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— Olha, Thomas, é uma coisa engraçada — eu pratico o discurso de frente para o espelho. — Lembra do meu ex-namorado? Aquele que te deixa tenso toda vez que aparece na televisão? É, isso, Pedro! Eu nem lembrava o nome do cara, mas, então, o mundo é mesmo pequeno, não é? Você não vai acreditar... ele apareceu lá no restaurante noite passada. Não, não foi...

Interrompo a falação quando a porta do quarto abre, precedida por duas batidas fracas. Sarah coloca a cabeça para dentro.

— Desculpa interromper... — Ela gesticula com a mão. — O que quer que esteja acontecendo aqui, mas você está fechada nesse quarto falando sozinha há mais de uma hora. Será que eu devo chamar ajuda psiquiátrica?

Há-há-há. Estamos no meio de uma crise existencial aqui, tá bom? E seria de muita ajuda se você não fizesse piada. — Solto um suspiro dramático, me atirando de cara no travesseiro.

Talvez seja culpa da TPM, mas estou uma pilha de nervos.

— Juliezinha, você está tão preocupada em se explicar que fica até parecendo que fez algo de errado. Espera! Você não transou com o Pedro nem nada do tipo, né?

— Claro que não, Sarah! — Eu soo ofendida. — Já te disse: O Pedro só apareceu lá e ficou falando como se fossemos velhos amigos, mas o Thomas odeia o cara. Ele vai ficar uma fera quando eu contar.

— Então não conta — é a solução mágica dela. — Não é como se o Pedro tivesse te dado um beijo, ele só te deu uma sobremesa... que por sinal estava deliciosa.

Eu a encaro com o olhar fuzilante.

— Você não comeu tudo sozinha, né?

— Fica calma! — Minha amiga ri. — Eu só provei um pedacinho, não seria doida de acabar com a sua sobremesa de flerte.

— Não é uma sobremesa de "flerte"! — Reviro os olhos.

— Então porque continua se negando a comer?

— Não estou me negando. Inclusive... — Levanto da cama com uma decisão notável. — Vou fazer isso agora mesmo. Vou acabar com aquele doce antes que ele acabe comigo. Preciso mesmo de um pouco de açúcar.

— E eu vou te ajudar nessa missão como uma boa amiga que sou! — Ela brinca cheia de entusiasmo.

Eu pego o crepe na geladeira. Nós nos afundamos no sofá e dividimos o doce juntas, comendo direto do pote. O azedo das frutas vermelhas dança com o doce do creme de avelã, fazendo uma explosão de sabores no meu paladar. Meio que odeio o Pedro por me dar de presente algo tão delicioso que chega a ser imoral, meio que amo ele pelo mesmo motivo.

— Hm — Sarah fala com a boca cheia —, dizem que frutas vermelhas deixam a gente com um sabor mais gostoso. Vai ver isso foi uma indireta do Pedro para dizer que quer te chupar.

Eu fico tão vermelha quanto a calda da sobremesa.

— Cala a boca! — Mexo o garfinho no pote, com os olhos baixos. — Fui eu quem disse que esse crepe era meu ponto fraco.

— Vai ver ele achou que fosse indireta sua, então.

Sarah sacode os ombros.

— Claro que não! — respondo.

Mas depois que ela planta a sementinha da desconfiança, é inevitável ficar pensando se Pedro teve mesmo alguma segunda intenção com esse gesto. E, novamente, estou me sentindo como se tivesse feito algo muito errado, mesmo que não tenha feito absolutamente nada.

Gente, só pra lembrar! Não leiam os comentário versão anterior do livro (ou seja, os que foram anteriores a 2022) porque eu mudei muita coisa na história e vcs vão acabar ficando confuses kkkk

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Esse capítulo foi curtinho, mas não esqueçam de votar!!!!

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Ninguém mais que nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora