Capítulo 38

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Analú

6º semestre...

Os meses estavam se passando mas parecia uma eternidade. Confesso que estava quase largando tudo para ir ver Rodrigo, precisava ir para o interior ver ele, os policiais pegaram pesado em transferir ele assim pra tão longe. Sai de mais um dia de trabalho bem cansada, ser estagiária da empresa da família não é tão simples assim eu queria mostrar trabalho porque lá infelizmente as pessoas falam até demais e eu preciso manter a postura.

Hoje as aulas foram suspensas por causa da semana jurídica então teria palestra a semana toda e combinei de ir com Bia afinal, iríamos ganhar horas complementares o que seria ótimo. Passamos no Statbucks e pegamos um café e pão de queijo, caminhamos até a faculdade e a palestra já estava começando. Aqueles professores de direito era demais pra mim, de social então? Um mais gato que o outro.

Bia: estou pensando em mudar de curso - falou rindo -.

Analú: tu é suja demais - rimos -.

Deu o horário do intervalo e teria mais uma palestra, só que precisava de um banho e cama hoje ainda era terça-feira e já estava super exausta. Estava com o carro de Manu, iria deixar Bia em casa e ir pra casa tomar um banho e descansar porque amanhã tinha mais, mas Victor parou sua moto na frente do carro. Desci com a Bia e fui até ele.

Analú: o que foi? Victor está tudo bem?

Victor: como tu consegue ser tão sínica assim Analu?

Analú: o que aconteceu? Não estou entendo - falei em um tom baixo enquanto ele gritava na frente de todo mundo -.

Victor: como você consegue? Enquanto estava dando pra mim você pensava em Rodrigo né? Porque até ir ver ele tu foi - gritou e todos nos olharam -.

Bia: abaixa a bola cara, calma.

Victor: cala a sua boca Bia, você é outra. Não me admiro as duas serem tão amigas assim né.

Analú: cala a merda da sua boca, quem você pensa que é? Você está bebado e olha as merda que você está falando - entrei no carro e ela também -.

Victor: todos têm que saber que o que tu gosta mesmo é de ser mulher de bandido.

Analú: - abaixei o vidro - pelo menos o Rodrigo sabe como tratar uma mulher.

Acelerei o carro e segui o caminho do morro para deixar Bia.

Bia: vamos ficar lá no AP, eu fico contigo. O TH vai entender.

Analú: não vou atrapalhar a vida de vocês amiga, vai e fica com ele. Aproveita que você tem alguém - dei um sorriso -.

Bia: meu celular esta ligado, tu me liga qualquer coisa tá?

Analú: te amo - nos abraçamos -.

Coloquei uma musica no rádio e acelerei saindo de lá, passei pela praia e a vontade de parar e fumar um gritava dentro de mim, mas uma voz suave e ao mesmo tempo grossa ficou em meu ouvido... não faz isso, não faz isso.

Engoli o choro que estava travado e cheguei no AP, deveria ter escutado Bia e ter ido com ela mas não. Entrei em casa e Manu estava na sala brincando com Helena que estava ligada no 220, fiz de tudo para disfarçar e pensei que tivesse dado certo. Fui direto para o quarto e comecei a tirar minha roupa, as lágrimas caiam sem parar, era uma mistura de sentimentos que eu não sabia lidar.

Manu: posso entrar? - falou baixinho depois de bater na porta, não consegui responder e ela entrou - Mana, o que foi? - se aproximou e nos abraçamos -.

Analú: eu tento fazer as coisas certo mas não dá - limpei as lágrimas -.

Manu: eu preciso que você me conte o que foi...

Analú: - contei tudo - ele falou tudo na frente de todos na faculdade. Igual Danilo fez com Bia, e eu não tive reação eu tive vontade de socar a cara dele ali mesmo mas vim embora.

Manu: e fez bem - ela segurou em minha mão - prefira paz do que ter razão, sempre mana. E talvez não seja o melhor conselho, ou seja não sei - ficamos em silêncio - mas se Rodrigo for sua escolha, for a sua pessoa - ela sorrio - não desista.

Era só o que eu precisava ouvir... tomei um banho demorado de banheira, precisava relaxar em todos os sentidos possíveis. Me enrolei no roupão e deitei sem nada na cama, me cobri com o lençol e acabei dormindo.

O telefone despertou e dei um pulo da cama, deixei tocar mais um pouquinho até que levantei, tomei um banho para acordar e me vesti, as mesmas roupas elegantes de todos os dias, até que eu gostava. Fiz uma make básica e parecia outra pessoa é bem renovada. Tomei café com a Manu e brinquei com a Helena, como eu era apaixonada pela minha sobrinha. Peguei uma carona com meu cunhado e como sempre ele me respeitou em não perguntar nada, pelo ao contrário pagou um pão de queijo recheado com nutella que eu era fã. Até a hora do almoço eu simplesmente não parei e na parte da tarde iria para o fórum com um dos advogados da firma. Terminei de almoçar, escovei meus dentes e peguei a minha bolsa, estava na entrada quando o Dr.Eric chegou, todas que trabalhavam ali babava por ele e confesso, o cara é realmente gato, estiloso e cheiroso... ele chegou no estacionamento e sorrio ao me ver.

Éric: pontual - falou sorrindo enquanto o manobrista trazia o carro -.

Analú: na medida do possível -rimos -.

Eu jurava que um motorista iria dirigindo mas não, Éric foi. Ele abriu a porta do carro e entrei.

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