🔥Wallyson 🔥

281 16 6
                                    

Era sábado, e vocês sabem né? dia de rolê, loucurada e pegar geral. Porém mais uma vez ia eu em uma festinha dos conhecidos da escola com o Dudu para que ele pudesse matar o desejo insaciável que ele estava de pegar uma tal de Mari. Então a única coisa que me mantinha animado era o fato de ser o aniversário da Jéssica e eu saber que ela tinha uma queda em mim e possivelmente deixaria eu dar pra ela alguns presentes de aniversário 🌚
Tomei um banho, passei meu melhor perfume e parti com o Eduardo pra bendita festa.
Não contei pra vocês, mas minha maior paixão depois do rap são as mulheres, e eita paixão louca que tenho por todos os tipos, cores e curvas. Mulher deveria ser considerada a primeira maravilha do mundo. Mas então, voltando ao assunto. Estava lá observando todas as belezas que estavam naquele ambiente, enquanto tomava uns goles da bebida mais forte que estavam oferecendo para aquele bando de adolescentes cheios de hormônios. E foi quando eu vi ela passando pela porta.
                  🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Não vou dizer que meu coração parou porque não sinto esse tipo de coisa por ninguém. Mas eu diria que cada parte do meu corpo respondeu ao estímulo de saber que ela estava por perto. Aquela mina que sempre viveu correndo atrás de mim enquanto eu não dava bola estava se tornando cada dia mais interessante, e com toda educação, extremamente gostosa.
Tocava um trap dos mais fodas enquanto ela andava e conversava com todo mundo, com uma simpatia que eu teria inveja, se não fosse eu a pessoa mais simpática e carismática do local, modéstia a parte.
Eu tinha mandando mensagem mais cedo dizendo que precisava conversar com ela, enquanto na verdade eu só queria dar uns pegas e se talvez achasse bom, revelaria o interesse que tinha brotado em relação a ela.
Por um tempo perdi ela de vista e continuei bebendo e conversando. Mas quando encontrei a Jéssica para dar parabéns, me esqueci completamente da loirinha.

-Wallyyyyy meu amoooorr, achei que não ia vir. - ela gritou enquanto se agarrava no meu pescoço - Vamos dançar essa!!!!

Era uma música lenta, estilo filme americano clichê, e apesar de odiar esse tipo de coisa, eu não ia perder oportunidades com aquela belezura. A Jess era baixinha, cabelos ruivos da cor do pôr do sol, e olhos de um tom de preto que possuía um brilho extremamente fora do comum. Ela era tão gata que fazia vários trabalhos como modelo desde criança. E era bastante safada eu diria para quem tinha cara de inocente, com aqueles grandes olhos curiosos.

Coloquei a mão direita na cintura dela enquanto a esquerda descia lentamente até sua bunda. E só entre nós? Que raba gigante.
Ela me conhecia bem e sabia que eu sempre estava disposto a dar replays com ela. Então ela mesma tomou a iniciativa de iniciar nosso pega. Fiquei bastante tempo agarrado com ela, beijando e chupando seu pescoço e apertando com uma vontade louca aquela bunda. Até que durante um breve momento em que abri os olhos, avistei de canto de olho uma loira saindo porta a fora da festa e não consegui mais me concentrar na deusa que estava nas minhas mãos.

-Preciso ir Jess, os meninos devem estar me esperando. Curte tua festa, nos vemos por aí. - falei enquanto me desvencilhava dos braços da ruiva. Dei um beijo na testa dela e deixei ela no meio da pista, me olhando com cara de quem não entendeu nada enquanto eu corria atrás da Renata.

No fim ela ainda não estava na rua, tinha sentado em um banco próximo a porta e parecia um pouco exaltada, já que não parava um minuto de rir. Convenci ela a ir comigo até a rua para podermos conversar, mas o que se deu depois disso me fez ir dormir na maior bad.
         
           🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Aqueles olhos brilhavam num verde tão intenso que eu podia sentir meu interior queimando com o seu olhar. Talvez ela nunca tivesse me olhado daquela maneira antes, ou eu é quem não tinha percebido. Levantei o braço pra tocar aquele rostinho lindo, mas acabei recuando, com um coração extremamente acelerado. Porra, ela podia mexer assim mesmo comigo? Ou eu não era mais o Wallyson de antes, ou estava me apaixonando por aquela louca.
Comecei a explicar, com toda a calma que um alcoolizado podia ter, que eu havia percebido meu interesse nela e como vinha me sentindo. Até que ela soltou um berro dizendo que eu só poderia estar louco e trollando ela, e aí eu simplesmente me irritei.
Quem essa loira pensa que é? Eu nunca fui tão sincero e ela começa a gritar desse jeito? Ah, mas não vai ser hoje que eu, Wallyson Rodrigues Santos vou aceitar um desaforo desses vindos de uma mina que acha que tem o mundo nas mãos.
E foi quando sem pensar eu comecei a jogar tudo que tinha sentido nos últimos meses em cima dela, e usei até aquela piada ridícula sobre Renata ingrata, da música do Latino. Porra cara, eu tinha que admitir que tinha ignorado os sentimentos dela por muito tempo, mas foi por medo. Medo de encarar algo que eu ainda não dominava e sequer sabia como fazer. A paixão era muito mais complexa e desconhecida pra mim do que vocês possam imaginar. E muitas vezes para manter minhas aparências, acabei deixando de lado os meus reais sentimentos. E aqui estava eu, gritando com a mina que fazia o meu coração acelerar só com um olhar. Parabéns, eu era um babaca.
       
