Café

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Eu estava extremamente atrasada para o trabalho, não que isso fosse um grande problema para eles, eu tinha dezenas de horas na casa, mas eu gostava de cumprir meus horários com extrema exatidão, sempre fui chata com esses detalhes, mas nunca os cobrei de meus funcionários, não gostava do perfil chefe chata.

Hoje abri uma exceção, uma linda exceção na verdade, me sentia feliz. Caminhava para dentro do café junto a linda garota que me convidou para acompanha-la em sua refeição.

Senti o conforto que o ambiente trazia ao corpo quando chegamos a uma mesa no canto da cafeteria, perto do balcão, estava quente ali, diferente da temperatura na minha tão amada cidade. O local era aconchegante e calmo, mesmo cheio de pessoas.

“Esse é meu lugar favorito da cidade, espero que goste do café daqui.” – Ela disse ao se sentar na cadeira em frente a minha.

“Tenho quase certeza que é impossível não gostar.” – Sorri para ela ao dizer, ela prontamente retribuiu com um lindo sorriso.

Esse sorriso pelo qual me encantei no primeiro momento que o vi, era provavelmente o mais bonito do planeta Terra, se vissem, iam ver que não exagero.

Um rapaz, acredito que garçom do local, caminhou até nossa mesa, ela o tratou pelo nome e pediu o de sempre, a garota dos olhos cor de mel, realmente devia amar o local e vir aqui com certa frequência.

Eu apenas pedi um café preto, sem açúcar, como eu costumava tomar.

“Amanda, os croissant acabaram de sair do forno, como você gosta, vai querer?”

O rapaz, que a conhecia pelo nome, ofereceu, ela apenas afirmou com a cabeça e levantou dois dedinhos da mão sorrindo, mostrando a quantidade que desejava.

“Obrigada Josh!” – Ela falou quando o rapaz nos deixou. – Me diz, por que café sem açúcar? – Ela questionou curiosa.

“Acho que...” – Eu nunca havia parado para pensar nesse fato em si, para mim era apenas normal, mas para a garota a minha frente, parecia diferente, pelo seu rosto, até arriscaria dizer a palavra ‘estranho’. – “Bom, acredito que... Eu sou uma grande admiradora de cafés, todos os tipos, sabores, aromas, gosto de sentir o prazer que eles podem proporcionar ao meu paladar, mas creio que o fato de eu tomar ele assim, usualmente, tem muito a ver com o fato de que quando eu mesma fazia meu café, nas longas noites de estudo para me manter acordada, eu sempre esquecia de colocar açúcar antes de tomar, acabei me acostumando.”

O garçom agora nos entregava nossos pedidos em lindas e delicadas xicaras de porcelana, em pratinhos, também de porcelana, ele serviu para cada uma, croissants que estavam tão quentinhos que era possível ver um fio de fumaça saindo, eles realmente pareciam deliciosos visualmente falando.

“Obrigada Josh!” – Ela agradeceu seu conhecido garçom. – “Acho impressionante você gostar do seu café assim, pois eu sempre misturo o meu com algum creme ou leite, como diz meu pai, eu enfeito meu café para mascarar de gosto levemente amargo.”

Ela soltou uma leve risada, virando o rosto e olhando para o nada, parecia se lembrar do seu pai dizendo aquelas palavras para ela, provavelmente em um café da manhã em família.

Eu apenas sorri em retribuição, parando para observa-la novamente, observar seu rosto, cada detalhe, sua feição de criança alegre ao colocar o croissant na boca e sentir seu gosto, como ela ficava com uma marquinha tipo bigode de chantilly, todas as vezes que tomava um pouco de seu café, como ela sorria e virava os olhos antes de tentar limpar o bigodinho com sua língua. E era impressionante como assistir essa cena era incrivelmente fofa, mas também, mesmo que pouco, era sexy.

A Garota Dos Olhos Cor De MelOnde histórias criam vida. Descubra agora