Mine

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Uma gota. Duas. Três. Cem. Mil.

O cheiro de chuva impregnava a cidade, as pessoas abriam seus guarda - chuvas e as gotas escorriam pelas janelas de vidro.

Toda a magia do tempo chuvoso se manifestava novamente, e permito - me esboçar um sorriso.

Caminho por entre os minúsculos diamantes líquidos, sentindo o frio que aquecia a minha alma e procurando pelos teus olhos em meio aquela cortina cinzenta.

Encontro - te encolhido contra diversas pessoas no ponto de ônibus, em uma tentativa um tanto falha de escapar da chuva. Te estendo a mão, e sei que não preciso falar nada, pois no momento em que você a aceita, já é meu.

Lee Taeyong, tu és a criatura que faz minha cabeça virar, o raio de sol que eu nunca havia desejado nos meus amados dias de chuva, o arrepio da mais pura admiração que tenho pelas pálidas e ainda assim tão cativantes cores de um dia nublado.

Nós andamos sem rumo, esperando nos perder entre as ruas da cidade pois já havíamos nos achado um no outro, deslizando e tropeçando pela água gelada, trocando gargalhadas e músicas constrangedoras, e quando beijei teus lábios sob aquele céu azul aquoso, soube que este era meu lugar, contigo em meus braços sentindo a chuva abençoar nosso pequeno segredo.

Muito tempo depois, quando teus olhos já se viam marcados pelas dificuldades da vida, nós assistimos juntos a chuva cair depois de quase dez anos de seca. A água que caia fora de casa também se derramava de ti, uma vez que aprendera a amar a chuva tanto quanto aprendera a amar este meu ser quebrado, e então, como se ainda fossemos jovens cantando músicas de amor melosas, lhe estendo a mão, pois agora tenho certeza de que és e sempre serás meu.

"Venha Taeyong, vamos dançar nas lágrimas divinas do céu e lavar a podridão mundana dos nossos corpos"

RainOnde histórias criam vida. Descubra agora