Minha pequena gota,Lembro-me do dia em que você deu sentido a minha vida...
Era um dia de outono na nossa querida Inglaterra, você estava correndo em um bosque onde as folhas caiam das árvores de forma árida pelo chão.
A primavera e o verão já tinham ido embora, o inverno rigoroso congelou e o outono cruel fizeram as flores ficarem secas, as únicas que sobreviveram naquela rigorosa tarde de outono, fora as que estavam em uma forma de coroa sobre a sua cabeça.
Você estava correndo desesperadamente sobre o chão de folhas secas, foi quase imperceptível não notar a sua presença e não era só por causa da sua beleza, mas também pelo barulho que os seus pés faziam quando estavam em contato com o solo.
A pequena linda menina de cabelos longos e com coroa florida pensou em mim e eu surgi...
Eu estava sentado em uma macieira perto de um lago, você me viu e correu em minha direção, se sentou ao meu lado e olhou para mim. Em um dos seus profundos olhos castanhos havia uma pequena gota de lágrima querendo cair, eu toquei-os fazendo fecha-los em uma falha tentativa de impedir você chorar.
— Por que choras, pequena garota? — te perguntei sentindo-me preocupado
— Eu me perdi dos meus pais — você tivera dito com a voz tristonha
— Como assim, pequena?
— Por que me chamas de pequena? Você também é pequeno, assim como eu
— Eu não sei o seu nome — disse envergonhado
— Meu nome é Lilian Kate, prazer — disse apertando a minha mão e eu recuei pela forma repentina do seu contato.
— Desculpe-me, eu não sei o meu nome.
Como uma garotinha de sete anos, você me olhou de forma curiosa e logo em seguida me perguntou:
— Como você não sabe o seu nome? Seus pais não te deram um?
— Eu não tenho pais — eu pensei que se importaria com esse fato, acho que todo mundo tem pais, só que apenas você me perguntou:
— E como você sobrevive?
— Debaixo de um pé de macieira perto de um lago de água doce — respondi de forma simples, já que não sabia o que eu deveria ter dito
— Você vive aqui? — perguntou-me de forma confusa
— Sim — eu respondera de forma simples
— Posso te dar um nome? — olhou-me de forma receosa e esperou a minha resposta
— Vai deixar eu te chamar de pequena gota?
— Mas por que assim?
— Porque foi assim que eu me deparei com você, com uma pequena gota em seus olhos.
— Tudo bem, vou te chamar de Adley.
— Obrigado. Ninguém nunca tinha me dado um nome antes — respondi tímido como um garotinho envergonhado
— Nunca? Você não tem amigos?
— Você é minha amiga? — eu perguntara de forma receosa
— Sou sim, só tem eu como amiga?
— Só você... — respondi vagamente sabendo que era verdade
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas para ela
Teen FictionLilian é uma garota inglesa que todos os dias recebe cartas do seu amigo