Capítulo 5 - Tyler

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Aquele momento de euforia foi muito louco. Todos correndo para os seus quartos, enquanto fugiam dos seguranças que marchavam em sincronia por trás de nós. Nem deu tempo de me despedir do pessoal, nem da Naomi e do Jake.

Ah Naomi, se você soubesse o quanto eu penso em ti, em nós. Me obrigo a parar de pensar nela pelo menos por um instante, balanço a cabeça tentando esquece-la.

Paro de andar em círculos em meu quarto e me sento. Me sinto incomodado com minha pele e meu cheiro, afinal não passamos pela ducha antes de virmos para nossas cabines, como é de costume.

Como que Naomi iria sentir algo por um garoto fedido como eu, ela me deve achar loco de ficar perdendo meu tempo naquela pista, mais tempo do que os cientistas me delegam.

Mal sabe ela o quanto seu rosto ocupa minha mente. Durante o dia nas minhas caminhadas, na noite enquanto sonho ou fico deitado imaginando coisas, olhando para sua foto na parede do meu quarto.

Ainda não acredito que gastei meu pedido do ano passado com uma foto sua. Pra mim contemplar ela também enquanto isolado.

Pareço ser um psicopata maníaco, mas só sou um lunático por Naomi, e sei que por ela compensa qualquer dessas minhas loucuras.

Resolvo me deitar mesmo estando grudento, afinal não tenho escolha. Vou ter que ficar doze horas aqui mesmo, então prefiro que seja desacordado.

Tento descansar, mas não consigo. Fico rolando de um lado para o outro na cama, tentando encontrar o sono que parece fugir de mim. Canso de forçar o sono e me levanto.

– Vamos la Tyler, já que temos energia sobrando, vamos gasta-la! - falo sozinho.

Começo fazendo vinte flexões, seguidos de quinze abdominais e alguns polichinelos, usando o tênis de corrida que pedi esse ano. O que não me serviu de muita coisa, pois não podemos levar nossos pertences para fora dos dormitórios, ou seja, só posso usá-los aqui dentro, o que não é grande coisa.

Paro de me exercitar antes de ficar desidratado, pois não tem água ou nenhuma outra forma de se refrescar aqui, além da entrada de ventilação do teto, que também não ajuda muito.

Me deito no chão, com as mãos atrás da cabeça, apoiando-a. Pelo menos o chão é mais fresco que a cama, penso.

Fico alí deitado, vendo as hélices do duto de ventilação girarem, esperando o tempo passar ou o sono chegar, para acordar num novo dia.

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