O Demônio Agradecido.

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Acordei com o tempo nublado juntamente com minha vista, gemi assim que tentei mover um músculo, tudo em mim doía como nunca.

- Rashomon... - chamei-o, a criatura logo apareceu apoiando-se em meu peito. - O que houve conosco? - perguntei encarando suas orbis negras.

Ele gemeu sôfrego como se sentisse cada dor que eu sentia, o que não era surpresa, Rashomon é parte de mim, podesse dizer que é quase como meu sangue, o único amigo que tenho, não é apenas um poder que uso para matar, é como um bichinho de estimação que você se apega e cuidada, a diferença é que ele é um monstro ou demônio, como preferir, mas para mim é meu amigo e família.

- Vamos, temos que levantar... Tenho que entender o que aconteceu com a gente, talvez alguém da Marfia tenha visto algo. - levantei com a ajuda dos "tentáculos" de Rashomon.

Ele não estava muito melhor que eu, achei estranho está só de cueca e em meu apartamento, lembro-me de está em um beco qualquer,  segui com dificuldade até a cozinha dando de cara com o Tigromen, ouve um silêncio e uma troca de olhares nada comuns.

Sabe aquele momento que nos animes aparecem aqueles três pontinhos entre os personagens? Foi assim.

- B-Bom dia Akutagawa... - falou travando. - Es-Esta Melhor?

Continuei o encarando quase o matando com os olhos, já que não consigo me mexer.

- O que aconteceu entre a gente? - perguntei frio.

Vi o acizentado tremer e corar com minha pergunta.

- Na-não é o que está pensando! Você... Você tava todo machucado em um beco e eu cuidei de você! Não, não é o que parece. - falou em desespero.

Porque tanto medo de ser o que parece ser? Mas que merda eu estou falando!

Suspirei derrotado, tentei da um passo, mas Rashomon fraquejou me fazendo tombar para frente, em menos que um segundo senti o braço firme do tigre em volta de mim, Rashomon apoiou sua cabeça no ombro do menor que me segurava.

Que tipo que intimidade é essa Rashomon?!

- Tudo bem?! Não devia levantar, você e Rashomon estão muito feridos, por favor deixe-me levá-lo para a cama. - pediu.

Eu não tinha a menor reação para aquilo, estou tão acostumado a ser um dos mais fortes, que ser cuidado daquela forma me fazia sentir estranho.

- Certo. - falei.

Seus braços envolveram meu corpo me levando novamente para a cama, deitei gemendo pela dor, ele sentou ao meu lado claramente preocupado.

- Atsushi o que aconteceu? - encarei suas orbis coloridas.

- Eu achei você em um beco a beira da morte, sério você tava muito ferrado, te trouxe para seu apartamento, arrombei a porta, te dei um banho de álcool, enfaixei seus ferimentos e até os de Rashomon. - passou a mão de leve pela cabeça da minha besta. - E depois te trouxe para cama, arrumei a bagunça do banheiro e limpei as manchas de sangue, menos as da minha roupa. - riu.

- Por isso estou cheirando a álcool de farmácia... - sussurrei.

Respirei fundo, uma, duas, três, dez vezes, abri os olhos e o encarei, ele parecia apreensivo, precisa esconder melhor seus sentimentos Tigromen.

- Obrigado. - falei simples.

Sua expressão se tornou confusa, lógico que ele não esperava isso de mim.

- Ah meu Deus! A gente morreu! - falou em desespero.

Sério que é mais fácil acreditar nisso do que em mim dizendo obrigado?

- Não morremos seu tigre maldito, é difícil assumir, mas você salvou minha vida e a vida de Rashomon, por isso muito obrigado. - falou curvando-me levemente.

Tá, eu mato, roubo e faço outras coisinhas ilegais, mas não sou 100% filho da puta, eu sei agradecer.

- Bom... De nada, eu espero que você fique melhor junto com Rashomon. - sorriu.

Porque bateu mais rápido, coração?

- Quer tomar um banho? Eu posso te dar uma muda de roupa limpa, é... Como um agradecimento. - falei

Porque sinto meu rosto quente?!

- Agradeceria muito, digamos que eu não me dou bem com esse cheiro de sangue, principalmente o seu que é totalmente diferente. - falou.

Diferente? Para o bem ou para o mal?

- Rashomon, pegue uma toalha e uma das roupas que nunca usei no armário, por favor. - falei.

A criatura pegou as coisas com certa dificuldade, já que estava tão ferido quanto eu, peguei as coisas e as entreguei nas mão do tigre.

- Bom... Fique a vontade, eu posso preparar algo para comermos.

Pera porque estou sendo tão gentil e doce com ele?! Esse lado eu jurei não mostrar a ninguém!

- Não! Por favor, fique deitado eu farei algo, seus ferimentos ainda estão muito ruins, porque não tenta lembrar quem foi o sortudo que quase matou um dos integrantes mais temidos da Marfia do Porto? - brincou.

- Tcs, vá logo antes que eu me arrependa. - virei o rosto.

- Certo!

Me encostei melhor nas cobertas e tentei lembrar do que houve, fechei os olhos por alguns segundos.

~~~

- Isso é o que você ganha por tentar proteger alguém da Agência de Detetives Armados. - ecoou em minha memória.

- Você não irá encostar um dedo nele!

~~~

Abri os olhos ofegante, aquela voz eu tenho certeza que conheço, mas de quem? Levei a mão a cabeça sentindo algumas pontadas.

- Akutagawa? Tudo bem? - perguntou o menor a minha frente com um prato nas mãos.

- Eu... Sim, estou bem. - dei um leve sorriso, vendo o rosto dele corar um pouco.

- É, eu fiz comida, espero que goste. - entregou em minhas mãos. - Bem, eu preciso voltar para a agência, vão se dar conta da minha ausência. - sorriu.

- Você... Você poderia voltar quando acabasse? - perguntei.

Seu olhar confuso estava novamente em sua face, até que ele fica fofo confuso.

- Bem, claro que posso! Creio que não esteja bem para ficar sozinho.

- Não abuse. - falei sério.

Ele sorriu brincalhão e seguiu para a porta.

- Fique quieto e tenha cuidado até eu voltar, bye, bye. - saiu.

- Tigre maldito.

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E esse tigre maldito que você ama!

Espero que tenham gostado!

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A gente se vê no próximo! Bjus 😘😘

My Demon?Onde histórias criam vida. Descubra agora