada.

Droga de asma.

— F-Felix - começou hyunjin, de forma cansada. - você ainda quer tentar? Ele não tem cara de quem… sabe… é gay.

— Gay? Quem falou em gay? - virou a cabeça na direção de Hyunjin, que estava confuso. - pra mim ele é panssexual, ele apenas ama, compreende?

— Igual você? -Minho falou, entrando na conversa-  você é mais pro lado homoafetivo, certo?

Felix balançou a cabeça em positivo. Por fora, ele parecia totalmente de boa sobre sua paixonite, mas na realidade, ele estava totalmente perdido, principalmente sobre ter ou não a chance com o garoto que tanto nutria sentimentos fortes.

— Eu tive uma ideia!

Felix e Hyunjin pareceram acordar do descanso que estavam à fazer, Minho aparentava estar decidido sobre sua ideia, e isso era bem notável pelo seu rosto animado, o que assustou um bocado Hyunjin. Minho quando tinha ideias, era sempre algo complicado.

[…]

— Entendeu? Você sabe quais aulas ele tem, e então no tempo vago, você deixa na carteira dele uma barra de chocolate com uma cartinha, dizendo: "se seu sorriso fosse chocolate, eu serei chocolatra!".

Hyunjin apenas se segurava para não rir. Realmente, como Jisung se apaixonou por um ser tão brega como o dançarino mais velho? Ele não fazia ideia.

— Você tem certeza que ele vai sair da sala no intervalo? Se ele se encontrar comigo, ele vai me bater, hyung!

Minho ria. Realmente, se Felix fosse encontrado por ele, seria enchido de porrada, mas isso era o de menos. O trio estava no final do corredor, esperando o horário do intervalo, essa seria a hora certa pra Felix correr até à sala e deixar o chocolate, para logo depois fugir com toda a força que tinha nas pernas.

— Ali! Ele está saindo junto da turma -disse Hyunjin, cutucando Felix, que parecia distante. Ao ver o garoto de roupas pretas e que era apaixonado, o garoto sorriu.- anda, Felix! Ele só pega o lanche e volta pra sala, corre!

Os dizeres foram suficientes para o ruivo sardento correr, ele estava completamente em pânico e não sabia se iria explodir a qualquer momento por estar fazendo aquilo. Ao colocar a cabeça para dentro da sala e ver que não havia ninguém, ele adentrou por inteiro, procurou de maneira rápida a mochila de seu grande amor e sorriu ao vê-la ali.

Era sorte demais, pensou o ruivo. Ele estava abrindo o bolso médio da mala, onde Changbin guardava a carteira - pelo o que se podia notar, já que a carteira estava ali -, e colocou o chocolate junto da cartinha.

Estava tudo correndo como havia sido planejado, Felix estava saindo da sala com um enorme sorriso nos lábios. Encarou os amigos que estavam de longe no corredor, e ficou confuso pelos dois estarem fazendo sinais estranhos com a mão.

Ele só conseguiu saber o porquê daquele desespero todo quando ouviu a voz, tão conhecida, atrás de si:

— Hey! O que você estava fazendo na minha sala?

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