Os últimos dias na ilha haviam sido tão especiais que eu realmente pensei que o charme de Amora ainda estava nos afetando.
Louis e eu tivemos noites intensas de amor mesmo quando a lua cheia não brilhava, e nosso bebê começava a mexer-se cada vez mais, me fazendo rir só por imaginá-lo ali, dentro de mim.
Meu namorado havia me explicado coisas sobre seu mundo e sobre minha gravidez e agora eu me sentia abençoado não só por Afrodite, mas também pelo Deus que Louis acreditava.
Eu havia sido abençoado com o privilégio de gerar um bebê. E um bebê fruto de um amor lindo e puro. Um bebê meu e de Louis.
Eu vivia agora o melhor momento de toda a minha vida. Cercado de amor por todos os lados, pelo amor único de Louis, o amor de meus amigos, pelo amor de minha pequena Amora e pelo amor de meu filho, um amor tão intenso que eu sequer era capaz de definir.
Depois de minha conversa com Louis, já imaginava como seria minhas próximas gestações, afinal, ter quatro filhos, ou quantos mais Louis quisesse, era um sonho lindo. Mal podia imaginar como seria o momento de ver o rosto de meu bebê e segurá-lo em meus braços, principalmente agora que eu sabia que teria uma natureza tão incrível quanto a de Zayn.
Estava tomado por uma sensação tão incrível de esperança e de ansiedade pelo meu bebê, que amava ficar ao lado de Amora, vendo-a crescer e aprender com Niall.
Era uma daquelas tardes maravilhosas em que eu e Niall ensinávamos o melhor de nossos instintos para ela. Normalmente, crescíamos de forma acelerada, mas como passávamos a maior parte do tempo em missões, não podíamos acompanhar o crescimento e o treinamento dos bebês da colônia.
Por isso, ensiná-la a mergulhar, pular e se localizar no oceano, era tão especial para nós dois. Mal via a hora de fazer isso com meu próprio bebê.
Em algum momento durante a tarde, Niall e eu estávamos ensinando a sereia a se localizar no oceano e a identificar tudo a sua volta através das ondas e das correntes marítimas, em especial, a localizar e identificar os animais a nossa volta.
Nossa visão já era avançada para que pudéssemos ver sob a água salgada, turva e escura do oceano. Ainda assim, podíamos enviar ondas sonoras para tudo a nosso redor a fim de que pudéssemos ter uma visão de tudo e completar nossas missões da melhor, mais segura e mais discreta forma.
Mas era uma habilidade que levava algum tempo para ser aperfeiçoada. E Amora estava tendo muitas dificuldades.
– Você tem que se concentrar, amor. – Niall disse calmo após salvá-la de colidir contra uma pedra.
– Por que não posso usar os olhos, papa? – Disse com a voz chateada pelo fracasso.
– Você precisa aprender a sentir o oceano ao seu redor, querida, e se usar os olhos, você vai usar eles em troca dos outros sentidos. – Meu amigo explicou de forma amável.
– Lembre-se, Amora, ouvir, sentir e, finalmente, ver. – Acariciei seus cabelos claros.
– Estou com fome. – Reclamou, visivelmente frustrada.
– Vou buscar frutinhas para você, está bem? – A garotinha assentiu, abrindo um sorriso. – Hazz, fique de olho nela para mim, ok? – Ri da preocupação de Niall e ele sumiu logo em seguida.
Amora e eu submergimos novamente e ela começou a repetir "ouvir, sentir e ver" com os olhos bem fechados, tentando ao máximo se concentrar, eu sorri por seu esforço.
Mas, de repente, ela pareceu conseguir, seu semblante mudou, ela abriu um sorriso enorme e seus olhos se arregalaram e eu identifiquei o porquê, era época da migração das arraias e um grupo enorme passava próximo dali.
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Mermaid - Larry Stylinson
FantasyPara Louis não bastava contrariar toda a ciência mundial e ser taxado como um cientista louco. Não bastava ter deixado toda a família e uma carreira para trás para viver no litoral da Grécia visitando pequenas e perigosas ilhas desabitadas. O destin...