Analú
Fomos para a casa, minha mãe queria preparar um almoço bem gostoso já que no dia seguinte iriamos para a maternidade mas para nossa surpresa era tarde demais, quando entramos no estacionamento Bruno estava saindo com a Manu, ela estava se contorcendo de dor no banco do carro. Sai do carro da minha mãe e entrei atrás junto da Manu, ela me olhou e deu um sorriso bem sofrido e rimos. Não demorou muito para chegarmos no hospital, a emergência já estava aberta nos esperando, colocaram minha irmã na maca e correram para a sala de parto. Helena era bem apressadinha, não conseguiu esperar o dia certo.
Em 40 minutos conseguimos assistir o parto e ver nossa princesinha chegando ao mundo, ela era tão linda e cabeluda. Manu estava emocionada, na verdade todos nós já que não seria uma gravidez fácil. Assim que ela foi para o quarto fui rapidamente vê-la, não via a hora de pegar Helena no colo.
Manu: só falo uma coisa, não tenha filhos. Que dor insuportável – rimos –.
Mia: mas vale a pena – acariciou o cabelo de Manu e sorrimos –.
Analú: esse meu cunhado é muito forte, nem se quer desmaiou.
Bruno: ih, começou – rimos –.
Deixei ela descansar e sai do quarto, fui para a recepção e quando ia sair para a lanchonete Victor entrou com um urso, flores e chocolate.
Analu: como você é fofo, elas vão amar – rimos e nos abraçamos –.
Victor: na verdade o chocolate é seu gordinha – arrancou selinho de mim e sorri –.
Os meses se passaram tão rapidamente que fiquei espantada quando chegou o primeiro semestre da faculdade. Um turbilhão de sensações estavam passando dentro de mim e minha ansiedade maior era começar um estágio no escritório da minha mãe e arrumar um bom advogado para Rodrigo e é claro participar de passo a passo do julgamento...
Rodrigo
Cada dia que passa é um veneno a mais nesse inferno desse lugar, mas é aquele ditado você colhe o que você planta e eu infelizmente fiz muita merda. Meu irmão foi a primeira pessoa que eu matei na vida e a última, mas ele estava surtado ou era ele ou a minha morena e namoral? Só de pensar em acontecer o pior perco o chão. Os caras ficaram puto comigo por deixar a rebelião passar batido, estava na minha de boa dentro da cela não quis nem que fosse aberta e eles respeitaram pela fama da minha família e por saber a merda que eu fiz com meu irmão.
Essa vida não é fácil, só quem passa sabe. Quando a rebelião acabou alguns presos fugiram, principalmente meu companheiro de cela então os guarda montavam encima de mim para saber de algo, mas eu era um túmulo e foda-se o resto. Estava no meu banho de sol tranquilo pegando alguns pesos, guarda Teixeira era antigo ali pelo o que os outros falavam da sua fama e quando ele se aproximou pensei: fodeu.
Teixeira: fala Nogueira – encostou perto de mim e continuei puxando ferro – quieto né? É bem estranho também. Como que tu não fugiu com o seu parceiro de cela?
Rodrigo: porque ele não é nada meu – continuei sem muito assunto –.
Teixeira: conheci seu pai – falou por fim e soltei o peso para olhar pra ele –.
Rodrigo: verdade?
Teixeira: sim, ele era cabeça dura – ele riu – até demais as vezes. E sempre me disse que sairia daqui, eu nunca acreditei que fosse pela porta da frente. Mas você é diferente Nogueira, pelo o que eu ouvi falar.
Rodrigo: então vocês se falavam até da fuga dele?
Teixeira: ele nunca disse se seria pela porta da frente ou pelos fundos – deu uma pausa – mas você eu sei que será pela porta da frente.
Rodrigo: como tem tanta certeza?
Teixeira: ele sempre disse que tinha dois filhos, um consciente das coisas e o outro nem tanto. Um dia antes dele sair ele falou o seu nome, disse que você seria o orgulho dele e quando soube que você estava aqui e não o seu irmão eu estranhei.
Rodrigo: é, são coisas da vida – levantei para voltar pra cela –.
Teixeira: se cuide Nogueira.
Sai de lá com uma pulga atrás da orelha, não só uma. Não entendi nada dele estar de papo comigo, anoiteceu e mesmo assim os barulhos continuavam nunca tinha silêncio ali. Peguei o celular que estava escondido no extrato da cama e liguei para Analu, fazia um tempo desde nossa última conversa, ela atendeu rapidamente.
IDL
R: Oi morena – falei baixo e pude ver ela sorrir –.
A: como é bom ouvir sua voz – falou um pouco mais alto por conta do barulho–.
R: liguei na hora errada?
A: claro que não, estou no intervalo da faculdade.
R: sério? Porra morena, não acredito... que felicidade – falei sorrindo, queria dar um abraço nela mas não podia –.
A: estou animada, por incrível que pareça – ela disse rindo e sorri –.
R: está cursando o que?
A: direito – falou um pouco retraída –.
R: minha futura advogada então?
A: espero que não precise ser eu – ela riu – vou arrumar um ótimo advogado. Você não tem que estar aí.
R: eu matei uma pessoa, tem dias que eu surto pensando nisso.
A: eu estava lá Ro, eu vi a sua intenção.
R: preciso desligar – fiquei em silêncio – não esquece do meu sentimento por você.
A: e você também não marrento – ela riu – Te amo.
R: eu amo você!FDL você !
FDL
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Nem todo erro é errado ||
Novela JuvenilEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia Capa: sophiadelrey • +16 | Após passar 2 anos, algumas coisas mudaram, Manu e Bruno seguem uma vida bem independente só os dois no Rio de Janeiro e estão ansiosos com a chegada de Analú, i...