Mein Mond .•°[Jikook]°•.

R mais J.

Era um sábado a tarde. Jeongguk encarava o teto, deitado em sua cama, completamente entregue ao tédio. Tinha nada para fazer, deixando sua mente livre para vagar nos assuntos aleatórios que passavam por sua cabeça, como por exemplo, por que a mesa se chama 'mesa'? Ou por que lâmpada se chama 'lâmpada'? Quer dizer, como foi que alguém olhou para um objeto e pensou "nossa, isso tem cara de –". Queria entender o nome das coisas. O mais bizarro conseguia ser pensar que existiam centenas de línguas diferentes, e que em cada uma delas a história do nome por trás do mesmo objeto conseguia ser diferente.

Céus, aquele assunto já estava lhe dando dores de cabeça. Muitas variantes, muita coisa para pensar. Iria ficar perdido dentro de si mesmo daquela forma. Sacudiu a cabeça, a deixando livre para que qualquer outra dúvida surgisse.

Sua mente voltou a vagar por todas as curiosidades que possuía. Pensou na série que estava assistindo, em Jimin, no observatório. Era engraçado, viveu a vida inteira naquela cidade, mas quase nunca escutava sobre o observatório. Movido pela curiosidade, levantou, indo até o computador. Escutou algumas juntas estalarem pelo movimento, e controlou o impulso de voltar a se jogar na cama.

Sentou na cadeira de rodinhas, ligando o aparelho. A única coisa que sabia sobre o observatório era o seu nome, Cheomsongdae.

Escrevendo seu nome no Google, apareceram pouquíssimos resultados. Não era chocante, na realidade. Ela um local um tanto afastado da capital, desconhecido por muitos, sem contar que o próprio observatório já estava inativo fazia anos. Nem tinha grandes porquês de ter algum artigo por ali.

Resolveu abrir os poucos resultados, lendo um por um. Descobriu pequenas coisas bobas, ele havia sido construído em 1964 e foi inativado poucos anos depois, em 87. Aparentemente o governo havia parado de investir, já que eles tinham construído um maior e melhor em Seul. A falta de verba fez os funcionários irem saindo gradativamente, até finalmente fechar.

Contudo, um ponto em específico chamou a sua atenção. Havia uma história de que tinha acontecido um assassinato ali. Um assassinato e um suicídio.

Era uma informação vaga, não tinha nada além daquilo. Sem história, nomes, nada. Sua mente já começou a ir longe, formulando várias perguntas, sem ter resposta para nenhuma delas. Será que era sobre o mesmo observatório em que pesquisava? Nunca havia escutado nada sobre aquilo, e conhecia bem a sua cidade. Era pequena e pacata, alguma história como aquela nunca seria esquecida. Oras, até os dias atuais falavam sobre o pequeno menino que tinha roubado pão no ano anterior! Assuntos deste tipo certamente seriam contadas para as crianças e adolescentes nos Halloweens.

Tentou pesquisar mais, achar mais informações, mas apenas obtinha um grande nada. Frustrado, bagunçou seus fios morenos. Era revoltante não conseguir encontrar nada daquilo. Só havia achado aquela informação naquele único site, será que estava mentindo? Sabia que muitas das coisas que estavam na internet eram mentiras, não ficaria surpreso se aquilo também fosse.

De qualquer forma, era melhor deixar o assunto de lado momentaneamente. Sabia que dali não conseguiria tirar mais nenhuma informação, e se tinha alguma lição que ele havia aprendido nos seus poucos anos de vida, era que se estressar por coisas fora do nosso alcance era inútil.

E acabou se vendo na mesma situação que antes. Voltou ao tédio, e havia absolutamente nada para fazer. Nem mesmo podia chamar Taehyung para sair, já que ele estava no aniversário de uma de suas primas.

O próprio Jeon tinha sido convidado, mas após se lembrar que – pasmem – tinha crianças em aniversário de crianças, recusou educadamente. Não se considerava uma pessoa rabugenta ou antissocial – talvez um pouquinho – mas ele odiava de verdade aqueles diabinhos fantasiados de mini seres humanos.