Era difícil para Jeongguk explicar o que sentia. Olhar aquele garoto sentado ali despertava dentro de si um turbilhão de emoções e pensamentos, coisas que o moreno não tinha muito contato.
Tinha medo de conversar com o garoto. Não sabia quem era. Talvez poderia ser o psicopata em que sua mãe lhe alertara. Ou talvez algum garoto perdido. Quem sabe não ser que nem Jeon, apenas mais um curioso sobre o observatório. Tantas possibilidades, e ele não se sentia seguro em nenhuma delas.
Resolveu analisar o garoto de fios loiros, que estava sentado tão calmamente um pouco a sua frente.
Ele era portador de uma beleza desconcertante. Seus olhinhos, mesmo sendo puxados eram arredondados. Um maxilar marcado, que mesmo assim caia perfeitamente bem naquele rosto delicado. Um pequeno nariz, tão fofo, que estava avermelhado, talvez por conta do frio. E tinha seus olhos. Tão fixados no céu quando os de Jeongguk em si. Eles brilhavam tanto quanto as estrelas acima de si. Duas bolas negras, aparentando esconder gigantes mistérios, assim mesmo como o céu negro.
Jeon tinha medo de piscar e acabar perdendo algum detalhe do garoto que estava a sua frente. Qual seria seu nome? Sua idade? Seus gostos? Será que ele amava milkshake? Quais seriam as suas manias? Seus tiques? A curiosidade era tanta que já sentia corroer seu estômago.
Queria chegar perto do desconhecido e falar um "oi", mas a sua maldita velha companheira, a insegurança, atrapalhava tudo.
Oh, mas aquele garoto lhe atraia com tanta força. Sentia como se estivesse dentro de um ímã, e enquanto ele era o polo norte, o desconhecido era o polo sul.
Mordeu o lábio, já irritado com sua própria indecisão, e deu as costas àquele local, saindo do observatório. Talvez se arrependesse mais tarde, contudo era melhor sair a ser pego encarando o desconhecido. Só de imaginar tamanho constrangimento já sentia sua face pegar fogo.
Rumou até sua bicicleta, subindo nela e pedalando de volta para casa, o caminho inteiro com o menino de fios loiros dominando sua mente. Até o momento em que estava deitado na sua cama, rolando nela tentando pegar no sono, tinha sua mente focada no desconhecido.
[...]
Ao acordar de manhã, pensou que tudo aquilo da noite passada tinha sido somente um sonho. Era completamente irreal a idéia de ele ter desrespeitado a sua mãe e ter ido até o observatório. Mais difícil ainda acreditar que havia alguém ali dentro.
Pôs seus pés para fora da cama, levantando. Ao sentir a dor nas suas pernas, compreendeu. Tudo aquilo havia sido verdade. Tinha sim um garoto — muito bonito por sinal — lá dentro.
Logo as dúvidas começaram a rodar sua cabeça. Se ele era real, será que ele morava ali? Ou ele era apenas um viajante, como o próprio Jeongguk? Se fosse isso, ele seria de qual cidade? A mais provável era a sua, já que era a mais próxima. Oh, será que ele já o viu algum dia na rua? Não, ele teria reparado se alguém tão bonito assim cruzasse seu caminho.
Ele queria o ver novamente, já estava decidido quanto a isso. De noite, assim que seus pais fossem dormir, ele iria voltar para lá. Sentia a necessidade de o ver, conversar consigo, o conhecer. Não entendia da onde surgia tamanha vontade, mas ela estava lá, presente, o perturbando.
Seu dia passou arrastado, onde ele a todo momento apenas desejava que a noite chegasse logo. Estava ansioso e um pouco temeroso. Não sabia o que iria falar, nem como iria puxar assunto. Na verdade sequer sabia se ele estaria lá novamente.
Quando, finalmente, a noite chegou, ele não conseguia parar de comer, mas não era fome. Quando o moreno ficava ansioso, sua forma de alívio era a comida, e era nisso que se concentrou até seus pais irem dormir.
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Mein Mond .•°[Jikook]°•.
Hayran KurguJeongguk sempre foi fascinado pelas estrelas. Na verdade, nem era só pelas estrelas, tudo ligado a astronomia o encantava. Em uma noite, indo contra as ordens de sua mãe, subiu em sua bicicleta e rumou em direção ao seu sonho: o observatório abando...