Capítulo 14

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Samantha´s POV

Depois do meu fantástico momento de conversa com o Calum *inserir ironia obviamente* desatei a correr o mais rápido que pude pois não queria que ele assistisse ao que se iria passar a seguir. Comecei a andar muito rapidamente com a raiva a tomar conta de todo o meu corpo e as lágrimas a serem derramadas ao longo da minha face.

Mas será que eu merecia isto? Tudo bem que por vezes as pessoas não querem a nossa ajuda quando têm algum problema, mas há formas e formas de lidar com as situações e a maneira como o Calum o fez não foi de todo a melhor. Ele podia perfeitamente ter-me dito “obrigada Sam, mas eu não preciso da tua ajuda” e provavelmente eu não teria insistido mais pois o que ele talvez estivesse a precisar naquele momento fosse de espaço e de estar sozinho. Contudo, sendo ele como é e eu apesar de o conhecer há pouco mais de uma semana sei que quando é para falar de sentimentos e coisas pessoais ele fecha-se e opta por lidar com as coisas sozinho, o que não é de todo a melhor estratégia.

Se eu exagerei e insisti demais? Talvez, mas isso não lhe dá direito de me dizer aquilo que disse e da forma como o disse. Esta foi a primeira vez em que vi um Calum diferente, um Calum zangado com a vida e com um ar de frustração. Algo nos seus olhos me disse que se eu não tivesse proferido aquelas três palavras no final da nossa "conversa" e tivesse continuado a insistir provavelmente ele teria começado a chorar ali mesmo. Há qualquer coisa a passar-se na sua vida, mas para quê preocupar-me com isso? Eu só ajudo quem quer ser ajudado e no caso de Calum Hood pedir ajuda não é de todo uma opção.

Continuei a descer a rua centrada nos meus pensamentos quando uma voz familiar me chamou. Confesso que tive a ínfima esperança que tal como acontece em alguns filmes numa discussão a pessoa depois vem atrás de nós e pede perdão e diz que não queria dizer aquilo e blabla. Mas como isto não é uma comédia romântica de Nicholas Sparks obviamente que não vai acontecer e para além disso não estamos a falar de uma personagem qualquer, estamos a falar de Calum Hood, a pessoa que se está perfeitamente borrifando para o que os outros sentem ou não relativamente a ele e diz o que lhe vai na cabeça sem pensar no quanto isso pode magoar a pessoa.

- Sam? - ouvi alguém gritar de novo o meu nome.

- Hum? - perguntei limpando as lágrimas do meu rosto de modo a disfarçar o facto de que tinha estado a chorar.

Voltei-me para trás e foi aí que vi um dos poucos (ou nenhuns) amigos que tinha feito naquela escola. Os seus olhos verdes demonstravam alguma confusão e preocupação, o que significava que provavelmente tinha assistido a tudo.

- Fartei-me de te chamar e não me ouviste! - disse ele não tirando os olhos de mim e passando as suas mãos pelo seu cabelo loiro como demonstração da sua frustração.

- Desculpa eu… eu… estava a pensar só isso. - menti descaradamente.

- Não vale a pena esconderes o facto de teres estado a chorar Sam, eu vi. - respondeu-me colocando a sua mão no ombro - O que é que se passa? - perguntou puxando o meu queixo para cima de modo a que o meu olhar encarasse o dele.

- Michael porque é que ser adolescente é tão difícil? Nós somos um poço de emoções, num dia estamos felizes, noutros estamos tristes, a seguir queremos matar toda a gente à nossa volta, porquê? - perguntei com indignação como se aquelas questões fossem fáceis de serem respondidas.

Fifteen || Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora