1. Como tudo começou

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Não, isso nunca fez parte do meu plano, mas não havia outro jeito. Eu precisava fugir de casa e levar meu irmão junto comigo e para isso eu precisava de dinheiro o mais rápido possível, por que eu não ia fazer com que ele morasse na rua.

Quando entrei na beira do desespero, a primeira coisa (óbvio) que veio à cabeça, foi arrumar um emprego e mesmo sendo impossível conseguir um, por causa da crise na cidade, arranjei trabalho por um tempo em uma cafeteria, mas o salário não era nem o começo do mínimo do suficiente que eu precisava se quisesse tirar eu e Mike da situação lixo em que vivíamos. Então passei a considerar todas as opções possíveis, todas mesmo, até que uma amiga falou que se eu quisesse, ela me apresentava um cara que podia me ajudar com a meu problema e que o "salário" não era ruim.

Aceitei me encontrar com ele. Frank era seu nome. E sim, realmente o que eu iria ganhar era mais do que o necessário para poder me ajudar a ter uma vida estável... O que eu faria? Me prostituir. Frank era um cafetão, O maior cafetão, se me permite dizer, na área de Los Angeles. Ele disse que ele teria que ter uma amostra do que eu ofereceria, ou seja, eu teria que transar com ele para saber se o que eu iria cobrar dos clientes valeria a pena, já que os seus contatos esperam o melhor. Toda sem jeito eu falei que não poderia aceitar, mas mesmo assim ele me deu um cartão com seu número e se ofereceu para me deixar na porta de casa.

Por que eu estava tão desesperada pra sair de onde eu morava?

A próxima cena vai explicar para vocês

Logo que eu desci do carro, escutei a gritaria. Não me surpreendi, isso já era comum. Mas quando abri a porta encontrei meu irmão jogado no chão todo ensanguentado na região da cabeça, meu padrasto gritando tão alto que toda a vizinhança podia escutar, com uma garrafa quebrada de pinga na mão. E minha mãe... toda largada no sofá assistindo a TV como se nada estivesse acontecendo.

Meu padrasto já havia abusado de mim inúmeras vezes, e ele vivia batendo no Mike. Conversar com a minha mãe (se é que posso chamá-la assim) nunca adiantou de nada.

Me espanca, me mata, mas que não encostasse um dedo no meu irmãozinho. Eu não queria cogitar ter que vender meu corpo para nos tirar dessa situação, mas eu não podia mais viver assim. Entrei em casa, levantei meu irmão do chão enquanto meu padrasto gritava comigo também, naquele ponto eu já nem prestava atenção no que aquele vagabundo falava. Entrei pro quarto e tranquei a porta. Peguei o kit de primeiros socorros que eu deixava escondido na minha gaveta. porque situações como essa já não eram tão improváveis de acontecer e comecei a tratar do machucado do meu irmão que por sorte não tinha sido grave.

- Me perdoa fazer você perder seu tempo Jas

- Mike, me escuta. Você é a coisa mais preciosa na minha vida, você nunca é perda de tempo. Eu prometo que vou tirar a gente dessa situação, ok?

- Mas como?

- Eu estou procurando uma maneira de fugirmos daqui -eu falava bem baixinho em seu ouvido- só estou analisando as poucas opções, ver de que jeito você não vai ser prejudicado.

- Não se preocupa comigo mana, qualquer coisa que te ajude eu posso fazer também, só por favor não fuja e me deixe aqui com eles.

Seus olhos enchem de lágrimas e consequentemente os meus também. Eu o envolvo em um abraço, o abraço mais reconfortante possível.

- Como você pode pensar uma coisa dessas, anjo? Eu nunca te deixaria com esses monstros. Não chora por favor, eu vou dar um jeito.

Quase que instantaneamente me vem a cabeça o cartão que Frank havia me dado. É isso! Não tem outro jeito, pelo menos por um tempo. O negócio dele é realmente muito bom. Por ele ganhar muito dinheiro, ele consegue fornecer uma casa simples, com o básico mesmo, para todas as meninas. Elas trabalham nas ruas e no bar de alto luxo que ele administra. E ele as presenteia com roupas e uma porcentagem X de dinheiro, referente ao quanto foi adquirido de lucro.

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⏰ Última atualização: Jan 01, 2019 ⏰

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