    
          🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Senti uma lambida no rosto e abri os olhos sem entender nada. Era o Hércules, meu pastor alemão, tentando me acordar do meu sono profundo. Foi só eu acordar pra ele sair porta a fora novamente, possivelmente já estava correndo no pátio enquanto eu tentava me sentar na cama, com uma tontura e dor fodida na lateral da cabeça que não me permitiram concluir a tentativa. Porra Wallyson pra que beber tanto de novo? Ouvi a minha voz interior gritar.

Com bastante esforço e uns goles da garrafa de água que tinha na cabeceira da cama, consegui sentar e espiar o horário no relógio que tinha atrás da porta do meu quarto, que por sinal era enorme e o qual meus amigos apelidaram de suíte 14. Eu morava em um dos bairros mais nobres da cidade e estava acostumado com a vida de luxo desde que meu pai foi embora de casa, quando eu tinha 5 anos e a carreira como cirurgiã plástica da minha mãe se tornou possível. Sinceramente? Agradeço ele ter ido embora, hoje vejo que foi a melhor coisa que aconteceu na vida da dona Joice. Mas por outro lado, eu confesso ter sentido falta de um carinho paterno durante muito tempo. Mas... voltando. Era meio-dia e quinze, e eu senti meu estômago responder ao pensamento de que era a hora do rango.
Tive que fazer um esforço enorme para não esbarrar em nada enquanto tentava descer para o andar de baixo. A tontura tinha diminuído, mas a dor de cabeça ainda estava tentando me matar.
Quando cheguei no fim da escada já estava pensando seriamente em ligar pra SAMU. Então antes de pensar em comer tive que seguir direto para gaveta de remédios que ficava no balcão da cozinha e tomar rapidamente um Dorflex. Pensei em tomar três de uma vez, mas talvez ainda não fosse a hora de morrer né?

Abri a geladeira buscando algum doce para poder afogar minhas mágoas do dia anterior. E felizmente, a senhora minha mãe tinha deixado um pote cheio de torta de sorvete. Eu sei que parece meio menininha me afogar em doces simplesmente porque fui rejeitado, mas cá entre nós? Porra, a mina me deu um fora mano. Pra não ficar puto, prefiro comer doce. Sabe como é né.

Peguei o pote e me sentei no sofá , ligando a tv na SporTV. Era jogo de um dos times que mais curto, o Boca Jr, e mesmo assim eu não consegui me concentrar nos jogadores. Que porra ta acontecendo aqui? De novo isso.
Eu só pensava naqueles malditos olhos verdes. Naquela loira birrenta que vinha mudando quem eu era, ou o que sabia sobre mim mesmo. Puta que pariu, a desgraçada tava invadindo de novo qualquer pensamento que eu pudesse ter. E se nem o jogo do boca conseguia controlar isso, talvez eu estivesse realmente fodido demais.
Meus pensamentos voltaram pra noite anterior, quando ela disse que eu só podia estar brincando, e por um momento achei que fosse chorar. Mas foi quando um grito de gol na tv e um celular apitando incansavelmente no meu bolso me fez voltar pra realidade.

        🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥
                   WhatsApp
              
  Tropa 5K 🔥

Jão: gente vocês precisam vir pro hospital urgente.

Yuri: o que tá rolando? Tá todo mundo me ligando porra.

Gui K: qual foi rapeize? Fiz uma merda fodida hoje, nem conto pra vocês. Mas ta tudo suave aí no sul?

Pedro: meu, tô no hospital. Alguém pode ligar pro Wallyson e ver se ele tá suave? Não falei com ele ontem e agora não tenho condições. E depois quem puder vem pra cá direto, a tia Rosana precisa de apoio e as meninas também. Tô tentando me manter firme, flw.

--------------------------------------------------------

Jessiquinha ❤️: Wally, tu falou com o Lucas? Eu não tô tendo notícias, qualquer coisa me avise, beijão gato.

---------------------------------------------------------

Eduardo Consagrado: Wally, tu conhece o Lucas né? Amigo das gurias. Deu uma merda muito grande com ele, preciso de ti no hospital, aquele na frente da padaria do tio Gui.

--------------------------------------------------------

Eu já estava nervoso quando acabei de ler as mensagens, mas foi o recado gravado na caixa postal que tirou meu chão.

"Wally...er...eu não sei onde eu tô...preciso de ajuda...o lu..(soluços muito fortes) ele tá mal... não sei"

Era da Renata e segundo as informações contidas na tela, tinham sido enviadas durante a noite, talvez um pouco depois de ela ter saído da festa. Meu coração errou as batidas e já não sentia mais o ar. Precisava me controlar e pensar com clareza. Eu não fazia a menor ideia do que tinha acontecido, mas precisava chegar urgentemente nesse hospital. E por tudo que tinha lido, comecei a rezar antes mesmo de sair de casa. Eu aceitaria perder qualquer coisa nessa vida, menos minha família e amigos. E pelo que estava tentando entender, alguém que eu gostava, em algum lugar perto dali, não estava bem.

Quando A Rima Nos UniuOnde histórias criam vida. Descubra agora